Entre-Laços

Chama o Xamu - Parte II - Stelfs


Contexto da one: Aqui é o dia seguinte da one anterior, então, dispensa explicações, creio eu.

***

Empurrei a porta do meu quarto devagar e entrei, encontrando Castiel parado em pé no meio dele com Arthur no colo.

Havia acabado de tomar banho e estava me preparando pra voltar pra casa. Finalmente, depois de uma noite estressante nessa cama de hospital com o Arthur e Castiel na poltrona, a gente ia poder ficar tranquilos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ele nem me viu, então percebi como ele olhava bobado pro menino, dando uns sorrisos do nada. E comecei a rir, sem disfarçar minha felicidade.

Castiel se assustou de repente, como se eu tivesse pegado ele em um flagra muito feio.

— Interagindo com o Arthur, é? — perguntei divertida e ele fechou a cara.

É, igual o Arthur mais cedo. Aí que eu ri mais ainda.

— Claro, não vou deixar ele aqui sozinho — respondeu com sarcasmo, mas daquele jeito que a gente já conhece: morrendo de vergonha.

— Pode brincar com seu filho, Castiel, ninguém vai te matar por isso — falei engraçada, me aproximando dos dois e olhando pro Arthur, que voltou os olhinhos pro meu lado. — Não é, lindeza? — conversei com ele — Fala pro seu pai: “Eu não mordo, papai. Pode brincar comigo”. — Fiz uma vozinha ridícula e mexi na barriguinha do Arthur. — Tá vendo? — Me voltei pra Castiel, abrindo um sorriso.

Ele me encarava com um rosto estranho.

— E você quer que eu faça essa voz de menina de anime? — Me mandou essa. — Tá bom.

Eu comecei a rir.

— Ponto pra você, espertinho — falei, me aproximando e dando um selinho nele. — Lysandre deu algum sinal de vida? — perguntei, guardando minhas roupas e coisas na mala de novo.

— Ele mandou mensagem dizendo que estava chegando — Castiel comentou, arrumando o menino nos braços.

Fiquei olhando aquela cena e achando maior fofinho. Achei que ele ia ser todo desajeitado, mas não é que Castiel tá se saindo melhor que encomenda?

— Então tá bom. — Fechei o zíper da bolsa, tirando um espelhinho da bolsa e me encarando. — Ainda tô com cara de alguém que acabou de parir uma criança? — Me virei pro Cass, pondo a mão na cintura e abrindo um sorriso.

Ele sorriu de canto de boca.

— Tá sexy — respondeu desse jeito dele e comecei a rir, fazendo uma expressão engraçada e corando um pouco.

— Ridículo — falei, balançando a cabeça, fazendo ele rir ainda mais do meu desconcerto. — Vem, vamos embora. — Já ia colocando a bolsa no ombro, quando Castiel me impediu com uma das mãos.

— Toma, leva ele. — Me ofereceu o menino, enquanto segurava as bolsas com a outra mão.

Abri um sorriso e o tirei de seus braços, aconchegando meu pequeno nos braços. Sorri, olhando pra aquele rostinho fofo e gordinho na minha frente.

— Vamos conhecer seus outros tios, Arthur? — perguntei divertida pro meu filho, sorrindo feito uma besta pra ele e saímos do quarto.

Me despedi da Camila e da doutora Luana, além das enfermeiras, indo pra entrada do hospital à espera de Lys e Ester, que se ofereceram pra nos buscar. Mal chegamos e o Chery Celer preto já estava estacionado lá. Sorri, quando vi Ester abrir a porta do carona e sair do carro, vindo em nossa direção. Lys inclinou a cabeça e acenou discreto com um sorriso. Sorri pros dois.

— Bem-vindos de volta! — Ester se aproximou de mim e Castiel. — Vocês estão bem? — disse preocupada, lançando um olhar curioso e disfarçado pro Arthur.

Ela acha que eu não vi.

Eu comecei a rir tanto por causa da curiosidade da Ester quanto de poder reencontrar todo mundo de novo. Já tava com saudade de “casa”.

— Não se preocupe, a gente tá bem sim — falei alegre, vendo Castiel abrir a porta do carro e colocar as bolsas lá atrás. — Né, lindeza? — conversei com ele. — Fala “oi” com a Tia Ester! — Inclinei o rolinho pro lado dela, mostrando o menino.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ester olhou pra ele, fazendo uma cara fofa.

