Quadras

Pôr do Sol


Os três amigos saíram do cinema bastante contentes. Quer dizer, quase isso.

“Na verdade eu tenho uma reclamação.” Disse José Bonifácio.

“E qual seria?” Lune perguntando entregando o refrigerante a Heloísa.

“Como assim o Finn e o Poe não ficaram juntos no final?”

“É verdade.” Elô fez que sim com a cabeça “Eu super torcia pelos dois!”

“Parecem que vocês nasceram ontem. É claro que não ia rolar um casal gay numa franquia desse tamanho. Com sorte talvez ainda saia um filme independente esse ano.” Lune disse.

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“Aos filmes independentes então!”

Elô ergueu o copo e tomou um gole, logo depois passou para Lune e José que fizeram o mesmo. Os três continuaram conversando e caminhando pelas ruas de Niterói quando Lune se viu enfeitiçado pela pelo pôr do sol que mergulhava na orla da cidade. Sem perceber ele parou e ficou a admirar a paisagem. Alguns passos a frente, Elô pensou em chamá-lo, mas José a interrompeu. O garoto supôs que Lune devia estar falando com alguém do seu cluster.

“Ei, ele faz isso às vezes.” Ele se dirigiu a Elô “Ele nos alcança na faculdade. Vamos logo.”

Os dois seguiram para o terminal deixando Lune sozinho. O mais sozinho que ele conseguia estar pelo menos. Comfrey o acompanhou até o gramado e juntos eles se sentaram de frente para o mar. O californiano se pôs a distraidamente dedilhar simples melodias no violão em seu colo enquanto eles apreciavam a presença um do outro sem uma palavra. Até que Lune quebrou o silêncio.

“Como está Roberta?”

“Eu não poderia estar melhor.” A garota sussurrou.

Os três sensates se viram no leito de Dona Sales. Havia balões multicoloridos espalhados pelo quarto e todos os irmãos de Roberta também estavam lá. Todos reunidos ao redor da maca onde a matriarca assoprava as velinhas de seu bolo de aniversário com a ajuda dos gêmeos. Como sempre, Roberta estava um pouco afastada deles, encostada na parede. Mas diferente das outras vezes ela agora apresentava um sorriso que ia de orelha a orelha. Comfrey encostou a cabeça no ombro esquerdo da irmã e Lune segurou em sua mão direita. De repente Anna surgiu ao lados deles rindo baixinho.

“É engraçado né? Até um mês atrás a gente tava tão desesperados, tão perdidos. Mas olha pra gente agora. Tudo sem eu devido lugar.”

“Eu não falaria dessa forma.” Roberta pegou a cerveja da mão de Anna no clube secreto “Mas até estamos bem.”

“Estamos ótimos!” Lune se deitou no puff preferido de Anna apenas para irritá-la.

Sem se abalar, Anna simplesmente se sentou no colo de Lune e ali ficou a observar enquanto Danila e Aleksei disputavam uma partida de basquete no vídeo game. Os homens de sua vida. O pensamente esquentou o coração dos quatro, que logo se viram na traseira da caminhonete vermelha de Comfrey. Enquanto Sam conduzia o veículo o garoto fazia palavras cruzadas na garupa agora na presença de seus irmãos de cluster.

Os quatro aproveitaram o vento noturno lhes bombardear o rosto. Quando Sam mudou de faixa Comfrey lhe perguntou aonde ela estava indo, no que ela gritou sobre o vento:

“Eu não aço idéia!”

E começou a gargalhar contagiando todos os outros que estavam no quarto. De repente lá estavam eles de novo apreciando o pôr do sol em Niterói. Os quatro se abraçaram e assim permaneceram sentindo o calor um do outro.

“Anna o cara do BPO foi na sua casa de novo?” Roberta perguntou.

“Não. Acho que a pista falsa do Aleksei funcionou mesmo. E quanto aos doidos que perseguiam a Sam?”

“A Yorkie deu a entender que eles não nos procurariam mais, mas eu não me convenci. Nem a Sam.” Comfrey explicou.

“Ninguém perguntou, mas eu continuou sendo invisível.” Lune disse “As vantagens de ser pobre!”

Os quatro riram e mais uma vez ouviram ecoar a frase de Anna em suas mentes. Tudo em seu lugar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.