Emma

Parei minha moto em frente à mansão da prefeita e tirei as luvas, passando meus dedos quentes pelas bochechas geladas devido ao vento frio enfrentado na viagem irresponsavelmente sem capacete. Inspirei todo o ar que meu pulmão era capaz de aguentar e expirei lentamente pela boca tentando me preparar para o inevitável. Puxei meu celular do bolso da jaqueta preta e reli a mensagem.

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“Esteja aqui em 5 minutos, precisamos conversar.

- Mills, R.”

Que Deus me perdoe por me meter com essa mulher, anoto mentalmente.

Escutei a grande porta branca se abrir antes mesmo de eu chegar na metade do caminho até a entrada principal da casa, seguido ao barulho Regina aparece no meu campo de visão e caminha até a minha direção, elegantemente parando numa considerável distância à minha frente.

Bom dia, percebo seu olhar forte me encarando friamente, Uau, não era assim que você me olhava até três dias atrás, Prefeita, levanto a sobrancelha sem esboçar nenhum sorriso enquanto ela ignora meu comentário

Boa tarde Senhorita Swan, olho meu relógio de pulso e vejo marcado 13:07, dando de ombros à sua correção

Não vai me chamar para entrar?

Não é necessário, será rápido.

Você sempre é, não é mesmo?! desafio, percebendo uma oscilação, ou até mesmo uma quase angústia em sua expressão

Pois então, para não quebrar suas expectativas de tempo em relação à mim, vou direto ao ponto, sinto meu peito gelar com a frieza dela, é claro que eu esperava isso acontecendo, o que não significa estar preparada, eu quero que saia da minha vida, não ligo para como você vai fazer isso, apenas faça.

Respiro fundo e mantenho a minha postura, olhando fixo nos olhos pretos breu que, diferente do que aparentavam o resto, continuavam os mesmos. Abaixo minha cabeça dando uma risada oca e irônica ao perceber de soslaio ela virando o rosto e voltando rumo à entrada principal, ergo meu rosto e a encaro abrindo a porta.

Você o ama? aparento uma certeza no tom da pergunta que eu não tinha, mas é o suficiente para fazê-la parar e voltar seu rosto em minha direção

Desculpa?!

Você o ama?

É claro que eu o amo, engulo seco ao vê-la bater a porta atrás de si

Poderia ser mentira, assim como poderia não ser também. A questão é que mentira ou não, essa foi a escolha que Regina fez, e escolhas, independente de seus motivos, ainda são escolhas e elas trazem consequências. Eu não sei se ela se arrependeria disso depois, mas mais uma vez, é algo que não me diz respeito.