Obsessão

Justiça Será Feita?


— a defesa chama Beatriz Grimaldi para depôr – anunciou o advogado.

Nesse momento, todos que estavam ali estavam incrédulos. Mesmo tendo Beatriz deixado claro que apoiaria Verônica e que acreditava em sua inocência, até o momento em que ela sentou-se naquela cadeira, parecia tudo muito surreal. Somente ali que todos, e principalmente Verônica, deram-se conta que Beatriz estava mesmo do lado dela. Nesse momento, sem que ninguém notasse, levantou-se e saiu do tribunal de maneira discreta para que ninguém a notasse.

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— você já foi um desafeto publico de Verônica no passado, estou certo Beatriz? - perguntou o advogado.

— sim, eu cometi esse erro devido a um engano pessoal. É a única coisa do meu passado da qual eu me arrependo – respondeu Beatriz.

— você chegou a dizer para a mídia e para a polícia que acreditava que Verônica era a culpada pelo assassinato de seu pai. Você ainda acredita nisso?

— não, hoje eu sei que Verônica é inocente.

— e você poderia explicar ao júri porque mudou de ideia tão radicalmente?

— porque eu ouvi da boca do verdadeiro assassino que Verônica é inocente.

O tribunal inteiro ficou chocado ao ouvir aquela frase.

— objeção meritíssima, além de não ter sido apresentado nada disso ao júri, não há alegações de provas para uma acusação tão grave! - gritou o promotor.

— você pretende apresentar alguma prova sobre o que sua testemunha está falando? - perguntou a juíza.

— tenho sim vossa excelência.

— quero o advogado e a promotoria próximos a minha mesa – convocou a juíza. Então o advogado e o promotor se aproximaram, então ela valou baixo – se vocês pretendem transformar o meu tribunal em um show para a mídia, fiquem sabendo que isso daí não é série de TV norte-americana para ter essas reviravoltas mirabolantes – ela usava um tom de voz firme – qual é a prova que você tem para a alegação da testemunha?

— a foto três meritíssima – respondeu o advogado.

— a foto é a prova que trata-se de Verônica na mesa do jantar que foi entregue à polícia algumas semanas atrás. Não condiz com nada no que a sua testemunha está alegando – disparou o promotor.

— meritíssima, eu tenho um objetivo e garanto a você que não é show barato, só estou tetando provar a inocência da minha cliente.

— retomem seus lugares, eu vou permitir que continue e nego a objeção da promotoria.

Os dois retomaram seus lugares e notaram que todos ali continuavam chocados.

— objeção negada, prossigam – anunciou a juíza e então o advogado voltou a falar.

— você pode, por favor senhora Beatriz, me explicar essa alegação de que ouviu da boca do assassino que Verônica era inocente?

— acontece que eu ouvi da boca de Flávia, a minha ex-funcionária que passou anos na cadeia por ter matado o meu irmão, ela ficou quatorze anos na cadeia planejando um plano de vingança que consistia em me manipular para matar o meu pai e colocar a culpa na Verônica – disse Beatriz.

O choque de todos os presentes foi ainda maior.

— objeção meritíssima, a testemunha não pode fazer uma acusação tão grave sem ter provas ou sem que isso tenha sido mencionando antes no processo!

— a prova cabal da inocência da minha cliente esta anexada no processo, é a foto 3 tirada pela jornalista Marcela Coutinho que será a próxima testemunha ouvida. A acusação da minha testemunha poderá ser retirada do processo se vossa excelência quiser, porém creio que ficará mais do que provado e ainda hoje que minha cliente é inocente, e sugiro a promotoria que começa repensar em seu caso, pois no banco dos réus está sentada a pessoa errada enquanto o corpo de Antenor Grimaldi está em baixo da terra e o assassino solto e também não podemos esquecer que a promotoria montou todo um caso perfeito incriminando minha cliente, porém em momento algum conseguiu apresentar algum motivo, minimamente razoável como motivação do crime para esse crime.

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— objeção negada, o advogado pode prosseguir.

— meritíssima, eu peço recesso de 48h para que a promotoria possa rever as provas do caso – insistiu o promotor.

— essa corte encerrara esse caso ainda hoje antes que isso se torne um circo – rebateu a juíza. Ela, assim como 80% dos presentes naquela sala, convencidos de que Verônica era inocente.

O julgamento continuou. Mesmo sem necessidade àquela altura dos acontecimentos Marcela foi chamada para testemunhar e explicou sua foto que provava a inocência de Verônica e depois de, aproximadamente seis horas, o veredito foi dado.

