33. Recanto dos sonhos

Edward Cullen

Definitivamente, os últimos acontecimentos foram como uma bomba em minha vida. A certeza de saber que Jacob fora o culpado de meu acidente, ter que contar essa dura realidade para minha mãe, o sequestro de Bella, ver a morte de meu irmão e ainda quase perder Bella nesse sequestro. Fora como me sentir dentro de um pesadelo sem fim.

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Mas, ao mesmo tempo em que passei por esses momentos difíceis, eu também me vi em uma nova oportunidade em minha vida, eu tive a chance de um recomeço. Bella ter sobrevivido ao sequestro, fora como um milagre, e eu queria aproveitar essa nova oportunidade, para que a partir de agora as coisas começassem a ser diferentes. E usar todos esses últimos acontecimentos como um aprendizado para qualquer desafio que pudéssemos enfrentar no futuro.

Já havia se passado três meses desde que me casei na igreja com Bella e seis meses desde a morte de Jacob, porém ainda parecia ser muito pouco tempo, pois ainda a cena da morte de meu irmão continuava muito viva em minha mente, eu sabia que minha mãe continuava abalada com tudo isso, mas evitava falar do assunto, principalmente porque só de ouvir o nome “Jacob” os olhos dela já marejavam e tenho a impressão de que ela sempre volta ao momento em que soube da morte do filho, eu a entendia, pois é algo difícil de uma mãe superar, acredito, que quase impossível.

Bella de vez em quando ainda tinha pesadelos. Algumas noites eu acordava durante a madrugada e a via se revirando na cama, ela gritava sempre “Jacob me solta”, e quando isso acontecia, ela acordava muito suada, e com os olhos marejando, os sonhos eram sempre o mesmo: ela numa floresta, sendo capturada por Jacob. Mas agora ela tinha sempre os meus braços para consolá-la, e quando isso acontecia, eu sempre repetia a mesma frase “calma amor, tudo ficará bem.”.

A imprensa já não comentava mais sobre o assunto, para eles a morte de Jacob já havia se tornado um assunto velho, mas conosco não funcionava da mesma forma. Aquela perda sempre seria complicada, embora Jacob tivesse cometido vários erros, embora ele me odiasse e com certeza entraria na lista de “um dos piores irmãos do mundo”, ele continuava sendo o meu irmão, meu único irmão, sangue do meu sangue, e era isso que eu sempre queria me lembrar.

E hoje faz exatamente seis meses...

Fora o que pensei, enquanto descia do carro com um buquê de flores em minha mão, Bella gostava de se lembrar dessa data como uma nova data de nascimento, já que ela ter sobrevivido aquele tiro fora como nascer de novo. Não costumávamos falar muito do assunto, se lembrar daquilo sempre trazia o silencio, e dessa vez não fora diferente ao caminho do cemitério, descemos do carro de mãos dadas e entramos no local em silencio. Era como uma visita, eu embora soubesse que visitar mortos não ajudaria na salvação de sua alma, ainda era o único lugar que encontrei para me despedir de Jacob. Eu ficaria algum tempo sem poder cuidar do tumulo, sem trazer flores, mas minha mãe com certeza se encarregaria muito bem disso, ou no mínimo pediria que os empregados viessem ver como o local está. Afinal, ele sempre será um Cullen.

— Eu sei que é difícil para você vir até aqui, se você quiser voltar para o carro... – falei para Bella, e então a olhei, vi que os olhos dela não se desgrudavam daquele tumulo.

Como Jacob foi velado e enterrado enquanto ela ainda estava no hospital, ela só pisou no cemitério, uma única vez após sua morte, dias antes do nosso casamento e ainda fora para me apoiar na visita, ela sentiu-se tão mal que nunca mais quis voltar, com certeza porque deveria a fazer viver novamente aqueles momentos difíceis de seu sequestro.

— Eu tenho que superar Edward e estar aqui, é um meio de superar tudo isso... – ela falou, segurando minha mão com mais força, nos encaramos com sorrisos forçados e voltamos a olhar para o tumulo.

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Agachei e coloquei as flores em cima do tumulo, soltei um suspiro e fiquei alguns minutos pensando, não tinha muitas coisas boas para pensar de meu irmão, para me lembrar dele. Mas tentei me concentrar, naquilo que sempre sonhei para gente, naquilo que queria que tivéssemos sido, mas as escolhas dele não permitiram.

