Pais e Filhos

Capitulo 5


Pela segunda vez na vida, Chouji estava parado na frente do Restaurante Q e sua mente não estava na comida lá dentro. Ele suava frio e seu estômago se agitava de nervosismo. Faziam dois dias que Temari havia voltado para a vila e Shikamaru tinha marcado uma nova reunião InoShikaChou, dessa vez com a presença da esposa do Nara e do marido da Yamanaka. Karui não poderia comparecer, Chouji não havia conseguido ir buscá-la ainda.

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Ele respirou fundo, tentando se acalmar. Shikamaru não havia dito nada sobre a reação de Temari. Ele parecia estar bem e não ter sofrido nenhuma tentativa de assassinato, mas Chouji temia que Temari estivesse guardando o instinto destrutivo para usar nele.

Ino e Sai chegaram primeiro, cumprimentaram o amigo e tentaram acalmá-lo sobre a perspectiva de enfrentar Temari, sem muito efeito. Ino não havia conseguido conversar com a amiga ainda e também estava receosa a respeito da reação dela a tudo aquilo, enquanto sua própria insegurança ainda deixava um incômodo na boca do estômago.

—Eles estão demorando. –Sai murmurou depois de alguns minutos do horário combinado.

—Será que Temari resolveu que era um bom momento para matar Shikamaru? –Ino brincou para espantar um pouco o clima tenso que estava entre os três.

Chouji engoliu em seco.

—Não diga essas coisas, você não ‘tá ajudando! –ele lamentou para Ino, fazendo a loira rir da expressão do amigo.

—Vamos entrando. –ela disse –Esperamos eles lá dentro e você vai comendo para se acalmar.

Chouji respirou fundo e assentiu. Entraram os três no restaurante e pediram a mesa para cinco, avisando que mais duas pessoas viriam. O atendente os conhecia pela frequência que iam na casa e garantiu que levaria Shikamaru e Temari ali quando os dois chegassem.

Sentaram-se Ino ao lado de Sai e Chouji sozinho do outro lado da mesa. Pediram a comida e sakê e começaram a conversar. Chouji não perguntou nada sobre a decisão de Ino, achou melhor deixar isso para o momento que todos estivessem reunidos, mas a Yamanaka não parecia mais tão nervosa, falando e gesticulando como normalmente sobre suas missões e sobre as clínicas. Conforme a conversa ia correndo, Chouji sentiu o nervosismo diminuir e começou a comer assim que a comida chegou, mais tranquilo. Sai participava da conversa às vezes, comentou sobre a última missão e até mesmo como era difícil ficar tanto tempo longe, deixando Ino avermelhada e Chouji com saudade da própria namorada.

Chouji estava até mesmo rindo da história engraçada de Ino sobre um cliente maluco que quis comprar todas as orquídeas da floricultura porque “ela não sabia o que estava fazendo com aquelas flores” quando seus olhos vagaram para os corredores entre as mesas e bateram no casal que vinha em direção a mesa: Shikamaru estava com sua postura relaxada, até mesmo cansada, o olhar preguiçoso e a cara de tédio, bocejando logo depois de Temari dizer alguma coisa. Chouji sentiu o suar frio voltar conforme a loira de expressão fechada e olhar duro se aproximava da mesa junto com o marido.

—Oe, vocês já estão até comendo... –Shikamaru comentou quando chegou mais perto, coçando a nuca com uma das mãos –Desculpem o atraso, precisei trabalhar até mais tarde.

—Sem problemas. –Ino garantiu enquanto os dois se sentavam, Shikamaru ao lado de Chouji e Temari ao seu lado –Chouji, grita o garçom aí.

Chouji não fez o que Ino pediu, focando o olhar em qualquer lugar menos no casal que acabou de chegar. Ino olhou dele para Temari, sentada quase à sua frente, que tinha uma expressão neutra. Ela podia sentir a tensão que se instaurava na mesa com a chegada do casal.

—Certo... –Shikamaru resmungou quando percebeu que o melhor era acabar com aquela tensão de uma vez –Eu acho que a Temari quer falar algo...

—É, eu quero. –Temari o cortou, sua voz dura fez Chouji se encolher.

