Terça, 17 de outubro.

"O que?"

Por um momento, Colin não conseguiu se mexer, não conseguiu respirar. O que? O que ele tinha acabado de ler?

O sonserino pôs fogo no papel e em segundos só restavam as cinzas, mas as palavras ainda ecoavam repetidamente na cabeça do moreno. Draco é um comensal e precisa matar Alvo Dumbledore. E eu preciso ajuda-lo.

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"Colin, talvez você tenha entendido errado-" Blaise voltou a falar no segundo minuto sem reação do namorado.

E eu preciso ajuda-lo.

"Ajudar?" Ajudar a matar o diretor? "Blai, ajudar como?" Ele nem percebeu a distância que tomava do loiro, nem a preocupação que aqueles olhos azuis mostravam. "Você vai ajudar a mat-" Então outra coisa surgiu em sua cabeça. "Você é um comensal também?"

"Não!" A voz soou desesperada, mas o grifinório não parecia estar dando muita importância, sua mão já girando a maçaneta da porta e entrando sem cerimônias. "Colin, você está entendendo tudo errado!"

"Gina hora de ir - wow!" Por um momento virou-se ao ver a amiga em cima do comensal - mas então, sua amiga estava em cima de um comensal. "Ok, hora de sair de cima de Malfoy e ir, vamos." terminou, voltando a andar em direção ao casal, esquivando-se da mão do namorado.

"Cols, me deixa-" Se ele não estivesse tão em choque com aquela informação, talvez tivesse percebido a frustração no rosto de Zabini, os olhos desesperados indo dele para Malfoy.

"Colin, que diabos-" Se não quisesse sair tanto dali, se não quisesse tanto tirar sua melhor amiga daquele meio, talvez não tivesse sido tão grosseiro ao puxar Ginevra para cima.

"Briga com Zabini, vamos embora agora, Gin." explicou, já quase saindo pela porta com a ruiva, esta talvez tão em choque quanto o amigo.

"Escuta aqui Creevey-" Colin viu Malfoy se levantar e ir em direção aos dois, Zabini se colocando entre eles antes do sonserino conseguir se aproximar mais.

"Malfoy, não. Colin, vamos conversar-"

"A gente se vê." E o moreno bateu a porta.

Era ousado bater a porta aquela hora da noite? Era. Ele estava ligando? Não. Ele notava o quanto suas mãos estavam tremendo? Não. Percebia a cara preocupada da bruxa ao seu lado? Não.

Ele conseguia sim sentir o coração apertado, conseguia escutar um zumbido no ouvido enquanto sua cabeça ficava cada vez mais pesada.

Ginevra parecia estar falando alguma coisa, mas o bruxo não conseguia escutar o que era - realmente não conseguia escutar, ou parar de arrasta-la mesmo sentindo um puxão forte no braço. Foi só quando chegaram em frente ao quadro da mulher gorda que o grifinório parou, a ruiva se negando a dar mais um passo.

"Colin, pára agora!" O garoto ainda precisava fazer um esforço para focar. "O que houve, Cols? Você está tremendo!" Por um momento achou que fosse vomitar. "O que ele fez?"

"Gin, Storms não é tão ruim, é?" começou a falar sem pensar, passando as mãos trêmulas pelos cabelos pretos. "Talvez se você tentasse outra vez-"

"Eu não vou sair com Storms, Colin!" Surpreendentemente foi a voz irritada da amiga que o acalmou o suficiente para conseguir pensar.

"Ginevra, eles," Respirou fundo, as palavras se passando mais uma vez em sua mente. Malfoy era um comensal, Malfoy mataria o diretor, Blaise iria ajudar. "Eles não são boas pessoas, Gin. Eles são problema. A gente precisa se afastar."

"Eu, Blaise Zabini, prometo falar a verdade, e sempre a verdade. Não vai haver mentiras entre a gente, Colin. Eu quero algo verdadeiro aqui."

Preferia ter ouvido mentiras. Preferia não ter ouvido nada. Preferia ter deixado aqueles dois dentro daquela sala, do que ter sua amiga o olhando como se quisesse mata-lo. Preferia ter ficado quieto naquela noite e nunca ter trocado uma palavra com aquele bruxo.

