As bordas do grande lago central ao Norte já começavam a congelar, enquanto ao sul do lago inúmeros animais descansavam, esperavam, e se preparavam para receber os anões de Dubaldor.
Muruk e Teresia observavam toda a movimentação no grupo enquanto alguns pássaros vigiavam atentamente pelo ar, ou nas arvores, se alguém se aproximava.
— Kimerion está demorando muito. Isso me cheira a traição. — Resmungou Theodor ao se aproximar pesadamente aos anciões.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Calma, Theodor. Nós apenas chegamos aqui ontem ao anoitecer. Kimerion já deve estar a caminho. — Argumentou Teresia com o seu pelo grosso e espesso coberto de neve.
— Acho bom mesmo, porque eu mesmo já estou congelando. — Reclamou Beorobor, o javali.
— Hahahaha... Não aguenta o inverno, Beorobor? Pensei que um javali nascido no Norte aguentaria suportar condições tão.... Congelantes. — Zombou Barabar, o Brontotério branco.
— Olha só quem fala, Barabar.... O grandão de pelo grosso e branco. É fácil para você falar quando tem um corpo bem mais equipado para essas situações. — Resmungou Beorobor ofendido.
— Sim, de fato, mas eu avistei muitos pôneis, cavalos, e unicórnios no nosso exército, e apesar de eles terem pelos bem mais curtos que os seus, eles não estavam reclamando tanto. — Argumentou Barabar sarcástico.
— Então, talvez além de cego você também esteja ficando surdo. Pois eu mesmo ouvi vários deles reclamarem durante a nevasca desta noite. — Falou Beorobor furioso.
Então, antes que Barabar pudesse responder Beorobor, uma pomba se aproximou de Muruk, gritando — Eles chegaram, eles chegaram! —
— Eles quem? — Perguntou Baguri, uma rena que estava por perto.
— Os anões de Dubaldor! Eles chegaram, e trazem carroças cheias de coisas com ele. — Respondeu Pelet, a pomba branca e escandalosa.
— O que tem nessas carroças? — Perguntou Theodor curioso.
— Eu não sei direito, mas parecem ser coisas grandes e feita de metais. — Respondeu a pomba rapidamente.
— Baguri, encontre Belunia e peça para que ela e Tobias vá até os anões e chequem o que são essas coisas. — Pediu Muruk gentilmente a jovem rena.
— Sim, sábio ancião. — Respondeu Baguri antes de se preparar e galopar em direção ao grupo dos cervos.
— Teresia, o que acha de nos prepararmos cautelosamente para recebermos nossos amigos anões? Sabe, só por precaução. — Sugeriu Muruk com uma voz velha e arrastada.
— Concordo com a ideia, Muruk. Também acho bom levarmos Theodor e Barabar conosco. — Falou a velha mamute ao se virar e olhar para os outros animais.
— E quanto a mim? O que eu faço? — Perguntou Beorobor se sentido meio que deixado de lado.
— Você volta para os javalis e diz para todos ficarem atentos. Também alerte o mesmo para qualquer ser que você encontrar no caminho. — Falou Muruk sem rodeios.
E então, depois de alguns minutos, os anões chegaram acompanhados por Tobias, o grande alce gigante, Feduri, uma bela unicórnio de assustadores olhos vermelhos, e Belunia, líder do maior rebanho de renas de todo o Norte.
Entre eles estava Kimerion, rei dos anões de Dubaldor e considerado o ser mais rico em minérios e provisões entre todas as terras do Norte.
— Muruk, Teresia! É um grande prazer conhece-los. Aproximem-se, eu lhes trago presentes. — Falou o simpático rei anão de barbas longas e negra.
— E que presentes seriam esses? Oh, nobre rei. — Perguntou Teresia utilizando-se de cortesia para com o rei dos anões.
— Ah, é um presentinho especial. Algo para nos ajudar a esmagar aqueles malditos que se escondem nos rochedos. — Respondeu Kimerion com os seus olhos negros a brilhar de ansiedade e êxtase.
— Você tem que ver o que ele nos trouxe, Muruk. Com isso ficará muito mais fácil derrotarmos as tropas dos rochedos. — Falou Tobias empolgado.
Muruk ficou parado tempo suficiente para perceber que a situação estava sobre controle, então, um pouco consumido por sua própria curiosidade, o velho mamute falou — Então nos mostre que tipo de presente estamos falando.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Kimerion apenas concordou com a cabeça e ao dar as costas para os mamutes e gritar: “Carroças! ” Para o seu povo, ele olhou para os olhos de Tobias e falou — Tenho o suficiente para 75 cervos, 88 cavalos e pôneis, 35 javalis, e 47 para cabras e carneiros. Mas nós nos empenhamos bastante para satisfazer os mamutes, brontotérios, e os rinocerontes. E para eles, tenho mais de 120.
E então, nas carroças que vinham sendo puxada pelos anões, havia inúmeras peças de armaduras, adornos de prata e ouro, pequenas ferraduras para as patas, elmos para cavalos, pôneis e javalis com chifres pontiagudos de ouro, ferro ou prata na região da testa; e laminas e proteção para chifres de inúmeras espécies.
Os olhos dos mamutes e dos outros seres brilharam ao avistar aqueles adornos. Pois com eles era quase certeza uma vitória fácil.
— Isso é incrível.... — Sussurrou Barabar maravilhado com as belas peças.
— Gostaram? Isso vai fazer de alguns de vocês impenetráveis para as lanças e flechas dos malditos selvagens que ousarem nos atacar. — Falou Kimerion com um sorriso orgulhoso no rosto.
— Concordo. Obrigado, Kimerion. Seus presentes nos serão muito úteis. — Agradeceu Muruk sincero ao rei anão.
Kimerion apenas sorriu simpaticamente e após pegar um protetor de marfim com lamina e colocar no gigante marfim esquerdo de Muruk, falou — Não precisa agradecer, meu velho mamute. Apenas me prometa uma coisa e nós estamos quites.
— E o que seria? — Perguntou Theodor se metendo pela primeira vez na conversa.
— Que nós partiremos o mais rápido o possível; para finalmente acabar com aqueles malditos dos rochedos. — Falou o rei Kimerion impaciente pela batalha iminente.
— Bom, sobre isso.... — Murmurou Muruk ao sentir as laminas afiadas com a sua tromba no entorno da proteção do seu marfim esquerdo.
— Sobre isso? — Perguntou Kimerion ansioso.
— Sobre isso nós faremos como todos desejam, e marcharemos para as montanhas do Rochedo ao amanhecer, logo após finalizarmos nosso plano e estratégia de batalha. — Falou Muruk valente e confiante.
— Ótimo! É assim que eu gosto de ver! — Pulou e comemorou Kimerion, louco por sangue.
Fale com o autor