Por Amor

Por amor


Londres, 1863

Não conseguia acreditar que alguém seria capaz de levar um recém nascido de sua casa, era maldade demais.

Assim que nos recuperamos do choque todos começaram a procurar pela propriedade, até a policia foi chamada, mas os mesmos não tinham conseguido nenhuma informação sobre o paradeiro do meu filho.

Elisa estava inconsolável, seu nervosismo a fez passar mal e Dr. Johnson foi chamado novamente para atender minha esposa. Ele teve que sedá-la para que a mesma não se debilitar-se.

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—Como assim o senhor não consegui encontrar o meu filho?- questionei furioso para o delegado.

—Sr. Redford, não sabemos como proceder, afinal não temos pistas do paradeiro do seu filho.

—Ele só tem dez horas de vida, e vocês não conseguem encontrá-lo? Mas que bando de incompetentes. - gritei furiosos.

—O senhor precisa se acalmar, ou vamos prendê-lo por desacato a autoridade.- o delegado me alertou.

—James, respire fundo. Você não pode perder a calma agora. Precisamos pensar em alguém que faria mal ao meu neto.

—Não vem ninguém em minha mente pai.- sussurrei desnorteado enquanto me sentava no sofá derrotado.

—Se alguma coisa tiver acontecido ao Arthur, Elisa e eu não vamos agüentar.- solucei desesperado e meu pai se sentou ao meu lado tentando me confortar.

—James, chegou esse envelope para você.-Caetana disse confusa com um envelope branco nas mãos.

Confuso, peguei o envelope de suas mãos em seguida o abri e comecei a lê-lo.

—Do que se trata filho?- meu pai questionou curioso.

—É um amigo meu que precisa de uma consultoria urgente.- disse nervoso e me levantei indo pegar meu paletó e o casaco.

—Há essa hora? James, seu filho acabou de sumir.- meu pai disse serio.

—Sei disso pai, mas acredite em mim. Isso é importante.- disse e sai de casa com pressa.

O bilhete dizia que meu bebê estava com Alexandrina, e a mesma só o entregaria para mim, se eu fosse encontrá-la sozinho, na torre do sino da igreja. Se não seguisse a risca suas exigências ela mataria meu filho.

Jamais pensei que minha vizinha seria capaz de tirar um recém nascido de sua casa e

ameaçá-lo. Mas do jeito que ela estava desequilibrada tudo era possível.

Subi as escadas que davam acesso a torre de forma desesperada, pois cada minuto contava.

—Alexandrina?- chamei assim que cheguei ao ultimo degrau.- Alexandrina?

—Olá querido.- ela disse próxima a uma janela que estava aberta e parei de respirar assim que vi meu filho em seu colo.

— Alexandrina, eu vim sozinho como você pediu. Por favor, devolva meu filho.- implorei desesperado a ela.

—Só se você prometer que vamos ficar juntos para sempre. De que você jamais irá ficar com Teodora ou com esse bastardo.- ela exigiu enlouquecida se mantendo perto da janela, que não possuía proteção nenhuma.

Um passo em sua direção seria fatal.

—Prometo o que você quiser, só me entregue o Arthur.- pedi com calma e ela sorriu enquanto balançava a cabeça.

—Não. Se esse bastardo sobreviver você jamais será meu, então preciso matá-lo para que fiquemos juntos.- ela disse obvia.

—Você não precisa fazer isso. Arthur é um inocente Alexandrina, sei que você não seria capaz de machucá-lo.

—Você não me conhece, e não a nada que me impeça de jogá-lo por essa janela.-ela disse seria.

—Tem sim. Você sabe que se machucar meu filho, eu vou sofrer. E se você me ama como diz não vai querer isso. Não é?

—Não. Eu amo você.

—Então prove. Me devolva o meu filho.- implorei angustiado e ela olhou para o meu filho em seu colo que dormia tranquilamente.

—Você realmente ama esse bebê?- ela questionou ainda olhando o meu filho.

—Sim, eu seria capaz de dar minha vida para salvá-lo.- disse e ela sorriu amorosa para o meu bebê.

—Ele se parece muito com você. E eu seria incapaz de machucar um bebê parecido com você, ou de lhe causar alguma dor.- ela disse suave e meu filho começou a choramingar em seu colo.

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Alexandrina acalentou meu filho por alguns instantes antes de entregá-lo a mim,e pode respirar aliviado por tê-lo em segurança nos meus braços.

—Está tudo bem meu pequeno, sua mãe está morrendo de saudades de você.- sussurrei embalando meu filho em meu colo para que ele se acalmasse.

—Espero que você seja feliz, e saiba que não fiz mal ao seu filho porque te amo demais e odiaria vê-lo sofrer. Mas não posso ficar aqui vendo a sua felicidade ao lado de Teodora.

—Alexandrina, eu posso ajudar você. Prometo que vou levá-la a um lugar que poderá ajudá-la. Prometo que vou visitá-la todos os dias.

—Isso não é o bastante. Não me contentaria com a sua pena, prefiro morrer.- ela disse decidida enquanto caminha em direção a janela.

—Alexandrina, não faça isso.- implorei desesperado.

—Eu amo você James.- ela disse antes de pular de encontro com o vazio.