Entre-Laços

Estou na Disney - Ester


Contexto da one:

Essa one se passa onze anos após a formatura e Ester e Lysandre estão juntos há dezesseis anos, considerando a época do namoro e noivado. Laura deve ter uns sete anos mais ou menos. Agora, vamos todos para esse momento musical!

***

Coloquei a chave na fechadura e girei, abrindo a porta e ajeitando as sacolas do supermercado nos braços. Só de entrar no apartamento já ouvi aqueles violinos, junto de uma voz afinada de soprano, o barítono maravilhoso de Lysandre e a voz suave e infantil da Laura, cantando todos lindamente a música do filme.

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— Sentimento assim, sempre é uma surpresa. — Fechei a porta e balancei a cabeça, rindo. Olhei pro sofá e vi Laura sentada no colo de Lysandre, os dois com os olhos vidrados na TV e cantando. Na tela, Bela e a Fera estavam naquela famosa cena da valsa e Laura assistia a tudo encantada. — Quando ele vem, nada o detém, é uma chama acesa.

Cantaram a nota do final do verso direitinho. Fiz uma cara de “not bad” e fui deixar as sacolas das compras sobre a bancada.

— Vou inscrever vocês dois naquele “Dez ou Mil” do Programa do Ratinho. Vão sair de lá com uma graninha — brinquei com eles, que finalmente viram que eu tinha chegado. Ou eu sou muito ninja ou esses dois estavam realmente concentrados no filme.

— Mãe! Canta com a gente? — Laura pediu fazendo bico, ainda no colo do pai, e virando o rosto para mim, que estava na cozinha. Porém, rapidamente voltou a ver o filme, onde a cena da dança acabou.

— Agora não posso, mein Lieben — respondi para ela, terminando de tirar tudo de uma das sacolas. Guardei o pote de sorvete no freezer e deixei o resto em cima da mesa, já que usaria para cozinhar. — Tenho que fazer o almoço. — Abri a última sacola, tirando os legumes de lá. — Mas posso cantar com vocês daqui. Pena que eu não lembro direito das músicas — falei essa última frase mais baixa, terminando de tirar tudo o que comprei, e guardando as sacolas.

— Posso tomar sorvete? — Laura pediu, sem fazer sua famosa cara de gato de botas dessa vez, já que estava concentrada no filme.

— Podemos depois do almoço, Laura — Lysandre entrou naquele tom paternal dele, enquanto eu pegava as coisas para cozinhar.

— Mas eu tô com fome — ela reclamou, em um tom de manha.

— Você não estava com fome há alguns minutos atrás — Lysandre contestou e eu balancei a cabeça, sorrindo. Esses dois se davam tão bem.

— Mas agora eu tô — Laura simplesmente respondeu. Ela não era tão doida por comida, feito eu… Correção: ela só era doida pela comida que a interessava.

— Eu te dou uma fruta pra você comer até a hora do almoço, que tal? — ofereci, começando a tirar dos saquinhos as coisas para a salada.

Ouvi um resmungo baixo.

— Acredito que ela esteja com fome de sorvete, não é? — Lys conversou com ela, que continuou falando algo baixo, não dando para eu ouvir de longe. — Ela vai esperar até depois do almoço.

Ele virou o rosto da tela e olhou pra mim por breves instantes. Trocamos um sorriso.

...

Depois de todos almoçarmos, e de Laura comer a abobrinha em meio a protestos, fomos eu e ela tomar sorvete no sofá da sala. Um dos canais fechados, em comemoração ao dia das crianças que estava próximo, estava fazendo uma maratona de filmes infantis. Depois de Bela e a Fera ter terminado, começou Frozen.

Deixei a colher na boca, enquanto olhava para a tela e via Anna e Hans conversando. Logo começaria mais uma cena musical e eu me lembrei da Bia e da Stelfs, pois eu sempre cantava todas as músicas do filme quando assistia com elas. No fim, elas acabavam cantando comigo e virava uma bagunça, com ninguém vendo o filme direito.

— Vai, mãe, canta também. — A voz de Laura me tirou do meu momento “que saudades da minha juventude” e eu vi que estava quase começando a música.