— Bom... – falei, olhando a hora no relógio de pulso. – Está na hora de irmos! – acrescentei levantando-me e olhando para Bella, ela respondeu apenas com um sorriso.

***

Não fora uma decisão muito fácil de tomar, mas vi que era a melhor para aquele momento, Bella e eu pensamos no assunto por mais de um mês, planejamos, repensamos, conversamos, até finalmente vermos que precisávamos daquilo. Precisávamos respirar, precisávamos de um pouco de paz.

E fora isso que nos deu força para deixar aquela mansão, para ficarmos um pouco longe de nossa família, para eu decidir abandonar um pouco os negócios e também me afastar da imprensa e viver apenas para mim e para Bella.

E quando voltamos do cemitério e chegamos à mansão pela ultima vez para recolhermos as nossas malas, fomos recebidos por nossa família e amigos. Lá estava minha mãe, Charlie, Jane, Emmett, Rosalie, Jasper, Alice e Tanya, que assim que chegamos fizeram questão de nos abraçar.

Todos eles sabiam de nossa decisão, de nossa partida, e enquanto se despediam eles prometeu nos visitar, e nos desejaram sorte nessa nova fase de nossas vidas.

Enquanto Bella e eu íamos morar um período longe dali, Emmett cuidaria da empresa e ficaria com a presidência, eu estava sossegado com isso, pois tenho certeza que ele cuidaria muito bem dela. Charlie também prometeu cuidar de Esme, que sem sombra de duvidas era minha maior preocupação, mas eu sabia que ele estava a ajudando a superar esses momentos difíceis, e sei que continuaria fazendo isso com todo o carinho do mundo. Ele me demonstrou ser um grande homem.

O olhei por alguns segundos e o vi abraçar Bella, junto de Jane, lágrimas escorriam dos olhos dos três, mas ao mesmo tempo eles sorriam, era o sorriso da esperança, de uma nova fase que havia começado para todos.

Ouvir as palavras de apoio e de conforto dos meus amigos e familiares, me fez ter mais confiança para ir embora. Enquanto eu estava no quarto e pegava as minhas malas, Bella se aproximou por um momento, colocou a mão em meu ombro e me perguntou:

— Você quer mesmo ir?

Eu a olhei nos olhos e vi que ela estava um pouco receosa, mas ao mesmo tempo com esperanças e cheia de expectativas sobre o futuro que nos aguardava.

— Está com medo? – perguntei.

— Não é tanto pela mansão, mas é ficar longe deles, sabe? – ela falou, e então eu sorri.

— Não se preocupe, se a saudade apertar, a gente sabe onde encontrá-los, e eles também sabem onde estamos... – falei, pegando a mão dela e a beijando de leve.

Bella então sorriu e concordou com a cabeça, aquelas palavras parecia ter sido o suficiente para lhe dar mais segurança, para passar pela porta afora.

Ao sair do quarto, segurando as malas, acompanhado de Bella, encontrei Rodolf no corredor, aproximei do meu velho e fiel mordomo e lhe dei um abraço, o que o deixou surpreso:

— Rodolf, você é como um membro da minha família! – falei, lhe dando leves tapas nas costas, depois o soltei e lhe lancei um sorriso. – Sei que cuidará de todos muito bem, como sempre cuidou!

— Com certeza senhor Edward, eu farei isso, pode ficar em paz... – ele me respondeu. Trocamos sorrisos e depois vi Bella se aproximar e se despedir dele também, com um abraço. Em seguida, descemos as escadas e novamente encontramos todos na sala de estar, conversando e esperando nossa partida.

Embora já tivéssemos falado com todos, novamente fomos abraçá-los, com certeza se despedir de Emmett e de minha mãe fora a tarefa mais difícil, principalmente porque eram os que eu costumava conviver com mais frequência.

— Emmett, eu o obrigo a ir até a fazenda pelo menos a cada quinze dias... – falei, assim que soltei Emmett, ele riu, e deu tapas de leve em meu ombro.

— Claro, vamos adorar, Rosalie já está ansiosa para aprender a andar a cavalo... – disse Emmett, ainda sorrindo.

