BloodLust

Pulsos


J’onn tinha a katana sobre sua mesa na biblioteca. Àquela hora da noite, estavam apenas ele, Diana e Bruce. Clark e John se ofereceram para ajudar, mas ele não achou necessário. A bolsa também estava em sua mesa.

─Um caçador? Qual a diferença entre mim e um caçador?

─As caça vampiros foram escolhidas pelo destino, a grande maioria dos caçadores trabalham por dinheiro e motivações pessoais. ─Explicou J’onn.

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─No caso, caçadora. ─Disse Bruce, erguendo a mochila. Era roxa, com flores estampadas. ─Isto me parece familiar, no entanto.

Diana pensou por alguns instantes, e a mochila também lhe era familiar.

─Uma caçadora? E estuda aqui? Me parece arriscado para uma menina.

Diana lançou um olhar inquisidor a seu observador.

─Serio?

─Você, Diana, tem a força para lutar contra as trevas, sem seus dons, seria como qualquer menina normal, e isto sim seria perigoso.

Ela assentiu.

─Bem, vamos ficar de olho. Talvez encontremos essa... caçadora...

*****

Do outro lado da cidade, Shayera patrulhava um cemitério. Ela estava sozinha, carregando a enorme e pesada besta em suas mãos. Maldita hora em que perdeu sua espada. Sentada na beira de um túmulo, esperava impaciente o momento do vampiro se levantar. Minutos depois, a terra debaixo dela se remexia e o vampiro atordoado saiu.

─Hey! ─Ela gritou.

O vampiro foi para atacá-la e ela simplesmente atirou, e o vampiro era poeira. A ruiva bocejou. Ouviu quando os sinos da igreja anunciaram duas da manhã. Era hora de ir para casa.

Do lado de fora, ouviu gritos e uma mulher correu para ela.

─Um monstro! ─A mulher gritou.

Ambas olharam para trás e Shayera apontou sua besta, porém um cãozinho pequeno e peludo dobrou a esquina. Shayera abaixou sua arma e encarou a mulher.

─Você está com medo de um cão?

Sem responder, a mulher simplesmente continuou correndo.

─Maluca...

Pendurando a besta em suas costas, ela se dirigiu para sua casa.

*****

No dia seguinte, encontraram uma mulher morta. A mesma mulher vista por Shayera. Os boatos se espalharam rapidamente e chegaram até ela.

─Você não teve culpa, Shay. ─Disse Wally. Os dois amigos estavam sentados na grama, sob o calor acolhedor do sol matinal. ─Como você poderia saber?

─Ela corria de algo, mas eu vi apenas um cãozinho e a deixei ir. E se a coisa que a perseguia a pegou logo depois?

─Como disse, não tinha como saber.

Ela suspirou.

─Tem razão, Wally. ─Em seguida, tirou os óculos. ─Algum sinal de infecção?

─As manchas amarelas estão aumentando. ─Disse, preocupado. ─O senhor Destino sabe sobre isso?

─Não é necessário preocupar meu tio agora. Ele está ocupado, em uma missão para os Poderes. Eu preciso apenas não me estressar e me alimentar direito.

O sinal tocou e eles tiveram que sair.

─Qualquer coisa, me avise, Shay.

Seguiram caminhos diferentes, indo para suas respectivas salas. John esperava Shayera e correu para alcançá-la.

─Ainda se lembra da sala de biologia?

─Não. Poderia me levar?

─Estou indo para lá. ─Enquanto caminhava, John não tirava os olhos da menina. ─Então, o que vai fazer hoje a noite? Tem um filme ótimo e...

Ela parou e o encarou.

─Está me chamando para sair?

John deu de ombros quando ela sorriu.

─Por que não? Penso que seria legal, a não ser que tenha outros planos.

Shayera pensou alguns instantes em Wally. Seu amigo era um amor, e eles tinham uma coisa juntos, mas ela não chamaria de relacionamento. John a fitou, e ela percebeu que ficou calada tempo demais.

─E então?

─Acho que é uma boa idéia.

Ele sorriu abertamente.

─Grande. Apenas não leve Wally, afinal, seria algo apenas entre nós.

A ruiva concordou e caminharam para a sala.

*****

Talvez pelo convite, talvez por sentir que traía Wally, a verdade era que Shayera sentia seu coração bater mais e mais forte à medida que o tempo passava. O som enchia seus ouvidos e chegava a ser ensurdecedor. Quando o sinal tocou, ela correu para fora. Seu coração acelerou ainda mais. Aquilo era estranho.

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*****

Clark e Bruce perderam a manhã verificando, e descobriram que a jovem morta, de nome Helena, sofrera uma parada cardíaca, apesar da pouca idade e da aparente saúde. Também descobriram que ela estudava em Sunnydale High, e não era a pessoa mais agradável de se conviver.