— Ah, que bonitinho! — disse toda derretida.

— É claro que ele é lindo, — Castiel veio até onde a gente tava. — Você acha que eu faço filho feio?

Revirei os olhos, fazendo uma cara de “Ai, me poupe” e Ester não deixou por menos:

— Lógico que tinha que ser bonito, ele é filho da Stelfs. — Encarou ele, cruzando os braços com a uma das sobrancelhas arqueada e Castiel lançou um olhar desafiador. Fight! — Se fosse só filho seu, ia nascer carrancudo. — Saiu com essa e eu não resisti, começando a rir.

Castiel riu debochado e de lado, cruzando os braços também.

— Desse jeito ninguém se mete a besta com ele — disse orgulhoso e eu fiz um bico contrariado.

— Como se eu fosse deixar meu filho ser um valentão desses aí — comentei, saindo do meio deles e indo até o carro.

Dei a volta no veículo, indo até a janela do Lys e me abaixei, trazendo Arthur comigo.

— “Eu vim te ver, tio Lys, você só fica escondido nesse carro”. — Eu brinquei com Lysandre, fazendo uma voz ridícula, enquanto inclinava meu filho pro lado dele.

Ele soltou um riso engraçado e ao mesmo tempo contido.

— É um prazer conhecê-lo pessoalmente, Arthur — ele comentou divertido e escorou o braço no carro, detendo toda a atenção dele pro menino.

Eu comecei a rir, achando graça naquela interação.

— Finalmente, né? — disse e ele concordou comigo em um sorriso simples.

— Ele se parece bastante com Castiel — comentou após um breve instante observando o garoto.

Eu ri.

— Não é, Lys? — Fingi indignação. — A gente carrega nove meses aqui dentro pra vir com a cara do pai — comentei brincando e ele riu da minha palhaçada.

— Você deveria agradecer por minha beleza ter passado toda pra ele. — Castiel me veio com essa, se aproximando da porta traseira do carro e a abrindo com aquele sorriso autoconfiante.

Lysandre se limitou a dar um sorriso normal e eu gargalhei.

— Como se o Arthur tivesse chance de ser feio — comentei, me voltando pra ele. — Porque a mãe dele, né, querido, é maravilhosa — falei cheia de vaidade, mandando um beijinho pro Castiel, enquanto entrava no carro.

Ele riu, gostando da minha provocação.

— Vai se achando, “querida” — ele rebateu, também entrando no carro e fechando a porta.

— Fico me perguntando se quando Castiel nasceu, ele não assustou o médico. — Ester me veio com essa, colocando o cinto.

Ele deu uma risada soprada e Lys ligou o carro, dando partida.

— Sem chance, nerd. — Abriu seu riso de lado. — Eu era o bebê mais lindo daquela maternidade.

— Eita nós, mas hoje você tá todo trabalhado na auto estima, não é não? — Cutuquei Castiel e ele me olhou.

Ester e Lys começaram a rir.

— Bem que dizem que homem depois que se torna pai fica todo bobo. — Ele fez cara de tédio pro meu lado. — Fica esperta, Ester — brinquei com ela e sorri, fazendo um carinho no rosto de Castiel, que ainda me encarava com poucos amores.

Ela se limitou a abrir um sorriso meio forçado e resolvi ficar na minha. Será que foi uma brincadeira sem graça?

E assim o trajeto seguiu entre conversas animadas sobre a banda do Lysandre, o trabalho de Ester e os chorinhos do Arthur. Lys parou o carro na vaga deles do estacionamento e eu desci logo pra esticar as costas. Ester desceu também e fomos pro elevador, deixando nossos maridos pegando as coisas e fechando o carro. Ela o acionou e ficamos esperando ele chegar. Aconcheguei Arthur nos braços mais uma vez e sorri pra ele de novo.

Eu sei, pareço uma bubiça.

Senti um olhar em cima de mim e percebi que Ester me olhava de canto de olho, encostada na parede.

— Que que foi, Ester? — perguntei rindo, olhando pra ela.

Ela pareceu meio perdida por eu ter pego ela no flagra e olhou pro chão por um tempinho.

— Eu tava só aqui pensando… — Começou a falar, ainda encarando o chão. — Como foi? — perguntou, voltando a olhar pra mim, analisando minha reação.

Franzi uma sobrancelha.