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O silêncio predominou na mesa. Chouji esperava o momento que Temari se levantaria e tiraria seu leque de algum pergaminho de invocação para matá-lo, Ino encarava os amigos com uma pontada de preocupação, Sai observava todos com certo receio do que iria acontecer, Shikamaru estava entediado com aquele jogo idiota de Temari e enquanto esta se deliciava com a cara de pânico do melhor amigo de seu marido.

Ela respirou forte e declarou:

—Eu queria muito te castrar, Chouji, mas a essa altura isso não vai resolver o problema de ninguém. –ela revirou os olhos –Essa tradição do clã de vocês é machista, mas não deixa de ser uma tradição que há anos tem fortalecido os laços entre os clãs e formado boas equipes shinobi.

Todos continuaram em silêncio depois da declaração de Temari. Chouji quase não respirava, tentando processar o que ela dissera depois da ameaça.

—Isso quer dizer que você... –Sai começou.

—Que eu aceito, se Ino aceitar também. –ela respondeu e olhou para sua amiga.

Ino sorriu, sentindo o carinho que Temari direcionava a ela com aquelas palavras. Qualquer pessoa podia achar que Temari estava colocando a decisão e todo o peso nas mãos de Ino, mas ela conhecia o suficiente a esposa de Shikamaru para saber que aquilo era Temari dizendo que elas apoiariam uma a outra, fosse para ter bebês ou enfrentar os clãs.

—Acho que vamos ter bebês comilões, preguiçosos e barulhentos para cuidar então. – a Yamanaka finalizou.

Temari foi a primeira a rir, seguida de Ino e Sai soltou uma pequena risada. Shikamaru revirou os olhos, mas riu também. Chouji suspirou em alívio, sentindo o clima tenso e o nervosismo se dispersar. Temari ainda lançou um olhar assassino para ele por cima do ombro de Shikamaru que o fez ter um sobressalto e gerou novas risadas na mesa.

~x~

A viagem não havia sido conturbada, mas também não havia sido das melhores. A gravidez de dois meses não se denunciava visualmente, contudo os enjoos matinais perduravam, atrapalhando seu condicionamento físico. Ela havia discutido com Chouji por ele ter exigido carregar tanto as coisas dele quanto a mochila dela, porém se sentia grata por ter cedido, ela odiava demonstrar fraqueza e não conseguiria manter seu ritmo normal se estivesse carregando peso.

Os dois pararam no portão da Vila de Konoha para respirar e dividir o último gole d`água de suas garrafas antes de rumarem para o escritório do Hokage. O Rokudaime os recebeu com a educação de sempre e disse que esperava que Karui se sentisse acolhida na vila deles, ela riu um pouco sabendo que seu Raikage não seria tão polido dessa forma.

—Karui, marquei uma reunião para você com Temari para daqui a dois dias, acredito que seja o suficiente para que organize a mudança. – o Hokage começou explicando. – Ela vai lhe explicar como funciona toda a parte burocrática da aliança entre as vilas e você ficará então responsável pela parte de Kumo. –ela concordou e agradeceu mentalmente Temari pela oportunidade. Outra coisa que odiava era se sentir inútil, mas tendo tantos enjoos, a mais simples missão fora da vila estava fora de cogitação. Por ideia de Shikamaru, ela assumiria um cargo diplomático como o de Temari. –Chouji, esses dois dias também serão sua folga. –o rapaz assentiu feliz. –Por hoje, estão liberados.

Os dois saíram do prédio do Hokage e, já na rua, Chouji entrelaçou sua mão na dela.

—Você ouviu aquilo? –ele perguntou animado, balançando o braço com empolgação. –Terei os dois dias de folga também, poderei ficar juntinho com você! –Karui sorriu para ele, sentindo todo o carinho e êxtase dele em poder estar com ela. – E dessa vez, quem irá cozinhar o jantar sou eu, ainda não me esqueci daquele banquete que você fez em Kumo. – ele beijou sua bochecha e Karui não teve coragem de dizer que só de pensar em comida, seu estômago revirava.

