Maneira de Dizer

Adeus Ladybug?


A parca luminosidade do fim daquela tarde clareava fracamente o ateliê de Marinette, a qual desejava intensamente poder culpar a lugubridade ambiente pelo que seus olhos liam.

Gostaria de poder dizer que as letras gravadas sobre o papel tratavam-se de ilusão de ótica, mas o resultado estava ali, claro e conciso. Sentia que poderia vê-lo até no escuro.

— Eu falei. - Vangloriou-se a Kwami.

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— Tikki… - Marinette choramingou, apertando com tanta força a folha de papel que segurava próximo ao rosto, que seus cantos começavam a rasgar. - Isso não pode estar acontecendo!. - Declarou.

— Eu não quero dizer que sinto muito, Marinette. - Começou a pequena, tirando o resultado dos exames das mãos da portadora e sinalizando para que ela se sentasse. - Prefiro te dar os parabéns. - Completou.

— Obrigada? - A jovem, acomodando-se na cadeira estofada, agradeceu, incerta, tentando descobrir se a situação em que se encontrava era positiva ou não.

Nunca em sua vida, uma tarde fora tão enfadonha e agonizante como aquela. Marinette sequer sabia de onde havia arrancado forças para terminar os bordados do vestido e realizar a última prova na cliente, que não deixou de reclamar das agulhadas acidentais que acabara levando no processo. Tudo isso, enquanto esperava o bendito exame ficar pronto.

O que lhe aliviava - e ela sentia-se mal por tal situação ser reconfortante - era que Adrien ainda estava ajudando com as investigações do atentado terrorista. Caso contrário, já teria aparecido ali para tirar satisfações e conferir se estava realmente estava bem. E ela definitivamente não tinha condições de lidar com ele naquele momento.

— Como vou contar isso para o Adrien? - Indagou, assim que lembrou-se do namorado, tentando imaginar que tipo de reação teria.

Adrien e Marinette se conheciam a dez anos, namoravam a sete e moravam juntos a dois. E embora o casamento parecesse algo bem certo na vida deles, o fato é que ainda não tinham gastado muito tempo para discutir planos sobre a família que pretendiam construir. A asiática, em particular, tinha um motivo bem razoável para tanto: Não conseguia imaginar de onde arrancaria tempo para cuidar de uma criança, quando tinha que se dividir em duas para atender a demanda do ateliê e continuar atuando como vigilante. E era exatamente isso que estava pensando, quando lembrou-se da reação da Kwami, mais cedo naquele dia, quando tentara se transformar.

— Tikki, por que eu não posso me transformar estando grávida? - Indagou, insatisfeita. Certamente, não seria fácil passar os próximos meses sem encarnar a Ladybug.

A Kwami pousou da mesa ao lado, e refletiu alguns instantes, ponderando a melhor maneira de explicar.

— Lembra quando eu fiquei entalada na lata de biscoito e você não pôde se transformar? - Indagou para começar.

— Sim. - A estilista chegou a tremer, recordando-se do fatídico dia. Naquela época, Hawk Moth estava no ápice de seu vilanismo, sendo que o atraso em sua transformação quase ocasionou uma tragédia.

— Em uma comparação esdrúxula, você não pode se transformar agora por motivos semelhantes. - Explicou. - Eu não posso estar fundida a outros itens para não afetar seus poderes. Em tese, você também não pode estar unida a outra pessoa, pois o Miraculous é feito para transformar uma só.

— Entendo. - Disse a estilista.

— Mas como eu disse, em tese. Só que por não sabermos os efeitos que a transformação poder ter em um bebê, uma vez que ela influencia diretamente o corpo do portador, tornou-se proibido transformar-se em caso de gestação.

— Isso quer dizer que vou deixar de ser a Ladybug? - Perguntou, chateando-se ainda mais.

— Isso, quem decide, é o guardião. - Respondeu a pequena. - Mãs não acho que haverá necessidade. Hawk Moth desapareceu a muito tempo, os vilões que enfrentam agora não demandam a purificação de akumas. - Lembrou. - Entretanto, acho que a Ladybug vai tirar férias por um tempo. - Sorriu complacente.

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— É. - Marinette concordou, desanimada, ainda não conseguindo definir os sentimentos que aquela notícia havia lhe provocado.