— Como foi o que?

— Como foi ontem… o parto. — comentou.

— Ah ta… — falei, começando a rir. — O que você quer saber, mais especificamente?

Ela olhou pra algum lugar além de mim, parecendo meio sem graça.

— Ah… — Ela continuou não me encarando. — Só o de sempre. Quão suportável é a dor. — Me mandou um riso sem graça.

Sorri, olhando pra ela.

— Bem, a dor sempre parece insuportável — comentei.

Ester ergueu as sobrancelhas, meio espantada. Sorri.

— Mas, sinceramente, depois que você recebe ele nos braços, é como se ela nunca tivesse existido — disse consoladora, abrindo um risinho bobo, olhando de Arthur pra Ester.

— Às vezes o que vem depois compensa o que passamos — falou toda filósofa e fiz uma cara estranha e divertida ao mesmo tempo.

— Tá andando muito com o Lys, viu? — brinquei, fazendo ela rir.

— Eu sou casada com ele, ué — disse engraçadinha. — Como não andar muito com ele?

Me jogou essa e começamos a rir.

Então, o elevador chegou junto com os nossos homens. Lys e Castiel também vinham conversando animados e entramos no elevador num clima legal. Ele nem demorou tanto pra chegar e saímos logo, andando até a porta do apartamento da Bia e tocando a campainha.

No mesmo momento a porta foi aberta e uma Bia ansiosa apareceu com os olhos arregalados. Eu sorri ao ver aquela cara dela e os olhos dela pararam na mesma hora no menino.

— Ahhhh! — Fez a animada, dando pulinhos no mesmo lugar.

Comecei a rir ainda mais vendo a alegria da pessoa.

— Ele chegou, Biaaaaaaa! — disse ainda mais animada que ela.

— Nossa, quanta animação. — Ester passou pela gente, seguida de Lys e Castiel.

Bia ficou olhando pro meu filho com uma cara alegre e divertida, em um silêncio cheio de amor.

— Quer segurar ele? — ofereci, mas ela me olhou com medo. E balançou a cabeça de maneira desesperada.

— Quando eu tiver no sofá, cercada de almofadas até o chão, eu pego — falou engraçada, saindo da porta e deixando a gente passar.

Eu dei uma gargalhada.

— Quando você tiver o seu, isso passa. — Dei uma piscadinha pra ela, entrando no apê.

Então percebi que tinha uma galerona dentro do apê: meus tios, Carol, Kentin, Caio, Nivea, Armin e os seus gêmeos e até mesmo a Cindy tava lá. Tia Simone se levantou do sofá ao me ver, mas Nathaniel chegou primeiro, abrindo um sorriso.

— Ei, Stelfs — me cumprimentou. — E olá, Arthur. — Ele brincou com os de dedinhos do meu filho, olhando pra ele.

Arthur levantou os olhinhos pra ele.

— Oun, ele gostou de você, olha. — Eu ri e Nathaniel sorriu mais um pouco.

Estendi o menino pra ele.

— Quer ir treinando? — ofereci, entregando Arthur pra ele e Nath me olhou meio surpreso e temeroso.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Ar… Eu… — falou um pouco contrariado, mas acabou pegando o menino dos meus braços.

Eu sorri, motivadora, enquanto Nathaniel tentava, com todo cuidado do mundo ajeitar ele nos braços. Olhei aquela cena, achando uma gracinha. Se acho lindo homens com crianças? Imagina.

— Aí, você leva jeito. — brinquei com ele e Nath me olhou meio desconcertado com um riso amarelo.

Vi que a Bia também olhava pro Nathaniel com uma cara de gente apaixonada e sorri. Mesmo depois de tanto tempo esses dois tão assim, não é mesmo?

— Já sabemos quem será o próximo papai, você não acha, Stelfs? — Tia Simone se aproximou de nós dois, implicando com o Nathaniel.

Ele abriu um sorriso sem graça e coçou a nuca em um auto reflexo.

— Ah… Não sei, vamos ver — disse reticente.

Tia Simone riu compreensiva.

— Vocês ainda têm tempo. — Balançou a mão pro lado dele em um tom divertido. — A garota aqui que foi apressada — implicou comigo, me lançando um olhar meio autoritário, mas com um indício de sorriso na boca.

— Quê?! — perguntei já rindo. — Você sabe que foi sem querer! — me defendi, começando a rir.