Além disso, ela sabia que eles não ficariam sozinhos. Diferente dela, Chouji ainda morava na casa dos pais. Claro que ela gostava do casal Akimichi, ambos sempre foram carinhosos e receptivos com ela, Chouza sempre tentando a alegrar com piadas pois dizia que ela parecia tensa o tempo todo, enquanto a mãe de Chouji preparava milhares de pratos afirmando que ela estava magra demais. Ela podia imaginar a empolgação dos dois em mimá-la por estar carregando o neto deles, Chouji lhe contara o quanto os pais ficaram empolgados em descobrir que seriam avós. Entretanto, ela se sentia incomodada com a demasiada atenção que os sogros davam a ela e sempre agradecia quando era a hora de voltar para casa. Morar com eles pelos próximos meses deixava seu estômago mais agitado e ela só conseguia pensar na falta de privacidade e na certeza que não ficaria em paz por um único minuto.

Karui tinha certeza que se pedisse a ele, Chouji alugaria um apartamento para eles ficarem. Os pais dele poderiam visitá-los quando quisessem, e seriam bem-vindos. Seria muito menos sufocante do que passar vinte e quatro horas por dia cercada pelos dois e até mesmo mais agradável. Porém o namorado parecia tão leve e feliz por ela ter concordado em passar o tempo de gravidez na vila dele que ela achava que começar a colocar empecilhos para isso só o faria achar que ela não queria estar ali e estava fazendo isso para agradá-lo.

—Chegamos! – ele disse animado tirando ela de seus pensamentos.

—Chouji... –ela franziu o cenho, confusa. –Essa não é a casa dos seus pais.

Ele sorriu e Karui levantou as sobrancelhas. Ela reconhecia os padrões que indicavam que estavam dentro do distrito do clã Akimichi, mas Chouji nunca a tinha levado até aquela casa.

—Você tem razão. –ele respondeu –Essa é nossa casa.

—Nossa? –ela perguntou em espanto.

—Sim. –ele respondeu, o sorriso aumentando –Eu não acho que você ia ficar confortável sem um lugar onde pudesse ouvir os próprios pensamentos o tempo todo. Sei como você gosta de privacidade e silêncio e isso nós não teríamos isso na casa dos meus pais, que aliás, é a dois quarteirões daqui.

—Você alugou a casa para me dar conforto? –ela perguntou sentindo os olhos lacrimejarem.

A mão grandona chegou perto de seu rosto e gentilmente limpou o canto de seus olhos.

—Nós somos uma família agora. –ele disse –Mesmo você lá com nosso bebê depois que ele nascer e eu aqui, nós somos uma família. Então, temos que ter uma casa, não é?

Karui assentiu, não confiando na própria voz para falar, inclinando sua bochecha em direção a mão que acariciava seu rosto enquanto correspondia o sorriso gentil do namorado. As outras vilas diziam que os Folhas eram moles demais, mas Karui discordava. Era exatamente essa gentileza da folha que fizera ela se apaixonar pelo seu Chouji.

~x~

Sai estava pintando em seu ateliê. Tendo a casa dele e de Ino três quartos, ela concordou em um deles exclusivamente para que seu marido fizesse suas pinturas. Ino dizia que não havia nada mais bonito do que decorar a casa com quadros de autoria de Sai e com as flores da floricultura de sua família.

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A tela a sua frente apresentava rabiscos azuis, verdes e pretos numa pintura abstrata, Sai apenas esvaziava sua mente fazendo um rabisco aqui e outro ali, sem ter nada em mente que quisesse transferir para a tela. Tinha que admitir que estava cansado.

Ela sabia que o quê o incomodava não era seu trabalho, foi criado desde pequeno para realizar missões trabalhosas e perigosas. Porém, agora ele tinha um estresse para lidar dentro de casa: Ele e Ino precisavam ter um bebê, e isso o estava deixando maluco!

Uma hora Ino estava chorando na cama dizendo que não estava pronta para ser mãe, na outra, ela estava correndo atrás dele dizendo que precisavam transar naquele momento pois o teste tinha revelado que era seu período fértil. Mas Sai achava que havia algo errado com aquele teste, porque fazia quatro meses que estavam tentando e nada. Poderia parecer o sonho de qualquer homem ter sua mulher correndo atrás dele por conta de sexo, mas Sai chegou à conclusão que fazer sexo só por obrigação para fazer um filho acabava deixando tudo mecânico.