"A gente precisa se afastar. E fim, e nenhuma explicação, e você quer que eu me afaste do sonserino porque ele é um problema e não é uma boa pessoa." a viu falar, um sorriso irônico que não combinava com a bruxa nos lábios. "Você acha que eu não sei disso? Você acha que eu não sei que Draco Malfoy pode se tornar o maior problema da minha vida? Que ele não é exatamente um exemplo de boa pessoa?" Você não sabe que ele é um comensal, quis gritar - pois ela não sabia, certo? "Leões de chocolate!" O quadro se abriu, Ginevra se virando mais uma vez para o amigo antes de entrar. "Me dê um motivo, Colin. Me dê um bom motivo."

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Ele não pensou antes de falar a única coisa que poderia fazer a jovem reconsiderar. Nem mesmo levou em consideração o quanto havia lutado para curar aquilo, o quanto havia ajudado a ruiva a esquecer aquilo.

"Harry gosta de você." Viu os olhos castanhos dobrarem de tamanho. "Eu escutei uma conversa, e tenho total certeza que Harry gosta de você, Gin."

...

"Acordou de bom humor hoje, hein?" Ravenis perguntou quando a ruiva sentou-se na sua frente durante o café - claramente uma provocação. O humor da grifinória estava pior do que o normal, era visível pelo jeito que puxou a cadeira, pelo açúcar que arremessou no leite, e pelo olhar que lançara a amiga.

"Raven, não enche o saco." bufou, mastigando uma torrada seca com raiva. Seus olhos vagaram pela mesa de sua casa e não demoraram até encontrar um par de olhos verdes, que pareciam felizes ao vê-la. Ele não gosta de mim. Pensava, aborrecida com a possibilidade. Ele não pode gostar de mim justo agora.

"Você está com a cara péssima."

"Não dormi nem cinco horas essa noite." Tomou um gole de leite para terminar de engolir a torrada e bocejou.

"Insônia?"

Na verdade, se tivesse dormido quatro, já era muito. Como ela iria conseguir fechar o olho depois do surto de seu dito melhor amigo? Termine tudo com Malfoy, temos que ficar longe deles, e Harry gosta de você eram os itens que tinham assombrado sua cabeça durante toda aquela noite.

"Onde está Colin?"

E ele nem mesmo falou o que tinha acontecido para sair correndo dos sonserinos como lobisomem corria da prata. E ela nem mesmo insistira em perguntar depois da revelação no fim da noite - o grifinório jogando aquela bomba e indo as pressas para seu quarto, sem mais uma explicação.

Ginevra queria subir no dormitório masculino e tirar Colin de lá pelos cabelos.

"Bem longe daqui, se for esperto." Olhou para a mesa da Sonserina mas não achou quem procurava. Seu aborrecimento só cresceu por não ter aqueles olhos cinzas naquela manhã horrível.

O dito poderia até ser verdade, Harry poderia até estar apaixonado, mas era a visão de outro bruxo que agora alegrava seu coração pela manhã.

Por mais impossível que aquele 'relacionamento' fosse.

...

Estava no meio da aula de Transfiguração, mas sua mente voava longe. Fato que não era bom, nem um pouco bom: não estar concentrado numa das aulas da professora McGonagall dava ao aluno pelo menos uns cinquenta por cento de chance de perder pontos. Com sua sorte de ultimamente, a probabilidade era quase de noventa por cento. Quando a estátua da águia posicionada em frente ao jovem continuou a ser uma estátua, ele decidiu que estava na hora de deixar os pensamentos sobre a noite passada de lado e se concentrar em fazer a maldita pedra criar vida.

Tentou uma, duas, três vezes. E em uma a imagem de Ginevra tomou conta de sua cabeça , e a estátua ficou vermelha. Em outra, Creevey saindo correndo e a arrastando junto voltou a sua mente, e a pedra transformou-se em vidro. Foi quando lembrou-se do diretor que a estátua quebrou. Pelo menos o máximo que ganhou de McGonagall, que parecia estar em um de seus raros bons dias, foi um olhar reprovador e uma balançada de cabeça. Os pedaços de sua estátua explodiram em pedaços ainda menores ao olhar para sua esquerda: ao seu lado, Zabini falhava tanto quanto ele.

