Namorado

Saída em Grupo


Bakugou Katsuki via cada vez mais vantagens em ter uma namorada de mentira. E Uraraka Ochako via cada vez mais desvantagens. Fazia apenas dois dias que eles estavam executando esse plano mirabolante, mas a garota já estava cansada de ficar fazendo tudo que ele mandava. E ele estava se divertindo cada vez mais com isso.

Ela estava na cozinha fazendo um lanche que ele havia pedido – pela quarta vez. Meu Deus, como esse garoto era chato! Ele havia se recusado a comer o primeiro lanche porque estava com pouco queijo, o segundo não tinha salada e o terceiro estava com as cascas do pão de forma. “Espero que engasgue”, pensava enquanto fazia o lanche com mais raiva do que deveria. Normalmente Uraraka era bem calma e dócil com as pessoas, mas Bakugou conseguia fazê-la encontrar o instinto assassino dentro de si. Ela terminou e caminhou até a sala, jogando o prato na mesa de centro.

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— Se não tiver bom dessa vez, juro que eu vou...

— E aí, casal! – Mina a cortou, chegando na sala de supetão com alguns amigos.

— Te encher de beijos! – ela terminou fingindo sorrir amavelmente e sentando-se ao seu lado.

Bakugou conseguia sentir a aura assassina que emanava da garota, mas fingiu não perceber e sorriu cinicamente de volta.

- As meninas estavam falando de sair hoje à noite – Mina disse enquanto procurava o que comer na cozinha. – Você vai, né, Ochako?

— Claro, vou sim! – ela disse empolgada.

Desde a mudança para os dormitórios, os alunos da sala 1-A sentiam que estavam cada vez mais próximos, principalmente as meninas. Eles estavam sempre juntos, saindo, treinando e se ajudando. Ainda havia pequenas discussões, mas nada fora do comum. No fundo, eles se viam como uma grande família.

— Ótimo! Vamos sair às 19h! – Mina respondeu enquanto se dirigia para a sala com os amigos.

— Ei, Bakugou... – Kirishima começou sorrindo.

— Não – Bakugou respondeu rapidamente sem se dar ao trabalho de olhar para o amigo.

— Você nem me ouviu ainda! – o garoto disse fazendo bico. – Eu só ía dar a ideia de irmos também, já que nossas garotas estarão lá.

— Ah, seria uma ótima ideia, Bakugou! – Ochako disse o olhando empolgada, mas recebeu um olhar tão ameaçador que se virou para frente de novo e voltou a assistir televisão.

— Qual é, cara! Vamos lá! – Kirishima parecia estar tentando convencer, mas no fundo Bakugou sabia que ele só estava provocando. – Vai ser capaz de deixar sua garota sair sozinha pela noite?

O loiro lançou seu olhar fulminante ao amigo. Ele pagaria por isso mais tarde.

— Já disse que não vou, nem fodendo – ele respondeu se levantando irritado. – A cara redonda sabe muito bem se defender. E se continuar insistindo, eu te explodo.

Kirishima havia feito menção de tentar continuar convencendo, mas após o olhar mortal e a ameaça, fechou a boca e concordou com a cabeça.

Uraraka havia parado de prestar atenção no que assistia e olhava para onde o loiro havia acabado de sair... Era impressão ou Bakugou havia acabado de elogiá-la dizendo que ela conseguia se defender?

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Kirishima e Kaminari, que haviam se convidado para ir junto, estavam prontos na sala de convivência. Eles haviam marcado de sair às 19h, mas já era quase 19:30h e nenhuma das garotas havia aparecido ainda.

— Onde estão essas garotas, pelo amor de Deus? – Kaminari perguntou se jogando no sofá, cansado de esperar de pé.

— Vocês realmente acreditaram que as vadias sairiam na hora combinada? – Bakugou estava jogando videogame na sala e só pode dar risada da cara dos amigos. – Idiotas!

Ochako e as outras garotas estavam perto da sala quando o loiro fez o comentário, então puderam ouví-lo.

— Eu ouvi, Bakugou! – ela comentou revirando os olhos. – Certeza de que não quer ir?

Bakugou se virou na direção das garotas e ficou paralisado por um instante. Ochako estava de tênis, shorts, uma blusinha preta (que estava apertada demais, pro seu gosto) e uma camisa xadrez aberta por cima. Não sabia direito, mas algo nela estava prendendo a atenção dele naquele momento, tanto que nem se deu conta que a estava encarando demais. Kirishima deu uma cotovelada discreta e o loiro o olhou ameaçadoramente, fingindo que não estava encarando a morena descaradamente antes e voltando a atenção para seu jogo.

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— Nem fodendo – se limitou a responder.

— Nossa, é para um velório que nós vamos? – perguntou Jirou para Kaminari, que já estava desanimado de esperar.

