22. Golpista?

Enquanto eu tomava café da manhã a minha cabeça girava, eu não conseguia parar de pensar na possibilidade de Jacob estar envolvido naquela ligação. Se caso tivesse, o que será que ele queria com Bella? Ameaça-la? Tentar convencê-la a ir para onde quer que ele tenha ido?

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Realmente pelo que eu conhecia Jacob, ele não era homem de desistir fácil das coisas, muito menos perder uma mulher para mim. Então existia mesmo essa possibilidade dele estar envolvido nessa ligação misteriosa, já que, ele até tinha aceitado ir embora fácil, e isso não faz parte da personalidade desprezível dele.

— Bom dia meu filho! – minha mãe falou toda sorridente, enquanto entrava na sala de jantar, ela sentou a mesa, acompanhada de Charlie que parecia estar contando alguma história para ela referente ao interior. Ele também me deu um “bom dia”, mas eu estava tão distraído, que sequer prestei muita atenção no que eles falavam. Terminei de beber um copo de suco e me levantei, seguindo até o meu quarto para pegar o meu celular.

Assim que o encontrei em cima da cômoda, me virei e olhei para Bella que continuava dormindo tranquilamente na cama, agora com as pernas e os braços mais abertos, já que a cama de casal havia ficado apenas para ela.

Eu suspirei e então sai rapidamente do quarto, andei pelo corredor e cheguei ao quarto de Jane, bati na porta umas duas vezes, para finalmente ela abrir a porta para mim.

— Edward? – Jane falou, parecendo surpresa por minha “visita”.

— Oi Jane! Eu queria te perguntar uma coisa, você ficou com o celular da bella enquanto viajávamos não é? – eu perguntei para ela, ela pareceu ter ficado ainda mais confusa com a minha pergunta.

— Sim, mas por que? – ela perguntou.

— Por acaso alguém ligou? Um amigo de vocês lá do interior... – perguntei.

— Não! – ela falou rapidamente. – Não tocou nenhuma vez desde que vocês viajaram... – ela então deu de ombros e eu suspirei. – Tá acontecendo alguma coisa? – ela perguntou.

— Não, não, esquece, não é nada, é só uma pergunta mesmo... – falei. – Obrigado Jane, tenha um bom dia!

Fui para o escritório, e durante todo caminho fiquei ainda pensando nesse assunto, assim que entrei em minha sala e coloquei a minha maleta na minha mesa, ouvi o barulho da porta se abrindo, virei para trás e me deparei com Emmett.

— E ai amigo, como foi de viagem?! – Emmett falou todo animado, vindo e me abraçando, mas logo depois que olhou para o meu rosto, ele viu que eu estava com algum problema. – Edward aconteceu alguma coisa? A viagem não foi muito boa?

— Não, que isso, ela foi boa, só que... – eu comecei, mas me calei, assim que vi Tanya entrando na minha sala, e a sua visita inesperada me deixou confuso. – Tanya? – falei, e até Emmett se virou para olhá-la.

— Oi Edward! – ela disse, e se aproximou, olhando-me fixamente. – A gente precisa conversar... – ela falou, me olhando com um olhar bastante sério, naquele mesmo momento fiquei extremamente confuso.

***

— Tanya, o que venho fazer aqui? – perguntei, sentando em minha cadeira e a olhando com um olhar sério. Emmett já havia até saído da sala, para nos deixar a sós. Embora pelo que eu conhecia Tanya, eu não sei se isso tenha sido uma boa ideia.

Ela suspirou e então se sentou na cadeira a frente, passou a mão em seus cabelos loiros, e me olhou agora com um olhar mais sério do que antes.

— Eu tenho algo sério para te contar... – ela falou.

— Algo sério? – perguntei, franzindo a testa.

— A gente pode sair para beber alguma coisa! É melhor para conversarmos... – ela sugeriu, eu suspirei e discordei com a cabeça.

— Olha Tanya, eu acabei de voltar de viagem... – eu comecei.

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— Sim, eu soube dessa sua viagem! – ela falou num tom de pura irritação. – Lua de mel, é?