Ele queria matar o amigo. Ele queria transformar o loiro no que acabara de fazer com a águia de pedra.

O sinal não demorou muito tempo para bater, e logo todos os alunos se apressavam para fora da sala. Malfoy arrumou o material com menos pressa que o habitual e agradeceu aos céus por aquela aula ter enfim terminado. O plano era ir até o Salão Principal e tentar almoçar, sozinho.

"Draco-" O plano já não estava sendo concretizado com muito sucesso.

"Zabini, eu te pedi uma coisa." disse, levantando-se com a mochila já nas costas. "Uma coisa."

"Ele não vai falar nada p-"

"Ah não? Me prova!" Não deu a mínima para o tom mais alto da voz. "Me prova que ele não vai abrir a boca, Zabini, me prova que ele é confiável!" Queria muito pegar o amigo pelo colarinho e arremessa-lo na parede. "Me prova que em uma semana eu não vou estar mais fodido do que eu estou agora!"

"Eu confio nele!" o loiro escuro retrucou, mas deu dois passos para trás com o olhar que ganhou.

"Você contou pra ele, e a primeira coisa que o maldito bruxo fez foi sair correndo!" continuou quase gritando, e já virava-se para sair da sala quando uma mão segurou seu ombro. "Zabini, car-"

"Eu contei pra ele porque sei que Creevey sabe de uma coisa que pode te ajudar!" Blaise o interrompeu. "Ele sabe de uma coisa, eu tenho certeza. Eu vou te livrar disso, cara. Só confie em mim, ok? Pela milésima vez, confie em mim."

...

"Amato," Ginevra não estava conseguindo prestar atenção em uma palavra daquela aula. "Animo," Assim como não conseguira prestar atenção em nada de nenhuma aula daquela terça-feira. "Animato," E ela já tinha se convencido, e se convencido bem. "Animagus." Era tudo culpa de Creevey. "Nós já vimos que por um mês inteiro vamos ficar com uma folha de mandrágora na boca. Não vai ser agradável, nós vamos comer, vamos dormir, vamos falar, vamos viver por um mês com a folha na boca. O que acontece se nós engolirmos a folha?" Por que ele se comportara de um jeito tão estranho? "Nós começamos de novo. O que acontece se tirarmos a folha um minuto antes da boca?" Por que não havia explicado nada e simplesmente desaparecido por todo o dia? "Nós começamos de novo. O que acontece se nós beijarmos alguém nesses trinta dias, com a folha na boca?" Olhou para sua direita, e reconheceu o sonserino que vinha de longe em direção à aula. "Nós começamos de novo." Blaise não parecia estar com a melhor das caras. "Vamos falar mais sobre a folha de mandrágora amanhã, pessoal. Por hoje é só, dispensados!"

Ela só teve tempo de se levantar antes do bruxo mais velho parar na sua frente.

"Mesmo lugar de domingo. Você lembra?" A grifinória fez que sim. Abriu a boca para perguntar sobre a noite passada, mas quando ia verbalizar o sonserino já havia se mesclado na segunda turma de Animagia.

Mesmo lugar de domingo - era a estufa n 4, não era? Não era tão longe dali, mas longe o suficiente para ninguém vê-la entrando, se conseguisse seguir aquele caminho sozinha. Por um momento seus olhos encontraram os verdes que a acompanharam no último sábado, e a ruiva soltou um meio sorriso sem jeito. Seria tão mais fácil se seu coração tivesse escolhido aquele corvinal. Pensando em sua situação - sair com um sonserino, sair com Malfoy - chegava a conclusão que sair com Harry seria mais fácil do que conseguir manter algo com Draco.

Deveria ter se bastado com Storms.

O que eu estou fazendo?

Andou com pressa até a estufa e certificou-se de estar sozinha antes de entrar por uma fresta da porta e fechar a mesma atrás dela.