Diana e J’onn se reuniram com Bruce e Clark mais tarde. John não estava presente, pois tinha um encontro.

─Como eu nunca a vi antes? ─Indagou Diana. ─Helena era suposta para estar na minha sala.

─Vi as notas dela e Helena tinha uma série de faltas e outras transgressões. Me admira que ainda esteja na escola e não numa penitenciária.

─E o coração simplesmente explodiu?

─Eu não diria simplesmente. Foi desagradável, doloroso e lento.

─Algo mais?

Bruce deu de ombros.

─Conversei com os amigos dela e disseram que ela estava estressada e assustada cerca de um dia antes da morte.

─Talvez devêssemos procurar outras pessoas com sintomas semelhantes.

─E, se encontrarmos, como ajudaremos?

J’onn pensou um instante.

─Procurarei algo nos livros. Com sorte, ninguém mais será afetado. A não ser que entraram em contato com Helena. E tenham o mesmo perfil.

*****

O filme era excelente. Apesar disso, John não tirava os olhos de Shayera, mas não pelos motivos que ele gostaria. A menina estava inquieta, olhando para os lados e resmungando. Colocou a mão no peito, parecia que explodiria a qualquer momento. De repente, o barulho de tiros na tela fez com ela saltasse.

Shayera não agüentava mais e correu para fora, seguida por John. Ela saiu e a encontrou na calçada. Seu encontro parecia ter falta de ar.

─Tudo bem?

─Eu só... não gosto muito de filmes de ação. ─Fez uma pausa. ─O que acha de darmos uma volta? Talvez caminhando eu me sinto melhor...

*****

Eles andaram pelo parque, e Shayera saltava com qualquer barulho mais alto que um sussurro.

─Não quer que eu te leve para casa? Você parece, eu não sei...

A menina concordou, e John a levou para casa. Ela morava em um simples Studio, sem televisão, poucos móveis, mas muitas fotos, especialmente ela e Wally. Aquilo chamou sua atenção. o que os ruivos tinham a esconder?

─Ligue para Wally? Eu preciso dele.

John obedeceu, afinal, Shayera parecia ainda mais nervosa, se possível. Pouco tempo depois, o ruivo estava lá. Shayera se jogou em seus braços, mas nem mesmo a presença de Wally a acalmava.

─O que houve?

John deu de ombros.

─Nós saímos para ver um filme, e ela está assim...

─Vocês saíram? Juntos? Como um encontro?

─Wally, eu posso explicar.

Wally ficou de pé. shayera ainda tentou alcançá-lo, porém, ele não deixou ser tocado.

─Não, não pode. E você não deveria fazer isso com a gente.

Ela o chamou, mas o ruivo saiu. Apenas para piorar sua situação.

*****

Como as horas passavam, e a ruiva apenas piorava, John decidiu ligar para sua amiga Diana. A caçadora talvez encontrasse uma solução melhor. Uma solução sobrenatural.

Diana e Clark correram para o apartamento de Shayera. John abriu a porta para eles. O trio encontrou uma Shayera encolhida, balbuciando palavras incompreensíveis.

─O que deu nela?

─Não tenho idéia, mas está assim o dia todo.

Diana e Clark que se entreolharam.

─Vou ligar para J’onn. ─E para John. ─Torça para ele ter encontrado uma solução.

*****

Bruce veio e trouxe consigo um vidro contendo um liquido verde e malcheiroso. Fizeram Shayera beber o conteúdo do frasco, e seu coração aos poucos voltava ao normal. Ela abriu os olhos que não sabia ter fechado e notou o grupo em sua casa.

─Ela está bem. ─Disse Diana. ─Acho que é hora de irmos...

E assim eles o fizeram.

*****

Como de costume, Shayera estava sentada no sol. Desta vez, estava sozinha. John aproximou-se dela, segurando uma rosa entre os dedos. Ela abriu os olhos quando percebeu alguém a seu lado.

─Como se sente? ─Indagou.

Entregou-lhe a rosa. Shayera aceitou o agrado, e aspirou o doce perfume antes de encarar John.

─Estranho, mas não me lembro de nada. Talvez seja melhor. ─Então sorriu. ─Obrigada por ter cuidado de mim.

─Sem problemas. ─Ele disse. ─E onde está seu fiel escudeiro?

─Wally? ─Seu sorriso então desapareceu. ─Irritado comigo.

─Sinto muito.

Ela balançou a cabeça.

─Não é sua culpa, John. Fui eu quem estragou tudo. Mas você e eu ainda somos amigos, certo?

─Certo. ─Fez uma pausa. ─Vai ficar bem?

Deu de ombros.

─Não é o fim do mundo, sabe?

Tentou sorrir, e viu John recuar alguns passos longe dela.

─O que foi?

─Seus olhos. ─Apontou. ─Estão amarelos...