BloodLust
Pulsos
J’onn tinha a katana sobre sua mesa na biblioteca. Àquela hora da noite, estavam apenas ele, Diana e Bruce. Clark e John se ofereceram para ajudar, mas ele não achou necessário. A bolsa também estava em sua mesa.
─Um caçador? Qual a diferença entre mim e um caçador?
─As caça vampiros foram escolhidas pelo destino, a grande maioria dos caçadores trabalham por dinheiro e motivações pessoais. ─Explicou J’onn.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!─No caso, caçadora. ─Disse Bruce, erguendo a mochila. Era roxa, com flores estampadas. ─Isto me parece familiar, no entanto.
Diana pensou por alguns instantes, e a mochila também lhe era familiar.
─Uma caçadora? E estuda aqui? Me parece arriscado para uma menina.
Diana lançou um olhar inquisidor a seu observador.
─Serio?
─Você, Diana, tem a força para lutar contra as trevas, sem seus dons, seria como qualquer menina normal, e isto sim seria perigoso.
Ela assentiu.
─Bem, vamos ficar de olho. Talvez encontremos essa... caçadora...
*****
Do outro lado da cidade, Shayera patrulhava um cemitério. Ela estava sozinha, carregando a enorme e pesada besta em suas mãos. Maldita hora em que perdeu sua espada. Sentada na beira de um túmulo, esperava impaciente o momento do vampiro se levantar. Minutos depois, a terra debaixo dela se remexia e o vampiro atordoado saiu.
─Hey! ─Ela gritou.
O vampiro foi para atacá-la e ela simplesmente atirou, e o vampiro era poeira. A ruiva bocejou. Ouviu quando os sinos da igreja anunciaram duas da manhã. Era hora de ir para casa.
Do lado de fora, ouviu gritos e uma mulher correu para ela.
─Um monstro! ─A mulher gritou.
Ambas olharam para trás e Shayera apontou sua besta, porém um cãozinho pequeno e peludo dobrou a esquina. Shayera abaixou sua arma e encarou a mulher.
─Você está com medo de um cão?
Sem responder, a mulher simplesmente continuou correndo.
─Maluca...
Pendurando a besta em suas costas, ela se dirigiu para sua casa.
*****
No dia seguinte, encontraram uma mulher morta. A mesma mulher vista por Shayera. Os boatos se espalharam rapidamente e chegaram até ela.
─Você não teve culpa, Shay. ─Disse Wally. Os dois amigos estavam sentados na grama, sob o calor acolhedor do sol matinal. ─Como você poderia saber?
─Ela corria de algo, mas eu vi apenas um cãozinho e a deixei ir. E se a coisa que a perseguia a pegou logo depois?
─Como disse, não tinha como saber.
Ela suspirou.
─Tem razão, Wally. ─Em seguida, tirou os óculos. ─Algum sinal de infecção?
─As manchas amarelas estão aumentando. ─Disse, preocupado. ─O senhor Destino sabe sobre isso?
─Não é necessário preocupar meu tio agora. Ele está ocupado, em uma missão para os Poderes. Eu preciso apenas não me estressar e me alimentar direito.
O sinal tocou e eles tiveram que sair.
─Qualquer coisa, me avise, Shay.
Seguiram caminhos diferentes, indo para suas respectivas salas. John esperava Shayera e correu para alcançá-la.
─Ainda se lembra da sala de biologia?
─Não. Poderia me levar?
─Estou indo para lá. ─Enquanto caminhava, John não tirava os olhos da menina. ─Então, o que vai fazer hoje a noite? Tem um filme ótimo e...
Ela parou e o encarou.
─Está me chamando para sair?
John deu de ombros quando ela sorriu.
─Por que não? Penso que seria legal, a não ser que tenha outros planos.
Shayera pensou alguns instantes em Wally. Seu amigo era um amor, e eles tinham uma coisa juntos, mas ela não chamaria de relacionamento. John a fitou, e ela percebeu que ficou calada tempo demais.
─E então?
─Acho que é uma boa idéia.
Ele sorriu abertamente.
─Grande. Apenas não leve Wally, afinal, seria algo apenas entre nós.
A ruiva concordou e caminharam para a sala.
*****
Talvez pelo convite, talvez por sentir que traía Wally, a verdade era que Shayera sentia seu coração bater mais e mais forte à medida que o tempo passava. O som enchia seus ouvidos e chegava a ser ensurdecedor. Quando o sinal tocou, ela correu para fora. Seu coração acelerou ainda mais. Aquilo era estranho.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!*****
Clark e Bruce perderam a manhã verificando, e descobriram que a jovem morta, de nome Helena, sofrera uma parada cardíaca, apesar da pouca idade e da aparente saúde. Também descobriram que ela estudava em Sunnydale High, e não era a pessoa mais agradável de se conviver.