Flávia estava olhando para a TV no pensionato onde morava desde que fora demitida quando foi o plantão do noticiário anunciando que o veredito do julgamento do ano” havia sido dado. Quando o cameraman filmou a porta do tribunal se abrindo e Verônica saiu de lá sorridente ao lado de seu marido e seus advogados enquanto a voz da jornalista anunciou “… foi inocentada de todas as acusações no veredito dado pelo juri em um placar de 10 favoráveis a absolvição conta 2 favoráveis a condenação...”então Flávia foi tomada por um ódio que nunca havia sentido antes em sua vida. Todo o seu plano havia falhado, então ela estava tomada pelo mesmo ódio que havia dominado-a anos antes quando ela atacou Ricardo e Verônica.

“Essa mulherzinha não vai ficar libre nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida”então ela levantou-se, pegou sua bola e saiu dali.

Todo o percurso que ela fez pelo corredor do pensionato e todos ali estavam olhando torto para ela, julgando-a com o olhar e isso a deixava ainda mais com raiva de Verônica.

O apartamento onde ela havia morado quando trabalhava para Beatriz já havia sido alugado, porém Flávia precisava agora, mais do que nunca, pegar algo que pertencia a ela que ainda estava lá.

O apartamento em que ela havia morado quando trabalhava para Beatriz já havia sido alugado, então ela não precisaria arrombar o apartamento, precisaria apenas de uma desculpa para entrar lá, e isso não seria difícil para ela.

— sim? - disse a mulher que abriu a porta.

— oi, eu sou a Susana da companhia de gás, eu preciso ir na sua cozinha dar uma olhadinha um instante – disse Flávia sorrindo.

— hã, tem alguma coisa errada com o gás? - perguntou a mulher. Ela estava estranhando aquela situação pois o rosto de Flávia lhe era familiar, porém ela não conseguia lembrar-se de onde conhecia aquela mulher. Nem imaginava que era uma assassina.

— tivemos algumas reclamações no primeiro andar e não conseguimos detectar a causa do problema ainda, por isso estamos olhando todos os apartamentos – disse Flávia, ainda sorrindo gentilmente.

— tá bem – disse a mulher em um tom de voz relutante.

Ela abriu a porta e Flávia entrou. Ela foi direto para a cozinha e nem deu bola para a mulher. Ela foi até a pia, tirou a última gaveta e pegou a sacola que havia ali dentro.

— o que é isso? - perguntou a mulher.

— é a resolução do problema – disse Flávia. Seus olhos brilharam quando ela pegou a faca. Era a faca com a qual ela tinha matado Antenor, era a mesma faca que ela usaria para matar Verônica. Ela então agradeceu e foi embora. A mulher que estava morando no apartamento nem sabia o que havia dentro daquela sacola e ficou sem entender nada.

***

— meu Deus, essa é a champagne mais maravilhosa que tomo em toda a minha vida! - disse Verônica ao dar mais um gole em sua taça.

— eu imagino. A champagne da vitória é sempre mais saborosa – respondeu Carolina, sorridente – vocês conseguem imaginar toda a publicidade positiva que essa virada vai trazer pra gente?

— finalmente a justiça está começando a ser feita – completou Fábio ao abraçar a mulher.

Os advogados de Verônica estavam ali também comemorando esse grande feito que alavancaria as carreiras deles, mas então eles se despediram e Carolina os acompanhou até a porta.

— eu vou pro meu quarto ligar para algumas marketeiras que eu conheço e começaremos amanhã mesmo o trabalho na nossa imagem – disse Carolina.

Verônica e Fábio estavam sentados no sofá quando a campainha tocou novamente e então a empregada foi abrir a porta. Depois de alguns instantes, os dois acharam estranho que ela não voltou, então Fábio foi ver o que havia acontecido. Quando ele chegou na porta deparou-se com uma cena deplorável. O corpo, já sem vida, da empregada estava caído no chão se esvaindo em sangue e a porta estava aberta. Flávia!” pensou, então virou-se e correu de volta em direção a sala, e quando chegou lá, Verônica estava em pé sob a mira do revólver de Flávia. Flávia estava com o revólver em uma das mãos e a faca na outra.

— dessa noite você não passa – disse Flávia – nenhum de nós passará.

Fábio ficou apavorado, ele notou nos olhos de Flávia um ódio tão intenso que nunca havia visto antes.