— Tanya, você venho reclamar do meu casamento? Porque se for isso...

— Não! – ela me interrompeu. – Como eu disse, eu tenho algo para te falar, mas é sobre sua esposa!

— Minha esposa? – perguntei.

— É, mas a gente conversa melhor enquanto tomamos um café, o que acha? – ela sugeriu e então se levantou.

— O que você vai me dizer realmente é importante? – eu perguntei me levantando da mesa, enquanto ainda a olhava, me aproximei dela, ainda reparando em sua expressão facial, tentando de alguma forma retirar alguma coisa através dela.

Ela sorriu para mim e colocou a mão no meu rosto.

— Importantíssimo! – ela simplesmente falou. Notei que seus olhos brilhavam de uma forma estranha, e logo pensei: espero que ela não esteja mentindo, só para me levar para sair!

***

Levei Tanya a um café próximo a empresa mesmo, entramos lá e sentamos numa mesa que ficava no meio do estabelecimento. Eu pedi um expresso e ela um cappuccino, e enquanto esperávamos, eu já quis começar a falar logo, pois quanto mais rápido começávamos, mais rápido terminávamos aquela conversa, e essa era a minha intenção.

— Você não me trouxe aqui para falar mal de minha esposa, não é? – eu já fui perguntando. Com certeza eu ficaria muito irritado, se tudo aquilo fosse apenas para Tanya começar a dar os seus chiliques de ciúmes.

— Não, não digo falar mal, mas eu descobri uma coisa, na verdade me falaram uma coisa e sei que você é esperto e por tudo que vivemos, eu acho que no mínimo que posso fazer é te alertar... – ela falou.

— Me alertar do que? – perguntei, cada vez entendendo menos o que ela queria falar para mim. Ela então suspirou.

— Ok, eu já sei de tudo Edward! – ela disse, e no mesmo momento meu coração disparou. Pois eu imaginei logo que esse “tudo”, envolvia Bella fingindo ser minha esposa.

— Tudo o que?- perguntei.

— Jacob viajou para fora do país! – ela começou.

— Sim... – confirmei.

— Mas antes dele ir ele me contou muitas coisas... – ela falou, e eu não entendi.

— Ele falou o que? – perguntei.

— Que sua esposa é uma golpista! – ela disse, e então eu ri e neguei com a cabeça.

— Jacob é um idiota, você não deveria acreditar em nada do que ele fala! – eu disse, e já ia continuar, mas acabei me calando ao ver a garçonete se aproximando e trazendo os nossos cafés, quando ela saiu, Tanya já começou a falar.

— Será Edward? Eu acho melhor tomar cuidado, porque ele me garantiu isso e ainda me disse que ela até mesmo tem um cumplice...

— Cumplice? – perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Sim... – ela falou e eu suspirei. – Ele me contou que ela só foi aparecer na vida de vocês depois do seu acidente, e que você não se lembrava dela, ela contou que você mentiu para ela falando que era pobre, mas ele me garantiu que na verdade tudo isso foi arquitetado, ela se fazer de boazinha e santinha, a irmã, o pai, ela dar uma de mulher do interior, virgem, que faz tudo pela família e blá blá blá, isso tudo é papo para te comover, mas todos na verdade são golpistas e ainda, ela tem um cumplice por fora, que é o amante dela! – ela disse, eu discordei com a cabeça achando aquilo um absurdo.

— Tanya... Jacob mandou você aqui? – perguntei.

— Claro que não, ele já me falou isso há muitos dias, eu só decidi vir aqui contar para você essa história agora... – ela falou.

— Ah é e por que? – perguntei.

— Eu tinha medo de contar e você achar que estou apenas com dor de cotovelo! – ela disse, dando de ombros.

E então eu suspirei, realmente era isso que eu estava começando a achar.

— Ele pode ter apenas chegado em você e mentido, já sabendo que uma hora você iria contar isso para mim... – eu falei.