— Sim e ela terá uma bela de uma professora, a Bella é ótima nisso! – eu falei, e então notei a aproximação de minha mãe, logo coloquei meus braços em volta do ombro dela. – Ah e não se esqueça de levar minha mãe também... – falei, dando um leve beijo na cabeça dela, ela logo sorriu.

— Pode ter certeza, vocês vão cansar de me ver... Pois até que estou gostando dessas ideias da vida calma do campo, de ficar cercada por animais e por belíssimas paisagens, é, com certeza eu vou adorar visitá-los! – minha mãe falou daquele seu jeito doce de sempre.

Assim que Bella e eu nos casamos, eu decidi fazer uma surpresa a ela, comprar uma fazenda, pois eu sabia o quanto ela gostava da vida calma do campo, lá eu a enchi de animais como Bella sempre gostara. Atualmente o local está cercado de cavalos, gados, cachorros, e já tínhamos ido visitar a fazenda algumas vezes, com meus familiares e amigos, até que agora decidimos morar lá de vez.

Assim que despedimos de todos mais uma vez e saímos da mansão. Comecei a pensar, quanto tempo eu demoraria para voltar a ver aquela mansão de novo. Talvez fossem questões de meses, talvez fossem questões de anos. Não sei, mas sinceramente aquilo não me preocupava.

Agora, era uma nova história que estava prestes a ser escrita, eu deixaria um pouco o escritório, para cuidar da fazenda, irei trabalhar com as plantações e da venda de gados e de cavalos de raça, também era um negocio lucrativo, e ainda Emmett cuidando dos meus negócios na cidade, eu não veria nenhum prejuízo com o novo rumo de minha vida, pelo contrario, eu só tinha a ganhar.

Bella achava que ali também era um local inspirador, ela gostava da arte e em meio á natureza ela poderia refletir melhor sobre o futuro. Tínhamos planos de ter filhos, e ainda ela tinha planos de estudar artes plásticas, embora de vez em quando eu notava que ela ficava na duvida entre artes plásticas e medicina veterinária, mas, ainda ela tinha bastante tempo para pensar no assunto.

A fazenda ficava no interior, então fora algumas horas de viagem, já que fomos de carro. Bella aproveitou o tempo para observar a paisagem e para dar uma cochilada, já eu que dirigia tive que me concentrar na estrada e ainda aproveitei para me perder em pensamentos, pensando na vida agora, que teríamos dali em diante.

De todas as vezes em que fui até a fazenda eu nunca me senti tão bem como chegar nela naquele exato momento. Era um novo respirar, era um novo olhar, tanto que Bella e eu tínhamos decidido de colocar o nome da fazenda de: Recanto dos sonhos. Pois tínhamos muito sonhos para viver naquele lugar, tínhamos esperanças de ter ali uma vida mais calma e mais leve, e claro, cheia de amor. E só de pisar os pés ali eu já senti, que sim, que iríamos ser muito felizes naquela fazenda em meio a bela natureza que ela nos proporcionava.

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A propriedade era grande, toda pintada de branca, cercada de verde, devido às gramas e as arvores que havia em volta da casa em que iríamos viver. Que alias, era muito bonita por ser cheia de varandas e janelas. Bella gostou principalmente da bela rede que já estava armada em uma das varandas, ela disse que iria passar boa parte dos finais da tarde ali, balançando na rede e vendo o por do sol.

A fazenda havia muito hectares, então onde ficava a casa era impossível dos olhos alcançarem o celeiro, estábulos, animais e uma bela cachoeira que tem dentro da fazenda. Mas eu já tinha decidido que amanhã, logo cedo iria dar uma passada por lá, acompanhado de Bella.

Assim que nos aproximamos da casa, fomos recebidos pelos empregados e pelo capataz, que amanhã iria nos levar para ver os animais e Bella só de falar com ele já havia ficado animada para andar novamente a cavalo.

Quando chegamos á fazenda já era fim de tarde, Bella que parecia estar bastante ansiosa, fez questão dela mesma pegar as malas e levar até o nosso quarto, que era o maior quarto da casa, sendo duas vezes maior que o da mansão.