Ouvi Bia chamar Nathaniel e ele nos pediu licença, saindo com meu filho no colo.

— Sem querer… — Titia voltou a falar, me olhando em um gesto engraçado e sério ao mesmo tempo. — Como se eu não tivesse te ensinado tudo que você precisava saber sobre isso.

Comecei a rir.

— Até demais! — falei zuando e cruzei os braços, fazendo ela rir.

Dei um olhar rápido pra sala, seguindo Nathaniel andando com Arthur por ela e vendo que Castiel conversava com a Cindy, enquanto Lys e Ester recepcionavam os outros convidados. Ele entregou meu filho pro Tio Gustavo.

— Mas que coisa, menina! — Tia Simone me puxou pra um abraço. — Você deu um susto na gente ontem. — Eu a abracei também.

— Eu sei. — Dei uma gargalhada. — A gente tentou chegar em Caratinga, mas o menino quis vir ante. — brinquei e Tia Simone sorriu.

— Sua mãe tá ansiosíssima pra ver o neto dela. — Nos soltamos e ela me olhou com um sorriso.

— Imagino.

— Mas que meninão! — Tio Gustavo se aproximou, trazendo Arthur em seu colo. — Você não acha, Moninha? — chamou minha tia pelo apelido que eles usam há anos.

Ela sorriu, olhando pro meu filho e brincou com ele um pouquinho.

— Ah, o Márcio nasceu grande desse jeito… — Pareceu nostálgica, falando do meu primo. — Você lembra, querido? — Olhou pro meu tio, que sorriu como se também lembrasse daquele dia.

— Ele era o maior bebê da maternidade — disse engraçado e olhou pro Arthur.

Eu sorri com a interação dos três, até que Tia Simone rompeu aquele momento:

— Mas ele é a cara do Castiel… — Ela me olhou um tanto surpresa e contrariada e eu fiz um bico, cruzando os braços e balançando a cabeça. — Olha só esse nariz, esse rosto afinado e essas sobrancelhas aqui — foi falando, mexendo no rostinho do meu filho e fazendo ele fechar as expressões contrariado.

— Até a cara zangada é do pai dele — tio Gustavo completou ao ver o que Arthur tinha acabado de fazer.

Eu e minha tia rimos.

— Tô vendo que alguém aí tem gênio forte — ela disse rindo.

Suspirei, fingindo estar chateadíssima.

— Vou ter trabalho, viu? — brinquei, fazendo eles rirem.

— Nem acredito que você é mamãe!

Escutei aquela frase e vi Carol vindo com Kentin na nossa direção. Ela soltou o namorado e veio até mim, já me agarrando em um abraço.

— Parabéns! — felicitou, terminando aquele abraço e sorrindo pra mim.

— Hã… Obrigada? — agradeci, franzindo uma sobrancelha.

— Credo, deixa de ser insensível, você acabou de ser mãe! — brigou comigo, me olhando com a cara séria.

— Mas, meu anjo, não sei porque parabenizar a Stelfs por algo que é natural dela — Kentin interveio em meu favor.

Olhei pra ele e levantei as mãos pro alto, junto com os olhos.

— Jesus ouviu minhas preces — brinquei e Carol me deu um tapa leve.

— Deixa vocês dois, viu? — falou engraçada. — Falando nisso, deixa eu ver essa bolinha que quase matou minha amiga de dor nas costa. — ela completou, se virando pro Tio Gustavo, que deu o menino pra ela.

Fiz uma careta com aquela declaração dela e Tia Simone riu.

— Estamos na cozinha, se precisar de alguma coisa — ela falou, segurando o braço de titio.

Concordei com a cabeça. E eles saíram dali.

— Ele se parece bem com o Castiel — Kentin opinou, brincando com Arthur no colo da Carol.

Suspirei, arregalados os olhos em impaciência.

— Por que todo mundo diz isso? — Fiz uma brincadeirinha, fingindo estar com raiva e os dois riram.

— Deve ser porque realmente ele se parece com o seu gat… — Carol ia usar o apelido que geralmente usava com Castiel, mas quando lembrou do namorado ao seu lado, refez a fala. — Quer dizer, seu marido?

Soltei uma risada ao ver aquele ato falho.

— Olha só como ele é fofinho, amor? — Kentin nem percebeu porque mexia na barriga dele, fazendo ele rir muito.

