Desaparecidos

Sussurros


Tudo começou com um singelo sussurro.

Nos primeiros dias vindo dos alunos do mesmo ano. Depois sussurros de todos da casa que ela pertencia. Passou mais alguns dias e os sussurros aumentaram. Alunos das outras casas, de todas elas.

Enlouqueceu de vez. Era o sussurro mais ouvido e entoado. Louca! Tão delirante, coitada.

Severus Snape sempre fora observador. Sempre preferia o silêncio do que a fala, pois normalmente falar causava problemas para as pessoas. Palavras mal colocada, palavras mal entendia. E com os anos de silêncio sendo sua primeira escolha, o professor, aprendera ouvir palavras sussurradas pelos cantos.

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Sussurros singelos, mas que normalmente carregavam palavras que não eram ditas no tom alto. Pessoas sussurravam para esconder a má intenção, o segredo, a maldade.

E naqueles sussurros em sua sala — que ele fingia não ouvir —, nos corredores e no Salão Principal, ele soube primeiro que qualquer professor que Luna Lovegood havia desaparecido.

Ninguém citou o nome da Ravenclaw, entretanto os adjetivos maldosos condiziam com a personalidade singular da garota loira.

Então, não houve surpresa alguma, quando Albus Dumbledore reuniu todo corpo docente e funcionários de Hogwarts para anunciar o que ele soube apenas de ouvir adolescentes sussurrando entre risinhos. A senhorita Lovegood estava desaparecida a duas semanas e ninguém sequer sabia onde ela podia estar.

Muitos temeram a fuga para fora do castelo, mas Snape temeu algo mais estremo.

— Enloqueceu, Snape? — Questionou Minerva, com outros professores o mirando da mesma forma que ela. Como se ele estivesse insano ou sob uma imperdoável.

— Adolescentes são maldosos um com o outros e talvez suicídio não seja algo tão fora da realidade de adolescentes que sofrem com "brincadeiras". — Murmurou, levantando-se da mesa da sala de professores. Todos os miravam como se ele realmente estivesse enloquecido. — Prestem atenção no que os alunos comentam da senhorita Lovegood e depois debatemos se é loucura minha. Vou dar início as buscas pelo dormitório dela.

Severus entendia muito bem de brincadeiras maldosas de colegas da escola e entendia melhor ainda o desespero de não saber para onde fugir, dos pensamentos quando alguém zombava dele e das diversas tentativas de desaparecer ou da falta de coragem de saltar da Torre de Astronomia pensando em sua mãe.

— Acho que é melhor eu procurar no dormitório dela, Severus. — Sugeriu Filius Flitwick, diretor da casa Ravenclaw.

— Vocês não estão entendendo a gravidade do desaparecimento de uma aluna. Lovegood não é igual aos demais alunos que tentaria fugir para Hogsmeade para simplesmente namorar ou beber. — Explicou calmamente para os demais professores, como se todos possuíssem dificuldades de entender o que ele dizia. — Vocês vão para caminhos errados, tenho total certeza disso.