Cotidiano

Apenas respire


− A febre parece ter cedido. – disse Shino, a mão sobre a testa de Kiba.

Hinata aproximou-se do amigo, agachando-se com uma cesta improvisada de folhas cheia com pequenas frutas. Ao seu lado, Akamaru trazia outra cestinha improvisada com alguns peixes que tinham conseguido pegar.

− O perímetro parece estar limpo. Não vi nada no raio de dez quilômetros. – Hinata apoiou as costas contra a parede cavernosa e suspirou, parecendo exausta. – Acho que estaremos seguros por mais uma noite.

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Shino anuiu com a cabeça, parecendo satisfeito. Parecia que fazia uma eternidade desde que estavam ali, mas aquele era apenas o segundo dia. Hinata havia ficado responsável por observar ao redor com Akamaru enquanto Shino protegia Kiba.

− Meus insetos espiões também não relataram nada. – Shino suspirou, tirando os óculos escuros por um momento e esfregando os olhos.

− Há quanto tempo você não dorme? – Hinata perguntou, solidária ao amigo, vendo-o colocar os óculos novamente.

− 3 dias? Talvez um pouco mais? – Shino abriu um sorriso cansado.

Hinata compreendia. Pois ela mesma havia dormido tão pouco nesses dias em que a guerra se arrastava. Sentia-se como uma máquina de guerra, programada para ir até o fim, exaurida, porém seguindo em frente. Pensava em Hanabi e em seu pai no meio daquela carnificina. Como estariam? Será que também haviam conseguido se esconder para recuperar as energias? Estariam no meio daquilo?

− Quanto tempo acha que isso ainda vai durar, Shino-kun? – Hinata perguntou, os olhos cansados se fechando brevemente.

Shino soltou o ar pelos lábios, os olhos voltados para Kiba, que ressonava baixinho. Havia tirado o próprio casaco para cobri-lo, pois Kiba havia suado bastante durante a noite.

− Não tenho certeza. – Ajeitou os óculos sobre a ponte do nariz. – Parece que quanto mais lidamos com os inimigos, mais eles aparecem. Mas estamos avançando, não é? Continuando juntos.

Hinata, que não era muito dada a toques físicos, tal como Shino, concordou. Pousando a mão sobre a dele e a levando até a mão de Kiba. Aburame apenas observu o ato, sem dizer nada.

− Estamos juntos. Continuaremos juntos. E venceremos isso juntos. – Hinata respondeu com um sorriso confiante. – Fico feliz que tenhamos nos tornado um time, Shino-kun. Fico feliz de ter você e Kiba-kun na minha vida.

Aburame Shino não era dado a muitas palavras ou a momentos como esses, mas compreendeu o que Hinata queria dizer.

− Eu era muito sozinho antes de vocês. A academia... a academia me proporcionou tantas coisas boas. – disse ele. – Penso... penso em tentar a prova de professor no futuro.

Os olhos de Hinata brilharam de orgulho.

− Tenho certeza de que você será maravilhoso, Shino-kun. – encorajou-o. – Espero que um dia meus filhos possam ser seus alunos!

Shino entreabriu os lábios para responder quando sentiu a mão de Kiba apertar a sua.

− Kiba? – O olhar dele e de Hinata se focaram no Inuzuka.

− Hmm... comida. – Kiba murmurou baixinho, remexendo-se brevemente.

Hinata e Shino caíram na gargalhada. Kiba parecia estar melhorando. E isso era uma vitória.