Agora Ou Nunca
Nada vai poder nos separar
Nada vai poder nos separar
O corpo de Heitor caiu em cima de mim, por sorte ele não conseguiu atirar primeiro, joguei seu cadáver para o lado e me levantei, levei as mãos à cabeça, não sabia o que fazer, estava em estado de choque, os braços de Ítalo me apertaram forte, me trazendo de volta à realidade, meu coração se acalmou quando me virei e vi seu rosto, ele estava chorando, o abracei forte.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!A sirene da ambulância ecoava na minha mente, meu noivo segurava minha mão forte, ele falava com alguém no telefone, acho que era meu pai ou minha mãe.
Senti a água furando minha pele quando já estava no quarto do hospital, meus pais, Luiza e Felipe entraram no quarto calmamente.
— filho eu estava apavorada — minha mãe me abraçou forte seguida de meu pai e minha irmã.
— achei que estivessem em lua de mel — brinquei olhando para Luiza.
— adiamos a viagem, vamos assim que você ficar bem — ela sorriu.
— eu não quero estragar esse momento — falei.
— não estragou nada — Felipe me tranquilizou.
— você ficou três dias no cativeiro — Ítalo falou me fazendo carinho no braço.
— tanto tempo assim? — perguntei confuso, para mim tudo foi muito rápido, provavelmente por estar inconsciente.
— foi uma tortura para todos nós — Ítalo falou — ele me ligava cada vez mais agressivo, pediu muito dinheiro para não te matar.
— mas ele ia me matar de qualquer jeito — respondi.
— mas você está bem — ele beijou minha mão.
— quero ir para casa — pedi.
— você vai ficar internado um tempinho — Ítalo fez um biquinho — você está muito desidratado.
— ainda bem que não estamos no hospital da faculdade — Luiza falou.
— eu não ligo mais para isso — Ítalo falou — quero que todos saibam!
Fiquei boquiaberto meu noivo estava arriscando sua carreira para gritar a todos o quão lindo era nosso amor.
— aguarda um pouco — pedi, ele me olhou confuso — eu não me perdoaria se isso te prejudica-se, a formatura está chegando.
— tá bom — ele murchou.
Alguém bateu na porta e em seguida a abriu, pelos barulhos do salto eu já sabia quem era.
— que bom que você está bem — a delegada Michele disse, ela estava bem diferente desde a última vez que a vi, parecia que ela não tinha dormido a séculos — preciso conversar com você Léo.
Minha família se retirou rapidamente, mas meu noivo empacou do meu lado.
— pode falar na minha frente — ele cruzou os braços.
Michele entregou uma pasta a Ítalo, ele abriu e lia atentamente.
— o que tem aí? — perguntei.
— eu sabia — Ítalo falou visivelmente irritado.
— o que? — perguntei.
— encontraram provas no computador de Heitor de que foi ele que cortou os freios do meu carro — Ítalo respondeu.
— que canalha! — falei.
— e tem mais uma coisa — ele falou ainda lendo o conteúdo da pasta.
— o que? — perguntei.
— Lorena estava envolvida no seu sequestro — Ítalo respondeu.
— nas conversas ela dizia que queria te sequestrar para separar vocês dois — Michele respondeu.
—como? — perguntei.
— eles iriam te matar — Michele confessou.
— ela está desequilibrada! — gritei — onde ela está?
— presa — Michele respondeu — vamos mantê-la lá até o julgamento.
— ela deveria estar se tratando!
— Heitor subornou os funcionários da clínica de reabilitação que ela estava para a tirar de lá e ninguém ser avisado — Michele explicou.
— e agora? — perguntei.
— são dois funcionários que estão presos e também serão julgados — Michele tentou me tranquilizar.
— vai ficar tudo bem — Ítalo disse me dando um beijo.
Ítalo me convenceu a passar alguns dias na casa dele depois que recebi alta, ele me mimava trazendo minhas refeições na cama, chegava do hospital, tomava banho e deitava-se ao meu lado, foram 15 dias que eu faltei ao estágio após apresentar o atestado, quando voltei ao estágio pensei que tudo estaria tranquilo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Estávamos na enfermaria quando um paciente gritou com um enfermeiro, fui correndo ver o que estava acontecendo.
— não vou ser atendido por um ser como você! — o homem gritou.
— senhor se acalme — pedi — o que está acontecendo?
