Por Amor

Memórias de infância


Bristol, 1863

—Tem certeza que esse vestido está adequado?- Teodora questionou insegura enquanto estávamos na carruagem que nos levaria em direção a casa dos Thompson.

—Você está linda.- assegurei antes de beijar a sua mão.

Depois de uma viagem relativamente curta, chegamos até a casa do meu amigo de infância, a qual sempre vinha correndo quando criança para chamar Connor para mais uma travessura.

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Assim que chegamos ajudei minha esposa a descer da carruagem antes de caminharmos em direção a porta que já se encontrava aberta, com Connor nos esperando na porta.

—Como sempre apressado.- disse assim que nos aproximamos dele.

—Isso é um defeito meu, que Emilia sempre tenta corrigir.- ele segredou e sorrimos.

— Olhe só para você. Está radiante. O que um casamento não faz com um homem.- Connor disse e Teodora corou de leve, o que me fez repreende-lo com o olhar.

—Querido, mas que falta de educação. Está frio ai fora.- Emilia disse seria assim que se aproximou do marido.

—Vamos senhores, entrem do lado de fora está um gelo.- Emilia disse gentil enquanto nos convidava para entrar.

Depois que havíamos entregado nossos casacos a governanta, fomos conduzidos pelos donos da casa até a sala, onde Joseph e Abigail estavam. Assim que meus amigos estavam todos reunidos na sala apresentei minha esposa a eles, que a receberam da melhor maneira possível.

Não demorou muito até que a governanta nos comunicasse que o jantar estava servido.

—Então, seu pai realmente fez um acordo com o pai da Lady Davies?- Joseph questionou assim que todos estavam sentados a mesa.

—Sim.- disse suave.

—Não entendo porque o espanto, afinal o Sr. Redford sempre disse aos quatro ventos que seu primogênito não iria casar com alguém sem classe.- Emilia comentou antes de comer.

—Lembro disso.- Abigail disse sorrindo.- Ele quase teve um enfarte quando a filha do leiteiro daqui deu uma garrafa de leite extra para o Jamie, lembram?

—Papai só queria meu bem, e se me lembro, eu paguei pela garrafa extra. E além do mais, o que me esposa dirá depois que ouvir isso?- questionei sem jeito e eles riram.

—E então, Teodora, o que você dirá?- Abigail questionou curiosa.

Teodora olhou para todos antes de parar em mim.

—Tudo que posso dizer é que a entendo. Afinal, meu marido é um homem apaixonante. - ela disse carinhosa e sorri.

—Deus, vocês dois estão melosos demais. - Connor reclamou enjoado e rimos.

—Todos vocês passavam férias juntos?- Teodora questionou curiosa enquanto cortava sua comida.

—A minha família e a de Jamie sim, já os outros residiam aqui.- Joseph explicou atencioso.

—Entendo.- minha esposa disse antes de tomar um gole de seu vinho. – Mas porque chamam meu marido de Jamie?

—Porque quando éramos pequenos disse a ele que James, era o nome do meu bisavô e ele tinha oitenta anos. Jamie ficou tão assustado, porque achou que iria virar um ancião do dia para a noite, porque tinha o mesmo nome que o meu bisavô.- Abigail disse e todos riram.

—Foi assustador para mim na época, afinal só tinha seis anos.- me defendi sem jeito enquanto eles ainda riam de mim.

—E você, Teodora teve alguma aventura de infância?- Abigail questionou curiosa.

—Não, fui criada em um convento desde os sete anos de idade.- Teodora disse nervosa.

—Por acaso você era uma criança peralta, para que eles a colocassem em uma prisão?- Connor questionou revoltado pela atitude dos pais de minha esposa.

—Não sei, talvez eles não tivessem paciência com uma criança.- ela sussurrou desconfortável enquanto encarava sua comida.

—Jamais mandaria minha filha para uma prisão dessas, e olha que Bianca tem o gênio da mãe.- Joseph disse e Abigail lhe deu um tapa no braço o que fez todos rirem menos Teodora.

—Os senhores me dariam licença, não estou me sentindo bem.- Teodora sussurrou suave antes de levantar da mesa e seguir para a porta da frente, ao longe podemos ouvir a porta bater.

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—Vocês não podiam fazer outro tipo de pergunta?- questionei sério aos meus amigos antes de me levantar e ir atrás de minha esposa.

Lá fora estava congelando, apesar de não estar nevando.

Coloquei minhas mãos nos bolsos do meu casaco tentando aquecê-las, pois não havia levado minhas luvas, afinal não estava tão frio assim. Andei cerca de meia hora pelo jardim da propriedade chamando por minha esposa sem obter uma resposta, e isso me preocupou.

Voltei imediatamente para a casa de Connor para pedir ajuda.

—Onde está Teodora? Precisamos pedir desculpas.- Connor questionou assim que entrei feito um louco em sua sala.

—Eu...- sussurrei desnorteado.

—Jamie, você está pálido feito um papel. O que houve?- Emilia questionou preocupada enquanto Abigail servia um pouco de chá em uma xícara para mim.

—Eu...Procurei por Teodora...E ela simplesmente...Desapareceu.- sussurrei atordoado enquanto ambos se olhavam.

Assim que proferi aquelas palavras senti meu coração se apertar e lagrimas molharem meu rosto, parecia que o desaparecimento de minha esposa tirava minha força vital.