E para piorar ainda as coisas, só faltava Ino engravidar! Ninguém acreditou quando exatos vinte e dois dias depois da reunião, Temari e Shikamaru anunciaram que o herdeiro Nara já estava a caminho. Ino fez piada com a situação, dizendo que eles deviam ter se empenhado bastante na tarefa e deixando os dois constrangidos, porém já haviam se passado quase três meses e a Yamanaka estava ficando desesperada.

Pincelou o verde no quadro mais uma vez. Por mais que pensasse, não sabia o que fazer. Eles chegaram ao ponto de Ino acreditar em dietas que prometem aumento dos hormônios e posições que ajudam na gravidez. Sim, até as posições do sexo estavam pré-estabelecidas por conta disso. Sem contar a choradeira toda vez que vinha a menstruação da esposa, acompanhada de um “Os anciões tinham razão em não me quererem como líder do clã, eu não consigo nem engravidar para manter o Tratado!”. Ele se sentia desolado e cansado e não sabia mais o que fazer, lidar com emoções nunca havia sido seu forte.

Pincelou o azul, pensando no que os outros dois homens estavam falando das gravidezes das esposas. Karui e Temari já tinham personalidades fortes, gravidas e com toda a enxurrada de hormônios, Chouji e Shikamaru estavam ficando enlouquecidos com as repentinas mudanças de humor das duas. Isso sem contar as lamentações de Shikamaru sobre limpar banheiro. Chouji dizia que os enjoos diminuíam após os três meses, e Shikamaru não via a hora desse momento chegar. Sai tinha uma leve desconfiança de que Ino não seria muito diferente de qualquer uma das duas.

—Tadaima! –ele escutou a voz alegre da esposa enquanto terminava um traçado preto na tela.

Ino estava feliz e ele congelou. Normalmente era esse o momento que ele tinha que parar o que estava fazendo para ouvir sobre a nova coisa maluca que ela tinha arranjado para tentarem fazer um bebê mais uma vez.

—Okaeri. -ele respondeu com a voz falhada e a bela figura de sua esposa apareceu na porta. Ela era tão linda e estava com um sorriso tão feliz no rosto que ele mesmo se repreendeu por estar reclamando tanto da situação. Ino irradiava e ele amava estar no alcance daqueles raios.

—Tenho uma boa notícia. –ela disse, tirando um papel da bolsa que carregava no ombro.

Ela estendeu o papel pra ele e ele suspirou o pegando, já receoso. Leu o conteúdo sem entender direito nenhum dos termos técnicos, mas logo identificou o que era.

—Ino...? –ele perguntou em duvida. –Isso é...?

—Sim, Sai! –ela respondeu, quase pulando em alegria –É um exame de gravidez! Positivo! Positivo!

O pincel que estava na sua outra mão caiu no chão enquanto ele a levava a boca, espalhando tinta preta. Uma lágrima escorregou dos olhos do moreno junto ao belo sorriso quando Ino se aproximou e ele tirou a mão da boca para envolvê-la em um abraço. O sentimento que cruzava seu peito era uma felicidade tão grande quanto aquela que teve ao ver Ino vestida de noiva em seu casamento.

~X~

Shikamaru suspirou novamente, escutando Temari esbravejar em alto e bom som, falando nomes nada bonitos para ele. As oscilações de humor dela eram constantes desde o início da gravidez e pioravam quando ela sentia aqueles maus-estar que Shizune tinha jurado que amenizariam depois da décima segunda semana de gestação, o que não aconteceu. Ele caminhou até o banheiro com uma toalha limpa em mãos e encontrou sua esposa sentada no chão, os joelhos dobrados e a cabeça meio escondida entre eles, respirando um pouco ofegante.

Temari levantou os olhos quando ele se aproximou, molhando a toalha na pia enquanto ela o fuzilava com o olhar. Ela sabia que aquela situação não era inteiramente culpa de Shikamaru e até se sentia culpada depois de descontar sua fúria nele, mas seus hormônios falavam mais alto em momentos como aquele, onde ela passava mal a manhã inteira do dia que era para ser a folga dos dois e um momento para passarem juntos.

Ele se abaixou e passou a toalha úmida em seu rosto com delicadeza, limpando o suor. Não importava o quanto ela esbravejasse com ele, Shikamaru continuava ser a calma em pessoa e isso, na maioria das vezes, só a irritava mais ainda.

—Idiota. -ela xingou, raivosa. -Isso é tudo culpa sua e desse seu clã maluco.