Gente, os olhos dele até brilhavam. Abri um sorriso sapeca.

— Quando você vai dar um de presente pro Kentin, Carol?

Ele me olhou, corando um pouquinho e Carol arregalou os olhos.

— Você tá maluca?! — rebateu na hora.

— Ela não tá querendo nem se casar comigo, imagine ter um filho! — Kentin falou meio ressentido.

Vish, toquei na ferida.

— Vai ter que se conformar com isso — ela respondeu na mesma hora. — Eu já disse que eu não quero me casar.

Olhei pros dois meio assustada, meio culpada por ter começado aquilo.

— Okaaaay, parou com a lavação de roupa suja — intervim divertida e os dois me olharam na mesma hora. — Não se preocupe, algum dia a Carol vai cansar de ser assim — disse, fingindo um sussurro, mas deixei ela ouvir pra provocar. — Só ter paciência, Kentin.

Dei uma risadinha engraçada, fazendo ele abrir um sorriso e Carol me bateu mais uma vez.

— Deixa você comigo, dona Stelfs — comentou, mas já achava graça.

Eu pisquei pra ela divertida.

— Se o Castiel concordou casar comigo, o seu caso não é perdido, amiga — zuei e Carol começou a rir junto com Ken.

— Falando nisso, trouxemos um presente. — O namorado da Carol me estendeu um embrulho e eu peguei, olhando.

— Gente… não acredito que vocês fizeram isso… — disse, ainda olhando o presente.

Kentin e Carol sorriram.

— Além desse, tem o meu presente especial… — ela comentou, indicando o embrulho de cima da mesa e Kentin foi buscá-lo.

— Uhhhh. — Fiz um tom de mistério, balançando a cabeça de maneira engraçada, enquanto abria o presente.

Olhei dentro do saco, fazendo uma carinha fofa.

— Oun, meu Deus… — falei toda meiga, tirando a jaquetinha minúscula de lá de dentro. — Que pequenininha! — exclamei, toda besta com aquela peça na minha mão.

Kentin voltou com o outro embrulho e me olhou com um sorriso.

— Achamos que combinava bastante com vocês.

— E o Arthur vai ficar gatinho — Carol comentou, sorrindo com alegria.

Eu sorri pros dois e os puxei pra um abraço, tomando cuidado com meu filho, claro.

— Obrigada, gente — agradeci, soltando eles logo depois. — Uma gracinha esse presente. — Fiquei olhando a peça emocionada.

Carol sorriu.

— Agora meu presente, amor. — Deu uma reviravolta animada, olhando pro Kentin. — Anda, anda.

— Okay, calma… — ele comentou um tanto incomodado e me estendeu o embrulho. — Vou beber água, tá? — falou um pouco corado, dando um beijo em Carol e se afastando.

Hum, aí tem.

— Que indecência você comprou dessa vez, Carol? — Fui direta, levantando uma das sobrancelhas e balançando a sacola.

Ela riu sapeca.

— Abre pra você ver.

Eu ainda lancei um olhar de lado pra ela e desenrolei a fita, abrindo a sacola. Olhei pra dentro dela e levantei o rosto, olhando Carol com a boca aberta.

— Eu… Eu não acredito, sua palhaça! — falei alto, abafando a boca com a mão e corando um pouco.

Carol riu satisfeita.

— Que bom que você gostou. — Deu um riso animado, estreitando os olhos, enquanto eu tirava aquela camisola vermelho escarlate da embalagem. — Só um estímulo pro seu gatão. — Piscou pra mim e eu corei ainda mais.

Dei um soquinho no ombro dela.

— Tá falando que eu tô feia? — Olhei pra ela com uma cara divertida.

Carol deu uma gargalhada.

— Não, amiga. — Me olhou com uma carinha resignada. — É só que nesses tempos você tá com mais cara de mãe que de esposa.

Dei uma suspirada.

— Pior que você tem razão. — Fiz um bico e ela riu.

— Tá vendo? — Deu mais uma piscadinha. — Só use com moderação — disse com bobeira e eu balancei a cabeça, achando graça.

— Será que as comadres já terminaram de fazer tricô? — Castiel apareceu sorrindo debochado com Cindy junto com ele.

Enfiei aquela peça íntima dentro da sacola rapidinho, tentando disfarçar a situação e a Carol riu do meu desconcerto. E deixei os embrulhos em cima do móvel de sapatos.