— Ele me disse que você não se lembra do seu casamento! – ela falou, e eu bufei e olhei para o meu café. – Você não pensou que tudo isso pode ter sido um golpe? Que não existe casamento, e na verdade ela apareceu com um cumplice apenas para herdar todo seu dinheiro, sei lá, ele chegou a falar que a ouviu falando uma vez com um tal de Mike Newton! – Tanya disse, dando de ombros.

— Mike Newton? – perguntei, ao mesmo tempo o meu coração disparou. Pois me lembrei da ligação.

— Sim! – ela respondeu. – Ele falou que acha que ele é o cumplice dela!

— Se isso tudo fosse verdade, por que ele tentou fugir com ela? – perguntei, afinal, se eu cogitasse que essa era a verdadeira verdade dos fatos, isso não encaixaria nessa versão de Jacob.

— Segundo ele, ela o seduziu, se fez de santa, de coitada, disse que você se casou com ela em segredo, mentiu sobre a sua condição financeira, fingia de triste, mas ai de repente você voltou, logo ela começou a dizer para ele que você voltou diferente, não se lembrava dela, era violento, parecia um louco e que ela até mesmo pediu a separação, mas você não quis, pois estava obcecado por ela, até que chegou uma hora que ela disse a Jacob que o amava, e que queria ir embora com ele, mas ai na viagem ele descobriu que ele também estava sendo vitima de um golpe, pois ele ouviu uma ligação dela com Mike Newton, e que essa do pai dela ligando para você, pedindo para você tirá-la das garras dele, era tudo um golpe, tudo foi arquitetado, para você acreditar que ela era a santa e ele o vilão, já que eles precisavam de um plano para você cair na dela, pois o primeiro plano não deu certo...

Eu dei alguns goles de café, antes de lhe perguntar:

— E qual era o primeiro plano que não deu certo? –

Sua morte... – ela falou. – segundo Jacob, o amante dela tentou te matar, o acidente foi tudo planejado Edward!

Naquele momento meu coração disparou fortemente, e o café foi descendo na minha garganta com dificuldade.

— Por que ele te contou tudo isso? – perguntei, quando minha voz voltou.

— Ele estava chateado, quis desabafar comigo antes de viajar... Mas ele disse que você nunca acreditaria nele, e por isso foi embora... – ela falou, então começou a beber seu cappuccino. – Olha Edward, não sei se isso é verdade, mas é o que ele me disse, agora você que tem que ver se essa história faz sentido para você ou não...

***

Realmente aquela história querendo ou não, meio que acabava fazendo um pouco de sentido. Se existisse uma possibilidade, mesmo que pequena de Jacob ser inocente, Bella teria que ser a vilã. E aquela ligação... Poderia ser de Mike Newton.

Tudo bem, eu não queria duvidar dela, eu a amava, e ainda ela realmente parecia ser sincera, mas eu queria pelo menos ir a fundo nessa possibilidade, logo então quando cheguei em minha casa, fui direto para o quarto de Bella,

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— Bella, Bella... – a chamo quando não a encontro no quarto.

— Estou aqui – ela falou parada na porta, me virei e a encarei com um olhar sério.

— Onde estava? – eu perguntei.

— Eu estava no quarto de minha irmã, estávamos conversando... – ela respondeu, então cocei a cabeça.

— Ela falou algo? – perguntei, me lembrando da pequena conversa que tive com ela logo de manhã.

— Não! Por que? – ela me perguntou. Então eu suspirei.

— Não, nada! Mas... Não aconteceu nada que você queira me dizer? – questiono, esperando que ela me falasse do tal Mike Newton.

— Não, está tudo bem – ela fala, notei certo nervosismo em sua voz.

— Tudo bem então, eu vou tomar um banho e me arrumar para a gente jantar! – falei, dei as costas e fui para o banheiro, percebendo que agora eu estava um pouco mais nervoso do que antes, fechei a porta, e me encostei nela e dei um longo suspiro.

Eu sabia que eu precisava manter a calma e esperar, pois a ultima coisa que eu queria era lhe fazer acusações sem ter a certeza de que ela está me enganando, e se aproveitando dos meus sentimentos.

