Accomplished Woman

Capítulo 8


A minha parte favorita de nossa casa sempre foi a varanda. Por incrível que pareça, sempre foi o lugar em que eu me sentia mais livre para fazer o que quisesse, em paz. Eu gostava do meu quarto, mas dividi-lo com Petúnia e Rose fazia com que eu nunca ficasse totalmente à vontade. Já na varanda, a voz alta da minha família mal chegava aos tranquilos bancos e a visão do horizonte conseguia fazer com que eu me esquecesse dos problemas com os quais teria que lidar se passasse para o lado de dentro.

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Eu estava desenhando uma flor que havia colhido perto da cidade, mais cedo naquele dia, quando Lily chegou chacoalhando um papel perto do meu rosto. Abaixei meu caderno e a encarei, um pouco aborrecida.

— Chegou uma carta para você! - ela exclamou - De Tia Minerva.

Sorri e peguei a carta.

Minerva era a irmã de nossa mãe, a tal tia que morava em Londres. Anteriormente, naquele ano, eu havia enviado uma carta a ela. Eu pedi para passar algum tempo com ela, na cidade. Se eu conseguisse sua permissão, seria muito mais fácil convencer meus pais a me deixarem ir.

Abri a carta rapidamente e li seu conteúdo. Desviei meus olhos para os de Rose, que sorria para mim.

— Então? - ela perguntou - Você vai para Londres?

Suspirei e guardei a carta no bolso de minha saia.

— Não. - murmurei - Tia disse que tem estado muito ocupada, mas que me escreverá uma carta quando eu puder visitá-la.

— Eu sinto muito, Lil. - Rose disse, pegando minha mão. - Eu sei o quanto você queria isso.

A puxei para um abraço.

— Vocês não vão se livrar de mim tão fácil.

Ela riu.

— Em algum momento, você e Petúnia irão finalmente embora e eu terei o quarto só para mim. - ela disse

Dei uma gargalhada.

— Ora, ora, ora. - ouvi a voz de Remus dizer - Esse é um abraço de Lily-vai-para-Londres?

— Não. - Rose respondeu por mim - É um abraço de sinto-muito-Lily-você-vai-ter-que-ficar-com-a-gente.

Remus me encarou, confuso.

— Tia Minerva não te deixou ir? - ele perguntou

Dei de ombros.

— Ela está ocupada. - murmurei

Ele assentiu.

— Eu sinto muito. - ele disse, com sinceridade.

— Obrigada. - sorri

Ele abriu os braços e envolveu nós duas.

— Bom, mas se isso significa que minha irmã favorita vai continuar perto de mim, eu aceito.

— Ei! - protestou Rose

Dei uma gargalhada.

Você sabe que eu estou mentindo para tentar fazer com que ela se sinta melhor, Rose. - Remus sussurrou

Apertei os dois mais forte ainda. Tê-los era um baita de um consolo, afinal. Eu não tinha certeza que conseguiria ir para Londres e ficar muito tempo sem eles. Nunca havíamos ficado separados desde que havíamos nascido.

— Lily vai para Londres? - Petúnia perguntou, enfiando a cabeça para fora da porta.

— Não, Túnia. - respondi

Ela fechou a cara.

— Uau! - exclamei - Você podia pelo menos fingir que ficou um pouco contente?

Ela revirou os olhos.

— É claro que eu fico feliz de ter você aqui por perto, mas eu sei o quanto você gostaria de ir. - ela rebateu

— Então isso não tem nada a ver com James? - perguntou Remus

— É claro que não. - ela respondeu rapidamente - Isso não é nem uma competição. Lily não gosta do Sr. Potter,, não é?

— Correto. - assenti

— E o Sr. Potter, não gosta de Lily! - ela deu de ombros - Então, eu estou genuinamente triste por minha irmã não ter conseguido o que ela queria.

Remus estreitou os olhos, mas assentiu.

— De qualquer forma, Válter insinuou que passaria aqui em casa ainda hoje. - ela disse - Se ele chegar, por favor digam que eu não estou em casa.

Ri.

— Pare de maltratar o homem! - protestei

— Ele não sabe lidar com rejeição. - ela bufou - Eu estou muito envolvida com o Sr. Potter, no momento.

Remus segurou a risada.

— Nós daremos seu recado a Válter. - ele disse

Ela assentiu, deu uma piscadinha e voltou para dentro.

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— Eu gostaria de ter a autoestima de Petúnia. - Remus riu

Rose concordou.

Tsc. Eu não. - discordei - Ela fica parecendo uma maluca falando dessa forma. Eu estou muito envolvida com o Sr. Potter, no momento.

— Fico feliz em ouvir isso. - ouvimos uma voz dizer - Eu não sabia que você se sentia assim, Lily, mas com certeza podemos conversar sobre isso.

Eu sabia que ele estava me dando um sorriso presunçoso mesmo antes de me virar.

— James Potter. - murmurei - A que devemos a honra da sua visita? Novamente.

Ele deu uma risadinha.

— Agradável, como sempre.

— Oi, James. - sorriu Rose

— Oi, Rosie. - ele piscou - Oi Remus.

Remus assentiu com a cabeça, sorrindo.

— Eu estava me perguntando se você gostaria de dar uma volta pela cidade comigo. - ele disse - Está uma tarde adorável.

Abri a boca mas Remus respondeu antes que eu pudesse emitir qualquer som.

— Ela adoraria. - ele disse

Franzi as sobrancelhas para ele.

— Vai ser melhor do que ficar aqui choramingando por causa da carta. - ele murmurou

Assenti e James ofereceu o braço para mim. Revirei os olhos mas o segurei de qualquer forma, fazendo-o dar uma risadinha.

Quando já estávamos na cidade, James arriscou iniciar uma conversa.

— Você quer falar sobre a tal carta? - ele disse - Eu sou um bom ouvinte.

Sorri.

— É mesmo? - provoquei

— Você ficaria surpresa. - ele sorriu

Chacoalhei a cabeça.

— Não é nada. - murmurei

— É claro que é. - ele disse - Você mal abriu a boca até agora, nem mesmo para me criticar.

Ri.

— Eu enviei uma carta para minha tia, pedindo para ficar com ela por alguns meses.

— A sua tia que mora em Londres? - ele perguntou

Assenti.

— E ela disse que não? - ele deduziu

Assenti novamente.

— Ela está ocupada, no momento. - expliquei

James concordou.

— Eu sinto muito. - ele murmurou

— Obrigada. - eu respondi

— Eu prometo que te levo comigo da próxima vez que for a Londres. - ele disse

Dei uma risada.

— Você não precisa fazer isso. - eu disse

— Eu sei. - ele respondeu - Mas eu não me importaria. Seria legal ter companhia e você, apesar de tudo, é uma boa amiga.

Sorri.

— Você também. - eu disse

Ele sorriu. Ficamos nos encarando por alguns segundos, em uma trégua silenciosa. Os olhos de James ficavam mais brilhantes ao ar livre.

— Para onde você está me levando, no momento? - ele perguntou, mudando de assunto abruptamente.

— Ja passou da hora de você conhecer o melhor estabelecimento de Austen. - sorri

— Um bar? - ele sugeriu - Um estábulo?

Ri e apontei com a cabeça para o que nos aguardava no final da rua.

— A biblioteca.