— ele começou a gritar do nada — o enfermeiro se defendeu.
— eu sei muito bem o tipo de pessoa que você é! — o homem guinchou.
— que tipo de pessoa eu sou? — o enfermeiro perguntou.
— você é gay! — gritou — não vou ser atendido por você!
Meu professor apareceu confuso, e após escutar o homem gritando palavras ofensivas e apontando o dedo para o enfermeiro, assentiu.
— vamos evitar a confusão — meu professor falou — Léo você atende.
— mas professor eu não vou me meter nisso — me posicionei.
— atenda, não podemos deixar um paciente sem atendimento — ele saiu.
O enfermeiro fez uma cara de decepção e saiu enquanto o paciente preconceituoso ainda o amaldiçoava.
Atendi este paciente, ele não estava bem.
Ele mal imaginava que um gay estava o auxiliando naquele momento.
Quando voltei encontrei meu professor rindo com outros médicos.
— ainda existem pacientes legais como ele, colocou aquele ser no lugar dele, não é mesmo Léo? — perguntou.
Eu não podia acreditar que meu professor estava concordando com o comportamento do homem preconceituoso e ainda por cima estava rindo.
— eu achei bem desrespeitoso — respondi.
— não foi nada demais — meu professor continuou.
— não se deve tratar ninguém daquele jeito — falei convicto — e nem rir disso.
Sai deixando todos eles sem graça.
Agradeci aos céus, por que o ano estava acabando e a formatura estava cada vez mais próxima.
Quando voltei para o apartamento do Ítalo fui direto para o quarto tomar banho, eu precisava relaxar naquele momento, meu dia tinha sido um dos mais estressantes, quando sai do banho, me sequei e vesti uma roupa bem simples e largada, fui até a cozinha e encontrei meu noivo cozinhando.
— como foi seu dia? — perguntou tirando uma panela do fogo.
— horrível — falei me sentando.
— o que aconteceu? — ele desligou o fogão e sentou-se à minha frente.
— você acredita que hoje um paciente não queria ser atendido por um gay? — perguntei triste.
— e como ele desconfiou de você? — Ítalo perguntou — você está bem?
— não era comigo — contei tudo o que tinha acontecido ao Ítalo e ele arregalava os olhos como se estivesse vendo um filme de terror.
— e no fim um gay acabou atendendo ele — ele levou sua mão até meu rosto me fazendo carinho.
— pois é — concordei — o pior foi escutar os médicos rindo disso, dizendo que ele tinha razão — lamentei.
— isso é horrível — Ítalo concordou — eu só queria que as pessoas fossem mais tolerantes, não só em relação a isso, mas também em todos os outros casos.
— o mundo um dia se acerta — falei esperançoso.
Depois do jantar — que estava ótimo — nós dois assistimos televisão deitados em nossa cama, Ítalo me beijou e em seguida deu um sorriso que me desmanchou inteiro, o segurei pelos braços e fiquei por cima dele torrando a camiseta, enquanto ele já arrancava sua roupa.
Meses se passaram, conclui o estágio com êxito, junto com meus amigos, apresentamos o tão temido TCC, Ítalo queria estar ao meu lado nesse momento, mas ainda eu não queria arriscar o emprego dele, tudo deu certo, na manhã da colação de grau ele ficou de longe no auditório emocionado, em seguida comemoramos com um jantar muito elegante e clássico na mansão de seus pais. E no fim da noite quando todos foram embora, nós fizemos amor no sofá.
— eu te amo Ítalo — falei beijando sua testa.
— eu também te amo — ele sorriu — e fico feliz por sua irmã ter convencido os formandos a darem convites para a festa para os professores e supervisores.
— foi ideia dela, fiquei surpreso assim como você — sorri.
— e depois dessa festa — ele sentou-se — nada vai poder nos separar.
— nada — repeti sorrindo.
— amanhã é o julgamento de Lorena — Ítalo me lembrou, eu iria depor contra Lorena, ver como ela estava por amor a mim me deixava mal.
— tenho pena dela — comecei — mas ela precisar colher o que plantou, assim como Heitor, mesmo que o fim dele não tenha sido o que eu desejava.
— você é uma pessoa incrível — ele me elogiou.
— graças a você e ao nosso amor — falei sorrindo bobo.
O abracei e nós dois ficamos ali sentados observando as luzes da cidade, naquela noite de amor.
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