O jantar fora calmo, na verdade as únicas vozes que escutávamos era de minha mãe e de Charlie que conversavam um com outro, eu estava distraído, pois eu não conseguia parar de pensar em tudo que Tanya me falou. Será que era mesmo verdade que Bella é uma golpista? Será que existia a possibilidade de meu irmão não ser o monstro da qual o acusei todo esse tempo? Será que eu me enganei tanto assim com Bella? Será que fui inocente demais em acreditar tão fácil nessa história que ela me contou?

O meu coração na verdade não queria acreditar naquilo tudo, mas o meu lado racional me alertava dizendo que o melhor era eu tomar cuidado. E eu ficava na duvida, sem saber ao certo qual lado escutar.

— Edward eu vou me recolher, você vem comigo? – Bella me perguntou, assim que terminamos de comer, só então eu acordei dos meus pensamentos.

— Pode indo na frente, eu tenho algumas coisas para resolver no escritório, antes de me deitar! – eu disse com indiferença, evitando olhá-la.

— Tudo bem então, eu estarei te esperando no quarto! – ela disse, e a observei saindo da sala de jantar. Eu suspirei e então desejei boa noite a minha mãe e a Charlie que era os únicos que estavam na sala de jantar, já que Jane também já tinha ido para o quarto e em seguida eu fui para o escritório.

Entrei nele, fui até a minha mesa e me sentei, soltei um suspiro, enquanto eu ainda pensava nos últimos acontecimentos. Não passou nem cinco minutos, para o telefone tocar. No segundo toque, eu decidi atender.

- Alô? – eu falei.

- Alô, por favor, eu gostaria de falar com Isabella, ela está? – falou uma voz masculina, no mesmo minuto meu coração disparou. Com certeza era o mesmo homem que ligou durante a manhã.

— Quem gostaria? – perguntei.

— É Mike Newton! – ele respondeu, no mesmo momento meus lábios se entreabriram, era o mesmo nome que Tanya havia falado. – quem está falando? – ele perguntou.

— Edward, marido dela, o que você quer com a minha mulher? – perguntei num tom raivoso, me levantando da cadeira, fechei os meus punhos, apoiando-me na mesa. Já ele permaneceu calado, acredito que ele não esperava que fosse eu que iria atender o telefone. – Hein? Me responde! – falei. E então, o maldito desligou a ligação. – Droga! – resmunguei.

Coloquei o telefone no gancho e sai do escritório, fui até a sala de estar, me aproximei do meu mordomo, que estava fechando a cortina da sala.

— Rodolf, boa noite! – falei, sorrindo para ele, ele se virou para mim e me encarou, com um sorriso no rosto.

— Senhor Edward, o senhor necessita de alguma coisa? – ele perguntou

— Não, eu só quero saber se aquele homem ligou novamente atrás da Isabella... – comentei

— Ah não senhor, agora mesmo o telefone tocou, mas antes de eu atender o telefone já havia parado... – ele disse.

— mas e antes disso, durante a tarde? – perguntei.

— não, ninguém ligou... Caso ele ligue, eu me lembrarei de avisar o senhor, pode ficar sossegado... – ele disse, suspirei e então concordei com a cabeça.

— Está bem, boa noite Rodolf! – falei, e então fui até a escada e subi rapidamente, fui até o meu quarto aonde eu sabia que Isabella estava me esperando e abri a porta rapidamente, vi que ela estava penteando o cabelo em frente ao espelho, e assim que ouviu o barulho da porta se abrindo, ela se virou e me olhou.

— Edward? Pensei que iria demorar mais! Mas que bom que já venho para o quarto... – ela disse, colocando a escova de cabelo em cima da cômoda, e então se virou e começou a se aproximar de mim, ela me abraçou, colocando os braços em volta de minha cintura. – Eu já estava com saudades! – falou com um sorriso no rosto.

Logo segurei os braços dela, afastando-a de perto de mim, então dei alguns passos para frente, em seguida me virei e olhei para Isabella.

— Edward, o que está acontecendo? – ela perguntou, me olhando com um olhar confuso.

— Bella... Quem é Mike Newton? – finalmente eu perguntei, aproximando-me novamente dela. E então ela me encarou, com os lábios entreabertos.

Continua...