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Vazia. A estufa estava vazia. Virou-se para ir embora e se não fosse pelos lábios colando nos dela, teria com certeza atraído alguma atenção com o grito que sairia.

"Você quase me matou do coração, sonserino!" o repreendeu, mas não conseguiu ficar séria envolta por aqueles braços. Seu sorriso foi retribuído por um torto do bruxo, como ficar brava com aquele sorriso?

"Desculpe." ele respondeu, encostando a testa na dela. Entorpecente. A presença daquele bruxo era entorpecente.

"Draco Malfoy, pedindo desculpas." Era isso então que os casais apaixonados sentiam? Isso que era ter seus sentimentos retribuídos? "Não achei que fosse viver para ver esse dia."

"Idem." Ela fechou os olhos ao sentir uma mão colocar alguns fios de cabelo atrás de sua orelha. "Você veio. E eu nem tive que brigar com você dessa vez."

"Estamos fazendo progresso aqui." Mais um sorriso.

"Estamos mesmo." E mais um beijo. E mais uma vez, um beijo com Draco Malfoy nunca era 'mais um beijo'. E era engraçado pensar que, dessa vez, era ela quem o encostava na parede, suas mãos mais uma vez entrelaçando naqueles fios platinados. "Não que eu esteja reclamando," Ela o escutou tentar falar quando mais uma vez seus lábios iam para o pescoço do bruxo. "Mas talvez a gente precise conversar um dia."

Mas o sonserino não estava fazendo nada para parar aquilo - outra vez. E outra vez os dois acabaram no chão, como na noite passada. E mais uma vez Ginevra se perguntava como ela estava em cima de Draco Malfoy, bruxo que beijava pela quarta vez em quatro dias, enquanto com Michael em seus cinco meses saindo não mostrara metade daquela empolgação.

"Uhum. Conversar."

Como estava outra vez deixando o bruxo beijar seu pescoço e ir para cima dela, ela se desfazendo da capa que o sonserino vestia, enquanto com Dean fizera um quase escândalo quando este tentou colocar as mãos em sua coxa depois de três meses. Como era tão fácil deixar o bruxo colocar as mãos onde quisesse, e como ele sempre sabia onde colocar.

Talvez continuar adiando qualquer conversa que os dois precisassem ter - como estavam fazendo com muito sucesso desde sábado - seria mais fácil e prazeroso. Seria bom falar com ele, perguntar ao bruxo que diabos era aquilo, o que eles estavam fazendo, o que eles iriam fazer, antes de novamente ter seu coração em pedaços por gostar de alguém fora de seu alcance. Mas estava sendo tão mais fácil apenas desabotoar aquela camisa.

"Como você faz isso comigo, bruxa?"

Draco era definido por debaixo daquela camisa, ela já havia reparado naquele sábado que o bruxo não era tão magro quanto sua ex-paixonite, e vê-lo sem nada na parte de cima confirmava suas suspeitas. Meu Merlin, Ginevra estava vendo-o sem nada na parte de cima, e o sonserino puxava empolgado o suéter que ela usava para cima de sua cabeça. E mesmo a bruxa ficando apenas com uma camiseta no meio do outono, não conseguia sentir frio.

Mas de repente ela gelou. Sentiu as mãos ficarem frias no mesmo segundo, o coração acelerando por um motivo completamente diferente.

A grifinória sabia daquilo. Lá no fundo, ela sabia.

"Eu realmente deveria ter te entregado para o meu amiguinho comensal."

Quando os lábios do sonserino voltaram para os dela, achou que fosse desmaiar. Tudo começou a rodar, e ela parecia não conseguir mais controlar as mãos trêmulas, que tentavam afasta-lo em vão. O bruxo só percebeu haver algo errado quando olhou para a garota e encontrou um par de olhos castanhos aterrorizados.

"Me fala que não é verdade." As palavras saíam num sussurro.

"Gin-" Ela levantou-se antes que ele conseguisse segura-la, recolhendo do chão e vestindo apressada o suéter vermelho.

"Não fale mais comigo." disse, colocando de volta a capa, seus olhos não conseguindo sair do antebraço esquerdo do bruxo, que já era escondido novamente pela camisa branca. "Nunca mais."