Laura se ajeitou no colo do pai, toda animada e com o pote de sorvete na mão. Lysandre sorriu, olhando para a filha. Ele preferiu não tomar o sorvete, dizendo que preferia deixar mais para a Laura. Sei, vamos dizer que é isso mesmo.

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Tá, eu posso dizer uma coisa louca? — A cena musical começou na TV e Laura olhou pra mim, toda feliz. Tomei uma colherada de sorvete e ergui e desci uma sobrancelha, brincando com ela.

— Muitas portas se fecharam pra mim sem razão. — Os dois começaram a cantar a música e eu segurei o riso, deixando a colher na boca pra disfarçar. — Não, pai. Você canta a parte do Hans, eu sou a Anna. — Laura olhou pra ele, completamente ignorando o sorvete naquele momento musical.

— Desculpe — Lys pediu e Laura tentou cantar o final do verso, mas já era tarde. Ela disse um “vai, pai” e Lysandre soltou toda aquela voz dele. — Eu passei a vida procurando emoção, talvez esteja nas conversas ou se lambuzar de glacê. — Eu ri do meu marido cantando a frase e os dois olharam pra mim de canto de olho. Me endireitei no sofá, enquanto dava uma pigarreada, segurando o riso.

— Com você, tenho emoção/vejo a razão. — Os dois ignoraram a minha risada e voltaram a cantar, sendo Laura a mais animada, balançando pra lá e pra cá no colo do pai.

— Vejo uma porta abrir! — Me juntei a eles na cantoria e Laura olhou rapidamente pra mim, ficando ainda mais feliz. Lysandre deu uma levantada de sobrancelha e apenas olhei pro filme, continuando a cantoria. — Vejo uma porta abrir! — Lysandre acertou a nota alta, ganhando um “mil” dos jurados invisíveis, enquanto eu e Laura desafinamos juntas, chamando os gatos do telhado, que logo logo iriam pra lá. — Com você, você! Vejo uma porta abrir…

— Vai, mãe! Agora você é a Anna e eu vou ser a Elsa! — Laura exclamou feliz, vendo o filme. Eu e Lysandre nos olhamos rápido e sorrimos, nos divertindo com aquele momento fofo.

Houve uma pequena pausa instrumental e eu levantei, indo deixar minha vasilha de sorvete na pia. Aproveitei que a da Laura também estava vazia e peguei, com ela me olhando triste, achando que eu não iria mais cantar.

— Não consegui ninguém com meu jeito de pensar — eles voltaram na música e eu coloquei água nas vasilhas, deixando dentro da pia. Por sorte, não era meu dia de lavar a louça naquele domingo.

— Parece sincronizado, mas pode ser explicado. — Voltei pro sofá já cantando.

— Você — Lys cantou olhando pra mim.

— E eu, nós somos um par — cantamos o verso unindo nossas vozes e Laura ficou quieta, só vendo o momento cantoria dos pais. — Diga adeus para a dor que passou.

Passei em frente à TV e me sentei ao lado do Lys, segurando na mão livre dele, brincando com a aliança em seu dedo.

— O amor não vai deixar ela vir. — Cantamos olhando um pro outro, em um momento troca de olhares, onde passávamos exatamente o que a letra daquela canção dizia e eu avisava pra ele “a louça lá é sua”. — Vejo uma porta abrir! Vejo uma porta abrir! — Ele arrasou de novo na nota, enquanto eu a joguei lá pra baixo, para que os gatos não aparecessem na janela. Lysandre segurou a minha mão e eu sorri antes de continuar o próximo verso. — Tudo vai se expandir com você, você! Vejo uma porta abrir…

— A música acabou e eu encostei minha cabeça no ombro dele, ambos rindo e achando graça do nosso momento Disney.

— Eeeeeee. — Laura comemorou, batendo palmas. — Vocês são que nem o Hans e a

Anna? — ela perguntou, enquanto acaba o momento musical e os personagens trocaram olhares no filme. Eu e Lys fizemos o mesmo.

— Acho que seu pai tá mais pra Kristoff. — E ri, lembrando do personagem. Laura soltou um “quem?!”. — Você vai ver, mein Lieben. Vamos continuar no filme.

...

