miséria

mas essa mera fúria cedo se tornou


E tudo começou com um ligeiro roçar de pés desnudos no início da praia. Era quente, infernalmente quente, e eu corri rindo em direção ao mar. Houve risadas, cambalhotas, alegria.

E então, eu cai. Eu cai e a areia passou a me queimar. E voce caiu. E choramos e choramos e choramos, porque doía como o inferno. Queimava. Ah, céus, me perdoem todos os pecados...

E rastejamos, até que uma conseguiu ficar de pé – não sei quem, eu nunca sabia quem apoiava quem – e ajudou a outra, e fomos nisso, nos amparando desajeitadamente em direção ao que parecia ser o mar. Mas era o mar mesmo? Ele existia, de verdade?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

e continuamos. Porque voce me ampararia pra sempre e eu te ampararia pra sempre, e seria sempre assim, certo? Sempre. Eu vou estar sempre aqui pra você e você vai estar sempre aqui pra mim. É assim o universo, é lei.

... mas eu caía demais. Demais. E me machucava, demorei a aprender onde ficavam os buracos na areia. E queimava, e tudo queimava e eu acho (só acho, por favor não conte a ninguém mas eu pensava que era o inferno vivo) e merda, queimavaequeimavaequeimava. E agora nem você poderia me tocar, porque... Não era só a dor. Era eu. eu era um demônio condenado a queimar e a ser queimado, condenado por mim mesmo.

Mas você tentou. Ah, no final aquilo foi o que doeu mais. O quanto você tentou.

Ah, meu amor, eu sinto tanto. foi mais fácil queimar e virar cinzas. mas diga-me querida, sussurre a resposta ao vento para que ele possa me contar

Você conseguiu chegar ao mar?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.