Abriu a porta da estufa e não esperou explicação alguma antes de sair correndo. E daquela vez, ninguém correu atrás.

...

Passou o dia procurando o moreno. Nada no café da manhã, nada entre as aulas, nem sinal no almoço, muito menos em algum momento da tarde daquela terça. Foi só depois da janta que viu o grifinório sozinho andando por um corredor do segundo andar.

Ele fez a primeira coisa que seu cérebro mandou. Nem passou na sua cabeça que poderia assustar o bruxo e arrastou-o para dentro de uma sala, fechando a porta.

"Zabini, que merda-" Assustar o bruxo e deixa-lo não muito receptivo para uma conversa. Foi a primeira vez que estava tão perto daqueles lábios e não queria beija-los.

"Você vai ficar quieto e vai me ouvir." Zabini falou, encostando o garoto mais novo na parede. "Eu te confiei uma coisa, e agora você vai ficar quieto e me ouvir." pediu, fechando os olhos e respirando fundo, tentando recuperar a calma. "Por tudo que você me prometeu Colin, e por tudo que eu prometi a você."

"Me mostre os seus antebraços." Mas não estava sendo fácil manter a calma naquele dia.

"Colin, eu não tenho nada do que você está pensando. Você já viu que eu não tenho." O moreno continuou a olha-lo, desconfiado. "Eu não tenho nada, cacete! E ele nunca pôde rejeitar aquilo, Colin! Ele não sabe o que fazer, e às vezes eu acho que o mínimo de sanidade que Malfoy está conseguindo manter é graças a sua amiga-"

"Que claramente é uma distração e quando ele se cansar dela-"

"Ele não vai se cansar dela, caralho!" Viu os olhos castanhos arregalarem com o fim de sua paciência. "Ele está apaixonado pela Weasley, quantas vezes vou ter que repetir isso? Tente pelo menos entender!"

Se afastou do grifinório, passando as mãos pelos cabelos. Aquela conversa definitivamente não estava tomando o rumo que ele planejava.

"Levanta a manga, Zabini." Mais uma vez se controlou ao ouvir o pedido. "Levanta a porra da sua manga."

"Você acha que eu ganhei uma quando? Que eu dei uma escapada pra fortaleza da escuridão na hora do almoço e resolvi fazer uma tatuagem, é sério, Colin?" Era difícil se concentrar no que precisava perguntar com a pessoa que tanto gostava demonstrando nenhuma confiança em sua palavra. "Se você me fizer levantar as mangas, não tem mais um nós. Eu sei que você provavelmente nem quer mais que exista a gente agora, mas eu não pude nem explicar-"

"Que seu amigo é um louco psicopata? Que você mentiu pra mim esse tempo todo? Que você vai ajuda-lo nessa tão nobre tarefa?"

Respirou fundo outra vez.

"Que eu sei que existe uma coisa chamada Ordem da Fênix, e que eu preciso colocar Malfoy no meio disso." finalmente falou. "Você pode não querer mais nada comigo Colin, mas isso aqui se trata de ajudar uma pessoa. Ele vai morrer se não fizer aquilo que leu, você sabe disso, não sabe? Eles vão mata-lo a não ser que, de algum jeito, eu consiga alguma ajuda, alguma maldita alternativa. Porque ele já me disse que não vai fazer aquilo. E ele está assustado pra caralho."

Não conseguiu decifrar o que o olhar do grifinório tentava dizer. Ele estava triste? Assustado? Desacreditado? E por qual motivo ele continuava em silêncio? O que mais ele precisava falar para ter uma resposta?

"Colin, por favor. Eu levanto a porra das mangas se isso fizer alguma diferença-" disse, já desabotoando a manga esquerda da camisa e arregaçando o tecido.

O moreno nunca olhou para seus antebraços, mas o puxou para um beijo, e Zabini por um minuto respirou aliviado. Pronto, as coisas iriam se acertar, e eles finalmente-

"Eu não sei de nada disso, Blai." o bruxo enfim confessou. "Eu não sei de ordem nenhuma."