— Já sim — ela respondeu, olhando pro meu marido toda animada. — Depois a Stelfs te conta as novidades — falou misteriosa e ele me olhou com um rosto confuso, me deixando meio desconcertada.

Carol gargalhou.

— Aqui, seu filho. — Estendeu Arthur pro Castiel. — Preciso encontrar meu namorado — comentou engraçada.

Ele mostrou Cindy com a cabeça.

— Deixa a loira pegar ele se não ela vai aguar — zuou com ela.

Cindy riu divertida.

— É claro — ela respondeu, pegando Arthur de Carol. — Isso é um milagre da natureza. — Foi engraçada. — Você conseguiu domar o ruivo direitinho, hein, senhorita? — disse pra mim, abrindo seu sorriso de lado e provocativo.

Castiel fez cara de desdém. E eu ri junto com Cindy.

— Eu que resolvi sossegar, madame — falou com ela, cruzando os braços. — Não anima ela não — debochou de mim e ri engraçada.

Cindy começou a rir também.

— Ele acha que nos engana — falei com ela e Castiel olhou pra mim.

— Mas você tá muito saidinha, garota. — Mandou essa pra mim, sorrindo daquele jeito.

Eu ri, me sentindo.

— Eu sei que você gosta, querido, nem precisa fingir. — Devolvi com um sorriso engraçado e o abracei pela cintura e de lado, fazendo ele abrir o braço e amparar meu ombro.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Cindy dividia os olhares entre a gente e Arthur, balançando ele no colo.

— Sonha, mocinha — rebateu.

Eu apenas sorri.

— Ai, seu ridículo. — E afundei o rosto na costela dele, começando a me sentir cansada com aquela quantidade de gente.

— E quando você vai dar um jeito nessa sua vida, tigresa? — Castiel iniciou um novo assunto com a Cindy, enquanto eu ainda me recompunha com a cara escondida.

Escutei uma risada desdenhosa dela e levantei meu rosto.

— Não sei, bonitão — ela respondeu com aquele sorriso parecido com o de Castiel. — Tô bem assim. — Continuou, sustentando o ego e eu balancei a cabeça, fechando os olhos.

Quem vê, nem sabe o quanto que essa criatura sofreu por causa da Dinnie. E quem pagou o pato? Eu, que tive que sair do café ene vezes arrastando a Cindy bêbada.

Pois é.

E foi assim que nos tornamos amigas.

Castiel deu uma gargalhada, satisfeito.

— Vamos ter que te lançar no mercado de novo. — Brincou com ela e agora foi a vez dela dá uma risadona.

— Vai ser ótimo! — comentou, piscando e os dois riram.

Apenas balancei a cabeça, contrariada e suspirei, olhando pros dois. Arthur começou a se remexer nos braços de Cindy, começando a dar uns chorinhos chatos e mimadinhos, despertando a nossa atenção. Levantei o rosto ainda mais, olhando pra ele e vendo Cindy balançá-lo um pouquinho a mais, tentando fazer ele ficar quietinho.

— Tô achando que tá na hora da mamada dele — comentei, tirando meus braços de Castiel e estendendo eles pra Cindy. — Me dá ele aqui que eu vou colocar ele no peito — expliquei e ela me passou a criança, que ficava naqueles murmúrios baixinhos e entrecortados.

Tomei ele no colo, tendo Castiel e Cindy olhando pra mim. Ajeitei contra mim, passando o braço entre as perninhas dele e amparando as costas dele e o outro braço escorava a cabeça.

— Você tá com fome, bebê? — conversei com ele, vendo aquela carinha chateada. — A mamãe vai te dar, tá bom? — Continuei, afundando meu nariz na testinha dele e beijando ele. — Gente, licença — pedi, começando a andar pela sala, quando alguém praticamente pulou na minha frente.

— Até que enfim podemos falar com você!

Vi Armin se teletransportar na minha frente.

— Ah, meu Deus, vocês! — Quase gritei, animada e sorri.

Olhei pro embrulhinho que tinha nos braços dele e meu sorriso foi ainda maior.

— E os gêmeos! — disse animada, quando vi Nivea se levantar do sofá e vir na nossa direção com o outro embrulhinho nos braços, seguida de Caio.

Armin sorriu divertido.