Depois de muito mais cantorias e risadas, Lysandre foi lavar a louça, enquanto eu e Laura ficamos no sofá, com ela encostada em mim, terminando de ver o filme.

Eu ria das expressões dela, que iam de surpresa, achando que Olaf e Anna estavam mortos, e a comemoração no final.

— Acho que você e o pai tão mais pra Anna e Kristoff mesmo, mãe! O Hans é muito mau — Laura comentou sobre o filme, concentrada na tela. A animação já caminhava pro final.

— Viu? — brinquei com minha filha, cutucando um dedo na bochecha dela e fazendo-a rir. — As aparências enganam.

— Que nem no filme da Bela e a Fera. Que a fera só parecia mau, mas não era. — Eu concordei apenas com um “hum hum”. — Já viu o filme?

— Já vi sim. Era um dos meus favoritos quando tinha sua idade. Ainda é, na verdade. — Laura me olhou estranho. — Que foi?

— Não sabia que o filme era tão antigo assim — soltou como se fosse normal e eu me fiz de ofendida.

— Como assim você tá chamando sua mãe de velha? — Fingi que estava indignada e ela começou a negar com a cabeça. — Muito bonito, não é? Agora, little miss, vai lá escovar seus dentes, porque o filme acabou de acabar e sua mãe, por ser muito velha, tá cansada pra levantar. — Laura fez um “ahh” e se levantou, indo pro banheiro. — E escova direito, viu? Lembra do que a dentista ensinou. Eu vou olhar depois — orientei e ela só falou um “hum hum”, sumindo no corredor.

Levantei e estiquei as costas, dando uma chance pra ela escovar os dentes sem eu precisar supervisionar. Caminhei para a cozinha e vi meu marido de costas, muito ocupado, terminando de enxaguar a louça.

— Então, mister Kristoff-Sandre. — O abracei por trás, dando um beijo no ombro dele e ficando com a lateral do rosto encostada em suas costas. — Resolveu largar a Anna e sua rena lá em Arendelle e vir fazer um favor pra mim e lavar a louça? — brinquei com ele e senti Lysandre rir.

— Na verdade, vim buscar minha Anna. Apenas, — Fechou a torneira e soltou-se do meu abraço, ficando de frente pra mim. — resolvi fazer um favor para ela e lavar a louça. — Passou os braços ao meu redor e fiz um “ow!”, por ele estar com as mãos molhadas. —Afinal, ela não gosta de bagunça — finalizou a brincadeira e me deu um beijo rápido sobre os lábios.

— Hummm, que marido exemplar, mister Kristoff-Sandre — continuei brincando, antes que ele continuasse me enchendo de beijos. Mas devolvi um selinho de volta. — Ainda bem que eu deixei o Hans pra lá. — Lysandre riu e me deu um beijo mais demorado.

— Eu o chamaria para um duelo, caso você não o tivesse deixado — soltou logo em seguida e eu ri alto.

— Então você duelaria pela honra de sua dama, mister? — O desafiei, em um contato direto nos olhos.

— Quantas vezes fosse preciso. — Fiz cara de “own” e Lysandre me deu um beijo mais demorado. Íamos aprofundá-lo, quando ouvimos a voz de Laura aumentando, conforme ela ia até nós.

— Mãe! Mãe! Já viu Pequena Sereia? — Ela parou ao nosso lado e encarou a nós dois, que continuávamos abraçados. — Vocês vão dançar? — perguntou como se isso fosse óbvio e ergui a sobrancelha, não entendendo qual era a lógica dela. — A Bela e a Fera tavam do mesmo jeito quando tavam dançando.

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Comecei a rir e escondi o rosto no peito do meu marido, abafando a risada.

— Eu e sua mãe resolvemos encenar a cena para você — Lysandre disse para ela e eu me endireitei, com cara de “oxe!”. Ele apenas sorriu e começou a me guiar numa valsa pela cozinha. Comecei a rir feito uma doida.

— Sentimentos vêm, para nos trazer novas sensações — Laura começou a cantar, enquanto eu e Lysandre nos encarávamos, nos divertindo à beça com tudo aquilo.

Aproveitamos nosso momento Disney, os três juntos naquela cantoria.