O Livro Proibido

Introdução


Numa montanha. Era onde se localizava o Dark Blue Castle, a sede principal da Assembleia da Magia. Era um castelo construído com ossos polidos de dragão bem resistentes. Ao redor, muitos pinheiros ecoavam o barulho da chuva forte que caía lá fora naquela noite.

Logo à avistar na grande janela, observando as gotas que caíam do céu, estava um velho homem. Sua aparência demonstrava elegância. Sua barba era lisa e longa, assim como seu cabelo já grisalho. Seus olhos, azuis, que, quando refletiam, notava-se um brilho de poder e soberania. Seu rosto era longo e bem esculpido, apesar da idade avançada. Mal possuía rugas – talvez por conta da magia – pelo corpo. O homem usava um traje de veludo roxo brilhante.

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Olhava para o além, severamente. Via-se também uma certa preocupação em seu olhar.

Decidiu-se então se virar e caminhar até o centro da sala, onde se encontrava uma grande mesa feita de pedras das mais antigas. O homem olhava fixamente para o objeto em cima da mesa... um livro já degastado. Algumas páginas pareciam soltas, outras mofadas.

O homem então já próximo ao objeto, passa sua mão sobre a capa dura do livro e ao mesmo tempo... BRAAAM... Trovejou e ele viu através da luz, omitida pelo raio, outra sombra além da sua.

— Então você finalmente apareceu... – disse o velho mago, com a mão ainda no livro.

— Já faz um tempo Raimond, como você está? Vejo que muito bem. Cuidadoso como sempre! – disse o outro, que havia acabado de aparecer. Sua aparência era totalmente contrária a de Raimond, seu cabelo era bagunçado e pra cima, dava a impressão de ter sido atingido pelo próprio raio que o entregou. Seus olhos eram esbugalhados e possuía olheiras. Seu nariz era grande e achatado, seu beiço caído e sua barba cheia de falhas. Estava com uma vestimenta totalmente preta e botas molhadas. – Vejo que ainda continua com o livro... Isso é lamentável, devo dizer. – continuou, com um tom de decepção.

— Sei muito bem o que você queria naquela vez votando ao contrário de todos nós, Ge...

— Salvar vocês! – interrompeu o sujeito de aparência depravada.

— Ah, é mesmo?! – disse Raimond, analisando seu convidado inesperado com seus olhos faiscantes. – E do que seria? – perguntou.

Com firmeza, disse: — Disso. – E apontou diretamente para o livro. – Creio que você já sabia.

— Não vou lhe entregar nada! Sei muito bem quais são seus interesses em relação ao livro! Foi por isso que decidi que você não fazia mais parte da Assembleia! – vociferou Raimond, com rispidez.

Com um ar de decepção, o velho foi se aproximando. — Você não era assim... – disse ele, tristonho – Está louco... Louco por causa deste livro. Ele está te consumindo e você não percebe!

O rosto de Raimond já se encontrava diferente. Destorcido. Amedrontador. Visível eram as veias que surgiam em seu rosto e a vermelhidão escura que exalava fúria.

— Basta! Isto é uma lástima! – exclamou Raimond. E fez-se surgir como um círculo roxo, ameaçando atacar o velho.

— Sua obsessão está destruindo a si próprio, a Assembleia e as pessoas ao seu redor! – retrucou o velho sem medo do dano de magia que aquele feitiço à sua frente poderia lhe causar.

Raimond já estava fora de si. Ele quer tirar-me o poder que me foi concedido. Eu sou o escolhido. Sim. Pensou. Já pálido e trêmulo, Raimond encontrava-se tomado pelo medo e a vontade doentia de posse.

No momento seguinte, lançou sua magia contra o tal velho.

O homem, apesar da idade avançada, possuía bons reflexos e se defendeu da tenebrosa magia roxa, – que o fez sentir dormência – criando um triangulo azulado com caracteres que se moviam ao redor do triangulo.

Em questão de míseros segundos, o velho põe sua mão dentro de sua capa e dali, tira um longo e fino objeto, como um galho, utilizando-o. E ali, naquela sala do Dark Blue Castle, uma grande luz branca se formou, emergindo finas camadas de cores que lembravam um arco-íris. Seu brilho era tão forte que iluminava o topo dos pinheiros e aqueles que tentavam ver não conseguiam. Ouviram-se depois os barulhos dos escombros daquela torre, vindo ao chão, que já não existia mais. E a luz foi desaparecendo aos poucos.

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Guardas saíram espantados de seus postos, se perguntando o que era tudo aquilo.

— Mas o que aconteceu?! – disse um deles, interrogando seus colegas.

— A torre está destruída!

— Mas era eficaz contra tipos de feitiços que a pudessem derrubar...

No meio de toda aquela confusão, o Comandante-Geral dos soldados apareceu. Andando rápido e berrando.

— Silêncio! Quero grupos sendo formados e buscando pistas ao redor dos escombros! – Dizia ele, avaliando cada um dos soldados. Pela sua forma, grande e forte de olhos negros e sem cabelo na parte superior, ninguém se atrevia a resmungar.

Enquanto vasculhavam, um dos soldados viu sangue abaixo das grandes rochas destroçadas. Foi quando decidiu verificar e tirando os escombros, se espantou. – Se-senhor! – gritou ele, desesperado. – O Mago-Mestre Raimond...está aqui! Morto!

Todos se espantaram. Era inacreditável que ele, um Mago-Mestre estivesse morto.

O Comandante logo correu para perto do corpo, tentando encontrar algum sinal de vida ali, mas nada adiantou. Levantou-se e lembrou-se do tal livro. Se Raimond está morto, significa que o livro foi pego! Falou ele consigo mesmo.

— Reúnam os outros Magos-Mestres, diga que é de imediato uma reunião! – Ordenou o Comandante.

Do pinheiro onde estava o tal mago, que agora era considerado o ladrão do livro, não se podia ouvir nada. Provavelmente uma reunião, pensou ele, lembrando-se dos velhos tempos em que fazia parte da Assembleia.

A chuva agora sessara. – Hora de ir. – disse o velho mago olhando para suas costas onde, adormecido, se encontrava pendurado aos seus ombros, Raimond. – Magia de ilusão... Estavam tão aflitos que esqueceram até de examinar o tal “cadáver” – disse o velho, rindo. – Mas logo irão notar que só se passava de um boneco de pano. – Concluiu ele.

Com Raimond em suas costas e o livro adentro de sua capa, o mago prosseguiu seu caminho, em busca do destino.



Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.