Tarja Preta
Bundinha do Edgar.
Sentada em um dos sofás da família Espínola estava Laura, uma menina morena, alta e com lindas pernas. Uma maravilhosa vista na opinião de Edgar. Estava com as pernas sobre o sofá, usava uma calça de tecido quase transparente e uma blusa decotada azul.
“O que está acontecendo comigo?!”, pensava Edgar. “Tenho que me interessar! Ela é linda e definitivamente está me dando mole!”
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Em que está pensando?! – perguntou Laura acariciando a virilha do rapaz, que forçou um sorriso. Ela beijou delicadamente os lábios finos de Edgar. Mordiscou o pescoço dele e apertou mais seu corpo contra o dele.
Instigado, Edgar passou a mão pelos seios dela e chegou a ouvi-la soltar um gemido baixo, mas a única coisa que conseguia pensar é que Laura não era a Ana Carolina.
— O que eu fiz de errado? – perguntou ela notando que o volume nas calças de Edgar ainda era inexistente.
— Nada, você é incrível. – ele suspirou. – Mas... Preciso comprar jornal! – mentiu, escapulindo de casa antes que Laura pudesse impedi-lo.
— O que está fazendo aqui?! – perguntou Ana Carolina abrindo a porta, dando de cara com Edgar.
— Olá... – ele murmurou sentindo o rosto queimar de vergonha. – Posso conversar com você?
A garota ponderou por um instante enquanto observava a expressão de desespero estampada no rosto do rapaz. Com pena, decidiu aceitar o convite e caminhou ao lado dele pelo quarteirão.
— Ana, eu não aguento mais esperar! – ele começou segurando a mão dela. – Sei que me acha um zero a esquerda, burro e nojento, mas imploro! Me da pelo menos uma chance de mostrar como gosto de você?
— Eu não quero ser mais uma de sua longa lista, Edgar! – murmurou ela confessando o que realmente sentia. – Tenho medo que me magoe.
— Eu não vou te magoar, mulher! Estou completamente apaixonado por você e só Deus sabe o porquê! Você é diferente de todas as garotas que já me relacionei. O que quero dizer é...
Tomada de uma coragem que não era sua, Ana o beijou fazendo-o calar a boca.
— Você me quer... – sussurrou Edgar quando o beijo acabou. – ELA ME QUER! – berrou ele para as pessoas que estavam do outro lado da rua.
— Então... Estamos namorando?!
— Quando diz namorar, você quer dizer exclusividade e monogamia?
— Claro!
— E não tem jeito de você abrir mão disso? – perguntou ele esperançoso.
— Nem pensar!
— Então, acho que estamos namorando... – murmurou ele. – Mas o lance do sexo só depois do casamento vai ser revisto, não é?
- Não abusa da sorte, garoto!
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Gabriela estava com uma baita dor de cabeça, afinal tinha bebido muito na noite passada. A mãe dela havia decidido passar uma semana inteirinha velejando com o George, aparentemente seu novo padrasto. Contra a vontade da filha, Ana pediu para que João recebesse Gabriela em casa.
Notando o horário, Gabi começou a se trocar pois o táxi chegaria em alguns minutos.
— Oi. – Daniel falou aparecendo na janela dela, vendo-a apenas de calcinha e sutiã.
— Droga! – ela gritou se cobrindo com uma toalha. – O que você está fazendo aqui?! Por que nunca bate?!
— Porque estou em sua janela.
— O que você quer? – ela estava realmente constrangida e nervosa. Sempre quis que Daniel a visse seminua, mas não queria que fosse desse jeito: Com cabelo bagunçado e calcinha furada.
— Vai sair?
— Irei para a casa do meu pai, mas isso não interessa! Anda, me responde! Por que está aqui?
— Queria lhe ver. – ele sorriu quase fazendo-a se derreter. Quase, pois ela estava muito nervosa para isso.
— É uma pena, pois eu não quero olhar para sua cara!
— Então é verdade? – ele pareceu tristonho. – Não vai ligar se eu for embora?
— Sim, é verdade. – mentiu ela tentando parecer indiferente. – Por que insiste em ficar perguntando?!
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— Agora já tem. Pode ir. – Daniel sorriu de forma melancólica e depois piscou os olhos para ela.
— Ok... – disse por fim. – Bela calcinha. – e então ele pulou da janela, fazendo com que Gabi se assustasse. Pensando que o amigo havia caído no chão e se machucado, Gabriela correu para vê-lo, mas o maldito caiu em pé como um gato.
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— Oi! – Edgar gritou. – Onde está o Daniel?
— O Dan... – Sérgio começou a falar surpreso. – Isso é um buquê de flores?!
— Sim.
— Para o Daniel?
— É.
— Ele está lá em cima. Entre, a casa é sua! – ele abriu os braços e abraçou o rapaz. – Pode se sentar, já irei chama-lo. – então o homem subiu as escadas.
Poucos minutos depois, Daniel apareceu na sala vestido com um pijama dos ursinhos carinhosos.
— Finalmente lembrou da minha existência? – resmungou olhando para Edgar.
— Ah, cala a boca! – ele se ajoelhou e entregou as flores para Daniel.
— Obrigado. – ele pegou o buquê e o cheirou. – Quer me ajudar a dar banho no Tripé?
— Então é isso? Já estamos de bem?
— Sim. - ele sorriu. – Pode subir!
— Depois de você! – Ed riu acompanhando o amigo. – Oi Tripé! – falou quando o cachorro correu até ele com suas três patas. – Como você está?
— Mas então? – Daniel começou. – Por que estava irritado comigo?
— Não sei bem. – Ed deu de ombros. – Para ser sincero, não pretendia voltar a falar com você assim tão cedo, mas aconteceu algo que realmente preciso dividir com você.
— Seu pai morreu?
— Não, melhor do que isso! – Ed gritou.
— O que?
— Finalmente consegui beijar a Ana Carolina! Estamos namorando!
— AH! – Daniel gritou abraçando o amigo. - É realmente um milagre você namorar sério! Estou emocionado! Quero ser o padrinho, ok?
— Claro, quem mais seria? – Ed riu.
— Ela aceitou fazer sexo antes do casamento?
— Não... – ele rosnou. – Mas não me importo! – Daniel ergueu a sobrancelha. – Ok, eu realmente quero afogar o ganso, porém tudo tem seu tempo!
— Você está tão mudado!
— Eu sei! – Edgar abraçou o rapaz mais uma vez. – Eu estive pensando melhor em nós dois e cheguei a uma conclusão... Me perdoa por ter te ignorado e tratado mal?
— Não precisa pedir desculpas.
— Preciso sim.
— Está tudo bem, eu perdoo você. Você é meu melhor amigo, sempre será e em comemoração por conta do seu novo namoro, sairemos e iremos nos divertir! – ele tirou dois pedaços de papel do bolso e mostrou ao amigo. - Tenho dois ingressos para aquele show da Broadway que amamos.
— Não acredito! – Edgar colocou as mãos na boca e tentou pegar os tickets, mas Daniel os puxou de volta.
— Mas antes vamos dar banho no Tripé! – o cachorro começou a chorar quando Daniel ligou a torneira da enorme banheira. – Vai ficar tão limpinho como a bundinha do Edgar!
— Isso não tem graça! – disse Ed resmungando.
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