Shikamaru segurou-se para não rir. Apesar de Temari se tornar assustadora (mais do que o comum) nessas horas, ele sabia que ela falava aquilo da boca para fora.

—Você sabia que nós precisaríamos ter um filho em algum momento, problemática. -ele respondeu -Não é só pela tratado. Você sabia que eu seria líder do clã antes mesmo da gente namorar.

—Ah! -ela exclamou irônica -Agora eu sabia onde estava me metendo agora mereço passar mal todas as manhãs porque o seu filho está fazendo uma rebelião dentro do meu corpo?

—Não, amor. -ele respondeu paciente. -Estou dizendo que faz parte. E não é só meu filho, é seu também.

—Faz parte porque não é você que está vomitando até as tripas, cabeça de abacaxi. Essa coisinha aqui dentro... -ela não terminou, estralando a língua e bufando

Novamente ele teve que segurar a risada. As ofensas de Temari ficavam mais e mais criativas a cada dia.

—Você tem que ter mais calma, Tema. -ele disse -Faz mal para o bebê ess...

Mas ele não conseguiu completar, pois Temari se agachou e se inclinou para frente, de volta ao vaso sanitário. Ele suspirou, segurando o cabelo dela.

—Shikamaru! -ela grunhiu depois que passou o enjoo. -Eu vou matar você! Você, o Chouji e depois todos os conselheiros dos clãs!

Shikamaru até recuou um pouco quando ela o olhou, soltando o cabelo loiro. Ela levantou se apoiando, uma áurea assassina ao seu redor. Shikamaru engoliu em seco. Então, quando ela ameaçou dar um passo em sua direção ela estacou, arregalando os olhos. Shikamaru franziu o cenho sem entender. Ela parou e olhou para baixo, onde o volume de seu ventre começava a se tornar visível, e Shikamaru se perguntou se ela estava passando mal de novo. Quando ela não se mexeu no minuto seguinte, Shikamaru começou a ficar preocupado.

—Temari? -ele chamou.

Temari levou um momento para processar que Shikamaru estava a chamando, sentindo aquela sensação estranha novamente. De repente, ela entendeu o que estava acontecendo e seus olhos encheram de lágrimas e ela levou as duas mãos até o volume em sua barriga, olhando encantada.

—Shika... -ela chamou e sentiu ele se aproximar.

—O que foi? -ele perguntou preocupado.

—Eu... -ela pegou a mão dele e colou em cima da sua barriga -Eu acho que não dá pra você sentir.

—O que? -ele perguntou sem entender, deixando a mão onde ela colocava.

—A coisinha, Shika! -ela exclamou e Shikamaru percebeu que a voz dela estava embargada. -Nossa, isso é tão estranho...

Shikamaru arregalou os olhos quando entendeu o que acontecia. Ele ainda não podia sentir nada, mas sabia que Temari estava.

—Você... -ele perguntou respirando fundo, se emocionando com ela -Você está sentindo o bebê mexer?

—Estou! -ela respondeu abobada. Shikamaru sorriu, Temari pegou a mão dele e arrastou, levando até outro ponto. –Consegue sentir também?

Ele não sabia se era sua imaginação querendo dividir aquele momento com ela, mas ele podia jurar que sentiu um leve movimento embaixo de sua palma. Shikamaru começou a rir, sem saber explicar a sensação que se apossava de seu peito e o fazia sentir que poderia explodir. Ele olhou para o rosto de Temari, encontrando os olhos marejados e o sorriso brincando nos lábios que ele tanto amava e riu mais, seu riso a contagiando. Ele trouxe ela para seus braços, ainda em meio as risadas dos dois e beijou o topo de sua cabeça.

—Céus, isso é tão... –ele murmurou.

—Eu sei. –ela respondeu, correspondendo o abraço e afundando o rosto no peito dele –Obrigada por me dar isso.

—Eu que tenho que agradecer. –ele respondeu. –Você que aceitou estar aqui comigo, viver isso comigo, aceitou ser minha mulher e mãe do meu filho. Eu que tenho que dizer obrigado.

—De nada, bebê chorão. –ela respondeu com uma risadinha.

Ele riu de novo também, limpando as lágrimas que teimavam em cair de seus olhos com a mão que não estava ao redor dela.