— Ai, não. Fiquei com medo de vir te ver e ser aquelas visitas chatas. — Escutei Nivea dizer quando chegou mais perto da gente.

Eu ri.

— Que nada! — falei. — Melhor vir todo mundo de uma vez que eu cumprimento todos, o pessoal vê o Arthur logo e depois posso ficar tranquila — expliquei e ela mordeu os lábios inferiores.

— Então tá bom — respondeu.

— E a vida nos Estates, como está, hein? — Caio veio me abraçar.

Olhei pra ele, sorrindo.

— Que saudade de você, pessoa! — falei, toda alegre e ele sorriu também. — Está tudo bem. Castiel está trabalhando, eu estou tentando dar conta do meu Mestrado e o Dragon teve que ficar na casa de um amigo nosso porque ia dá trabalho trazer ele pra cá. — Brinquei e Caio riu.

— Olha ela, toda chique — falou zuando e eu revirei os olhos.

— Ham Ham, tá. — Fiz engraçada e ele riu.

— E como tá sendo esse primeiro dia como “mestra pokémon”? — Armin brincou comigo e eu fiz uma cara estranha.

— Como o quê? — perguntei engraçada.

— Como Mestra Pokémon. — Ele insistiu e eu fiquei com a cara da Nazaré, com certeza. — Ué, fala que filhos não parecem pokémons? Precisa de comida, cuidado e atenção — disse divertido e eu balancei a cabeça.

— Não acredito que eu tô ouvindo isso… — falei zuando e os outros riram.

— Rapidão uns pokémons. — Nivea parecia se divertir com o marido.

— Eu também achei que depois da paternidade ele fosse mudar, mas parece que não. — Caio parecia indignado.

— E a gente nem pode colocar eles no duelo, chateado. — Armin continuou na brincadeira e eu só pude rir.

— Você é demais — comentei, balançando a cabeça. — Coitado do Greg e da Ava. — Encarei aqueles dois tão bonitinhos nos braços dos pais deles. — Falando nisso, deixa eu ver eles direito! — exclamei, ansiosa. — Aquele dia no Skype nem consegui ver meus afilhados!

— Ai. — Nivea fez aleatoriamente, destampando o rostinho de Ava e me mostrando aquelas bochechinhas rosadas. — Olha só ela.

Fiquei um tempinho encarando a menininha de cabelinhos castanhos e olhinhos azuis. Ela olhou pra mim com curiosidade e eu me derreti.

— Ain, que fofinha! — falei, levantando os olhos e encarando a Nivea. — Olha só… por que só meu filho não se parece comigo? — disse, indignada.

— Que, menina? — Nivea fez cara de tacho, me olhando estranha.

— É porque olha só… — Mostrei a Ava. — Ela tem seu nariz e seus cabelos… — Falei, fazendo carinho no rostinho da menina. — E o Arthur é A CA-RA do Castiel! — Expressei minha revolta, mostrando o menino pra eles.

Armin começou a rir e Caio também.

— Pelo menos ele não pode reclamar que você pulou cerca. — Caio interveio rindo e lancei um olhar mortífero pra ele.

Nivea deu uma olhadinha pro meu bebê, que parecia um tanto impaciente com aquela conversa. Ele fez um biquinho fofinho, se preparando pra chorar.

— Não, ué — ela me respondeu séria. — Ele tem seus olhos lindeza — respondeu depois de analisar ele.

Encarei meu filho, vendo aqueles olhinhos castanho amarelado e sorri.

— É mesmo — respondi. — Acho lindo meus olhos — confessei, ainda encarando os olhos dele.

— Prontinho. — Nivea pareceu feliz.

Armin sorriu.

— Eu também achei que as crianças se parecessem mais com a Nivea que comigo, mas preocupa não, eles digievoluem com o tempo. — Me soltou essa e não me aguentei, começando a rir muito.

— Eeee Digievolução — Nivea comentou.

— Idiota — xinguei ele em tom de brincadeira. — E o Greg? — perguntei, me aproximando do Armin e olhando o menininho que estava todo largado nos braços dele.

— Ele é um amor. — A mãe dele disse, levantando a mão embaixo do queixo, fechando os olhos e abrindo um sorriso.

Olhei pro rapazinho que tinha o mesmo formato de rosto que Ava e era tão branquinho quanto ela. Os cabelinhos também castanhos e os olhinhos azuis. Ele me acompanhou com o olhar e eu sorri.