Diana e J’onn se reuniram com Bruce e Clark mais tarde. John não estava presente, pois tinha um encontro.
─Como eu nunca a vi antes? ─Indagou Diana. ─Helena era suposta para estar na minha sala.
─Vi as notas dela e Helena tinha uma série de faltas e outras transgressões. Me admira que ainda esteja na escola e não numa penitenciária.
─E o coração simplesmente explodiu?
─Eu não diria simplesmente. Foi desagradável, doloroso e lento.
─Algo mais?
Bruce deu de ombros.
─Conversei com os amigos dela e disseram que ela estava estressada e assustada cerca de um dia antes da morte.
─Talvez devêssemos procurar outras pessoas com sintomas semelhantes.
─E, se encontrarmos, como ajudaremos?
J’onn pensou um instante.
─Procurarei algo nos livros. Com sorte, ninguém mais será afetado. A não ser que entraram em contato com Helena. E tenham o mesmo perfil.
*****
O filme era excelente. Apesar disso, John não tirava os olhos de Shayera, mas não pelos motivos que ele gostaria. A menina estava inquieta, olhando para os lados e resmungando. Colocou a mão no peito, parecia que explodiria a qualquer momento. De repente, o barulho de tiros na tela fez com ela saltasse.
Shayera não agüentava mais e correu para fora, seguida por John. Ela saiu e a encontrou na calçada. Seu encontro parecia ter falta de ar.
─Tudo bem?
─Eu só... não gosto muito de filmes de ação. ─Fez uma pausa. ─O que acha de darmos uma volta? Talvez caminhando eu me sinto melhor...
*****
Eles andaram pelo parque, e Shayera saltava com qualquer barulho mais alto que um sussurro.
─Não quer que eu te leve para casa? Você parece, eu não sei...
A menina concordou, e John a levou para casa. Ela morava em um simples Studio, sem televisão, poucos móveis, mas muitas fotos, especialmente ela e Wally. Aquilo chamou sua atenção. o que os ruivos tinham a esconder?
─Ligue para Wally? Eu preciso dele.
John obedeceu, afinal, Shayera parecia ainda mais nervosa, se possível. Pouco tempo depois, o ruivo estava lá. Shayera se jogou em seus braços, mas nem mesmo a presença de Wally a acalmava.
─O que houve?
John deu de ombros.
─Nós saímos para ver um filme, e ela está assim...
─Vocês saíram? Juntos? Como um encontro?
─Wally, eu posso explicar.
Wally ficou de pé. shayera ainda tentou alcançá-lo, porém, ele não deixou ser tocado.
─Não, não pode. E você não deveria fazer isso com a gente.
Ela o chamou, mas o ruivo saiu. Apenas para piorar sua situação.
*****
Como as horas passavam, e a ruiva apenas piorava, John decidiu ligar para sua amiga Diana. A caçadora talvez encontrasse uma solução melhor. Uma solução sobrenatural.
Diana e Clark correram para o apartamento de Shayera. John abriu a porta para eles. O trio encontrou uma Shayera encolhida, balbuciando palavras incompreensíveis.
─O que deu nela?
─Não tenho idéia, mas está assim o dia todo.
Diana e Clark que se entreolharam.
─Vou ligar para J’onn. ─E para John. ─Torça para ele ter encontrado uma solução.
*****
Bruce veio e trouxe consigo um vidro contendo um liquido verde e malcheiroso. Fizeram Shayera beber o conteúdo do frasco, e seu coração aos poucos voltava ao normal. Ela abriu os olhos que não sabia ter fechado e notou o grupo em sua casa.
─Ela está bem. ─Disse Diana. ─Acho que é hora de irmos...
E assim eles o fizeram.
*****
Como de costume, Shayera estava sentada no sol. Desta vez, estava sozinha. John aproximou-se dela, segurando uma rosa entre os dedos. Ela abriu os olhos quando percebeu alguém a seu lado.
─Como se sente? ─Indagou.
Entregou-lhe a rosa. Shayera aceitou o agrado, e aspirou o doce perfume antes de encarar John.
─Estranho, mas não me lembro de nada. Talvez seja melhor. ─Então sorriu. ─Obrigada por ter cuidado de mim.
─Sem problemas. ─Ele disse. ─E onde está seu fiel escudeiro?
─Wally? ─Seu sorriso então desapareceu. ─Irritado comigo.
─Sinto muito.
Ela balançou a cabeça.
─Não é sua culpa, John. Fui eu quem estragou tudo. Mas você e eu ainda somos amigos, certo?
─Certo. ─Fez uma pausa. ─Vai ficar bem?
Deu de ombros.
─Não é o fim do mundo, sabe?
Tentou sorrir, e viu John recuar alguns passos longe dela.
─O que foi?
─Seus olhos. ─Apontou. ─Estão amarelos...
Fale com o autor