— Aparentemente é para um casamento, vocês nunca que ficavam prontas logo – Kaminari respondeu com um leve tom de impaciência.

— Uuuuhhhh – Kirishima começou a provocar rindo. – Seria esse um pedido de casamento?

— Não enche – Kaminari respondeu ficando vermelho. – Peça a Ashido em namoro primeiro, depois a gente conversa.

— Ok, pessoal, é o suficiente – Yaoyorozu interferiu rindo. – Vamos?

O grupo saiu dos dormitórios em direção ao centro da cidade. Conversavam sobre os mais variados assuntos no caminho: lições, treinos, heróis, filmes... Até que chegaram na rua principal e foram para o destino da noite: a danceteria nova que a Ashido havia comentado a semana toda.

Todos comeram e conversaram por muito tempo, até que Mina se levantou e começou a chamar todo mundo para dançar.

— Você nunca se cansa, Ashido? – Kaminari perguntou bocejando.

— Você é o cara da eletricidade, você que nunca deveria se cansar e ter muita... energia – ela disse rindo.

— Se era pra ser uma piada, foi horrorosa, Mina – Hagakure disse também bocejando. Ao menos parecia que ela estava bocejando.

— Quem quiser dançar comigo, fui.

No fim, quem foi para a pista foram Ashido, Kirishima (porque Ashido foi), Jirou e Uraraka. Sabiam que acabariam se dispersando na pista, então combinaram de se encontrar com o pessoal na mesa até às onze. Ashido arrastou Kirishima para dançar com ela, apesar do garoto dizer que não sabia dançar direito. E Jirou e Uraraka estavam dançando juntas, mas a garota de fones precisou ir ao banheiro.

A morena continuou dançando sozinha enquanto esperava a amiga, até que sentiu alguém chegando ao seu lado e colocando a mão no seu ombro. Achou que era algum dos amigos, mas ficou paralisada quando percebeu que não era.

— Eeeeeei, gatinha! – o estranho segurava um copo cheio de bebida na outra mão e tinha um leve cheiro de álcool. – Quer uma bebida?

— Desculpe, mas minha amiga me espera – ela disse se afastando, mas ele a pegou pelo pulso.

— Aaaah, não vai! Vamos dançar – ele começou a se mexer enquanto ainda a segurava forte pelo pulso.

Uraraka não sabia o que fazer. Não queria gritar ou usar sua individualidade e causar alarde, mas também não conseguia ver nenhum dos amigos por perto. E o pessoal na mesa não parecia ter visão dela ali.

— Desculpe, mas eu preciso mesmo ir...

— Já disse que não vai – o rapaz disse mais firme dessa vez.

Ele segurou a garota mais perto, segurou seu rosto e a fez engolir um pouco da bebida que ele havia pego especialmente para ela. Ochako estava pronta para fazer o estranho flutuar, quando viu vultos passando e ficando entre ela e o estranho.

— Mas que porra é essa? – Kirishima falou alto, chamando a atenção de algumas pessoas por perto. – Não sabe respeitar uma garota?

— Quem diabos é você?

O rapaz tentava ser ameaçador, mas Kirishima estava ganhando em disparada. Seu olhar era quase tão ameaçador quanto de Bakugou. Ele e Mina estavam procurando por Uraraka e Jirou, quando viu o rapaz chegando perto dela. Não tinham certeza se ela estava ok com a presença do sujeito até que a viram tentando sair e ele a segurando – e foi quando saíram praticamente correndo até eles, com uma aura assassina.

— Quer mesmo saber? – Kirishima ativou sua individualidade nos dois braços e deu um passo à frente.

Jirou estava saindo do banheiro e percebeu a confusão. Correu em direção aos amigos e abraçou Uraraka, que parecia tremer um pouco.

Mina tentava intimidar junto com Kirishima. Sem deixar de olhar para o estranho, esticou um dedo e deixou uma gota do seu ácido cair no chão, formando um buraco. O rapaz, vendo que não teria muitas chances ali, bufou irritado e deu as costas para os adolescentes.

Os dois ainda estavam de costas para Uraraka, observando se o estranho havia realmente desistido. Jirou soltou a amiga, mas sentiu que ela se apoiou de novo em seu ombro.

— Ochako-chan? Você está bem? – a garota de fones perguntou preocupada.

— Eu... Não sei... Estou tonta...

Mina e Kirishima viraram-se para Uraraka também, enquanto o restante dos amigos se aproximava apressadamente. Jirou percebeu que o olhar da morena parecia perdido, como se não conseguisse focar no que via. Percebeu que a mão da garota que estava apoiada em seu ombro começou a escorregar e Kirishima a segurou bem a tempo.

Uraraka começou a sentir que tudo estava rodando e a ver tudo embaçado. Seus amigos ao seu redor foi a última coisa que viu antes de fechar os olhos.