Ela fora na frente e eu já fui a seguindo, fora ela que abriu a porta, e mesmo já tendo entrado ali antes, ainda ficou surpresa, parecia que ainda não tinha acostumado com o quarto em que iríamos dividir dali em diante.

— Nossa! Ele é incrível! – ela falou, olhando cada canto do quarto.

O quarto era espaçoso, cercado por moveis totalmente de madeiras, no meio havia a cama de casal bem grande, no canto um enorme guarda roupa e também uma cômoda, já próximo a janela havia uma mesa redonda com duas cadeiras, e a janela, com certeza ela era o que eu mais gostava no quarto, ela era muito grande e nos proporcionava uma bela paisagem da fazenda, seria maravilhoso também observar a noite e o pôr do sol através dela.

— É do jeito que você gosta e confesso que eu também estou gostando muito daqui... – eu falei, embora eu tivesse acabado de chegar, eu já havia notado um novo clima, um novo ar, um novo ambiente. A calma do local, a simplicidade, o barulho apenas da natureza, era tudo um tanto relaxante. Eu me aproximei lentamente da janela e olhei o lado de fora, faltava pouco para o sol se por, a paisagem era tão bonita que dava vontade de não parar mais de olhar. – Fico já imaginando os nossos filhos ali, correndo naquela grama, brincando com os cachorros e rolando pela terra e você aparecendo na porta, gritando: meninos parem! Assim vocês vão ficar doentes, olha só a cor dessa roupa, vão para o banho agora! – eu falei num tom brincalhão, enquanto a cena veio até na minha mente e logo comecei a dar risada.

— É acho que você já está me conhecendo muito bem... – Bella comentou, enquanto se aproximava de mim, logo a puxei pela cintura, para aproximar o corpo dela do meu, suspirei ao sentir aquele calor agradável. – Com certeza eu agiria dessa forma mesmo! – ela acrescentou.

Dei um beijo no rosto dela e em seguida encostei meu queixo em sua cabeça, e comecei a pensar que com certeza há uns dois anos atrás se alguém me falasse que agora eu estaria ali, casado, deixando a minha vida agitada e de empresário para trás, para começar uma vida de fazendeiro em uma cidade do interior, eu diria a essa pessoa que ela está completamente louca. É a vida realmente nos prega cada peça.

- Sim, já estou prevendo o nosso futuro... – falei, ela então me soltou, para poder me olhar nos olhos, e fora o que fiz, olhei para aquele par de olhos que estavam brilhantes, sinceramente os mais lindos que já vi em toda minha vida.

— Você realmente fica feliz ao pensar no futuro em que vamos ter aqui? – ela me perguntou.

E eu, naquele momento, não pensei duas vezes para respondê-la:

— Como eu nunca estive antes...

E então o rosto dela se iluminou com um sorriso e ela colocou sua mão em meu rosto, deslizando aquela pele macia sob minha face.

— Isso me deixa feliz, pois eu estava com receio de você estranhar, mas saiba que eu não poderia sonhar com uma vida melhor do que aqui, ao lado do homem da minha vida e num lugar que eu gosto tanto... – ela respondeu, fazendo-me sorrir.

Dei um longo beijo em sua testa, e depois me afastei um pouco, para aproximar da janela e abrir o vidro, para que assim nós dois pudéssemos encher os pulmões com aquele ar puro carregado por um vento suave do final do dia.

E nas próximas horas, ficamos ali, desfazendo as malas. Mas às vezes parávamos para observar o longo céu acima de nós, uma bela visão que mesmo que eu olhasse por horas eu nunca iria cansar.

Ainda eu tinha que me acostumar com o silencio, da qual só não era por completo, devido o barulho das folhas das arvores se movendo e também do canto dos pássaros que voavam próximo a nossa casa.

Sinceramente eu não achava que o silencio era ruim, mas com certeza ainda eu iria estranhar nos próximos dias, mas eu sabia que logo tudo iria se tornar uma rotina. Uma rotina boa, que enchia os nossos corações de esperança.

De que ali, em um dia de cada vez iríamos superar tudo que passamos. Abrindo uma nova página de novas vidas, mudando o curso da nossa história, assim escrevendo uma nova, com mais luz, com mais cor, e com muito, com muito amor.

FIM

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.