Palavrear

Gaio, o gato gaiato (Original)


Lá vai ele, saltando entre os muros das casas, pelas janelas alheias e pelos carros estacionados. Seus abastados pelos curtos malhados e seus olhos caramelos como doce traziam sorrisos às mais diversas bocas. A cada salto minuciosamente elaborado as crianças arregalavam os olhos impressionadas com tamanha coragem e ousadia de Gaio, o gato gaiato.

Gaio era um espírito livre que pertencia aos sorrisos, aos becos, aos cantos quentinhos da cidade. Ele também tinha suas amizades. Era amigo do pequeno João, do senhor Nagawa, da Julia e de tantos outros que dedicavam um tempo para lhe fazer carinho ou dar um petisco. Quem poderia resistir a tanto carinho dessa gente? Ele não resistia.

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Gaio era um gato muito esperto, sempre vinha com artimanhas e truques para atrair atenções. Para ele faltava apenas a cartola e a bengala. O público ele já tinha. Corajoso e hábil como nenhum outro gato, Gaio observava o movimento ao seu redor; a correria dos carros, o falar das pessoas, as aves no céu, o vento...

O que faria depois? Onde estaria seu próximo palco? Quem seria seu público? Gaio se achegou em sua almofada, fechou os olhos e planejou cuidadosamente o ato do dia seguinte.