— Que delícia! — exclamei e Armin arrumou ele nos braços. — Tão gracinha ele! — Mais uma vez disse derretida e os pais orgulhosos e corujas riram.

— Siiiim! — Nivea concordou.

Arthur se remexeu mais uma vez, ficando tão nervoso com aquela enrolação toda que começou a chorar alto, despertando a atenção de todo mundo.

Tipo, TODO mundo do apê olhou pra mim.

— Ai, meu Deus. — falei, arrumando ele no meu colo e tentando aplacar aquela fúria. — Preciso sair rapidinho, gente — disse pra eles. — Acho que tem alguém aqui com muita fome e MUITO bravo. — Fiz gracinha e eles riram.

— Ai, não, Arthur — Nivea disse, olhando pra ele preocupada.

— E anda logo que a fúria deles é pior que o último Boss — Armin me aconselhou.

Comecei a rir.

— Tudo bem, Ash. — zuei com ele e Armin riu. — Foi bom ver vocês, gente! — disse, dando um aceno rápido. — Vamos marcar pra sair qualquer dia desses — comentei por alto.

— Pode deixar — Caio respondeu, acenando, enquanto eu sumia pelo corredor.

Abri a porta do quarto com o pé, vendo que Castiel já tinha deixado as bolsas por ali. O choro estridente do Arthur continuava, enquanto eu tentava fazê-lo, pelos menos, não gritar tanto.

Inevitável.

Encostei a porta com o pé e caminhei com ele nos braços, indo até a cama e peguei os travesseiros dali de cima, encostando eles na cabeceira e me sentei, me aconchegando ali e cruzando as pernas. Ele continuava berrando, desesperado.

— Calma… — falei com ele, preparando tudo. — A mamãe já tá chegando com seu almoço… — Brinquei, colocando ele no peito e me encostando nos travesseiros.

Ele demorou um pouco até encontrar o caminho da felicidade, mas quando encontrou, quase me matou de tanta dor.

— Nossa Senhora — soltei, encarando ele mamar com ansiedade e desespero. — Você não nega que é filho do Castiel com essa fome toda, rapaz — brinquei, passando a minha mão em seus cabelinhos negros e vendo seus olhinhos amarelos.

Sorri, continuando a fazer carinho no meu filho, enquanto observava aquele rostinho na minha frente. Passei meus dedos por suas bochechinhas gordinhas, como as minhas e sorri. E senti sua pele macia e moreninha tal qual a da minha família. Mais um sorriso.

Ele diminuiu a velocidade da mamada, ficando mais calmo e inspirei fundo, soltando o ar com calma. Mexi nos dedinhos dele, colocando o meu entre eles, enquanto observava aquelas mãozinhas espichadas e magrelas, como as de Castiel. E aquela boca estreita e fininha como a dele.

Como ele era bonitinho, gente.

Me abaixei, dando mais um beijinho nele e Arthur fechou os olhinhos.

Sorri. De novo.

— Tá tudo bem por aí? — Escutei a voz de Castiel e olhei pro lado, vendo ele entrar no quarto.

— Hum Hum — concordei com um murmúrio. — Tô só aplacando a fúria desse dragãozinho aqui. — brinquei, rindo pra ele e olhei pro Arthur. — Daqui a pouco tá desmontado no sono.

— Deixa o moleque comer. — Ele deu um sorriso de lado, vindo até a gente. — Precisa crescer forte e saudável — comentou meio irônico.

Eu dei uma risada e Arthur focou seus olhos em mim.

— Tá vendo? — Olhei ele de volta. — Seu pai quer você mamando igual um bezerrinho — brinquei, abrindo um sorriso pra ele.

— E arrasar com as gatinhas que nem seu pai. — Se jogou na cama, se sentando à nossa frente, também olhando pro nosso filho.

Revirei os olhos, fingindo cansaço e ele riu à vontade. Começou a mexer nos cabelinhos do nosso filho, olhando ele mamar e Arthur encarou Castiel, fazendo ele abrir um sorriso meio nostálgico, de uma forma que nunca tinha visto ele sorrir.

— E encontrar uma gatinha... — Continuou falando com o filho dele, bagunçando os cabelos do menino. — Que valha tanto a pena quanto sua mãe.

Disse aquilo, ficando corado e eu fiz uma cara de gente derretida e apaixonada, abrindo um sorriso.