Era sempre você
Minha Alma Gêmea
Meu coração começou a palpitar. Sinto meu rosto ficar quente, e talvez esteja avermelhado. Minha barriga parece estar cheias de borboletas querendo se soltar. E sinto um calor agradável entre nós.
Sempre havia visto , Salsicha como um amigo. O que eu sentia por ele , até aquele momento, era que eu podia falar qualquer assunto com ele , que ele entenderia e ouviria melhor do que ninguém. Nunca me sentia desconfortável quando estava com ele. Como se nunca precisasse usar uma máscara.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Estou começando a ter dificuldade para respirar.
Será que isso que estou sentindo é real?
Uma descarga elétrica passa por todo o meu corpo, fazendo meu coração ser consumido por um sentimento diferente e distante de tudo que já senti ou experimentei.
Nunca pensei que de todos os caras que passaram na minha vida, sentindo vazia e desmoronando em cada termino , seria ele que me faria sentir amada e em casa.
— O chá deve estar bom – lembra , olhando cabisbaixo para as nossas xícaras. A água adquiriu um tom de verde, no ponto certo de tomar a bebida.
Devo estar ficando boba, com certeza.
Pegamos nossas xícaras e fazemos um brinde:
— Aos pesadelos irem embora de nossas vidas em busca de resolver mistérios .
— E ao medo. – completa.
Eu não sei mais o que dizer. Não sei o que fazer com as minhas mãos. Tenho medo do que vai dizer ou do que ele irá fazer.
Ele termina de tomar o chá, sem que eu notasse.
— Tchau , Daphne. Espero que tenha um bom dia ! - e seus lábios beijam levemente minha testa , como se já estivesse indo embora.
Um inevitável suspiro se solta de minha boca. Eu não quero que ele vá embora. Pego em sua mão e peço para me escutar.
— Por favor, não vá embora! Estou com muito medo.
— Medo?
Eu olho para ele , triste. Não quero sentir dor , quando ele for embora. Não quero sentir o vazio ea fria solidão.
— De ficar sozinha , de um monstro aparecer e me sequestrar.
— Está mesmo certa que é a mim que você quer ? Porque eu não sou como o Fred.... – ponho meu indicador em seus lábios , evitando que ele termine a frase.
— Vamos jogar xadrez na sala?
******************
— Rainha para B- cinco .
— Bispo para G- sete.
Ainda bem que aceitou jogar comigo.
— Cavalo paraC – oito.
— Okay.
Salsicha fica mexendo no cabelo ao olhar para o tabuleiro . Está é nossa terceira partida. As outras duas eu havia ganhado. Ou talvez , ele tenha deixado –me ganhar.
Estamos contando histórias enquanto jogamos . Contei a ele sobre um dia em que fui num show de rock com Velma e algumas amigas equebrei meu salto alto de tanto pular, com quinze anos. Ele me contou sobre o dia em que ele e o Scooby pintaram a parede da sala dos pais com tinta permanente vermelha quando tinha quatro anos .
Está confortável , simples e agradável. Estamos sentados no tapete da sala, separados pela mesa, lado a lado, nossas cabeças estão apoiadas em nossas mãos e o tabuleiro no meio. E a lareira continua queimando lenha,produzindo um calor gostoso.
— Você vai andar ou vai fazer um buraco no tabuleiro de tanto olhar ?
— Não me apresse.
Eu suspiro.
— Me diga sobre o seu pesadelo, Salsicha.
Seus olhos se arregalam .
— Não posso.
—Por quê ? Eu contei o meu para você ... E você me consolou. Agora , sou que quero consolar você.
Ele suspira parecendo aceitar o meu argumento. Pego em sua mão , sentindo mais uma vez o meu rosto queimar .
— Eu... sonhei que via você se jogando no rio da Bahia dos Cristais, seus olhos estavam sem brilho , parecendo como os de um zumbi. Foi às duas horas da manhã. E eu gritei o seu nome bem alto. Por sorte , meus pais tem um sono pesado e não escutaram. Depois daquilo, soube que não veria mais você do mesmo jeito.
— O que quer dizer ?
Ele está olhando para o tabuleiro ,cabisbaixo. Perdido na escuridão do seu pesadelo.
— Eu amo... você. – seus olhos se erguem brilhantes como fogos de artifícios, fixos em mim.
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— Norville... – sussurro enfim seu nome , olhando dentro de seus olhos.
Não consigo encontrar palavras para descrever o que estou sentindo. Não tenho ideia de como voulhe dizer.
Estou apaixonada por ele . Totalmente. Perdidamente. Ridiculamente .
Apaixonada.
De corpo e alma.
Com a minha outra mão livre , toco em seu rosto e sinto a sua barba rala , ela não me machuca.
—Norville... – sussurro mais uma vez. Respiro fundo e deixo meu coração tomar as rédeas das minhas palavras. – eu também te amo. E eu vou me adiantar em pedir para que me aceite como sua namorada.
Ele arregala os olhos para mim, achando que eu estava brincando. Em seguida,ele simplesmente sorri para mim. A satisfação de ter –me declarado a ele invade meu coração.
Encostamos nossas cabeças e ele diz:
— Vamos precisar contar para o Scooby, sabia?!
Deixo escapar uma risada nervosa e ele se junta à mim. Eu quase me esqueci do Scooby.
— Nós vamos dar um jeito , mesmo que eu precise dar uma caixa inteirinha de biscoitos . – tento dizer firme, mas não posso esconder meu medo que ele não aprove a nossa relação.
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O céu está alaranjado, as nuvens estão em tons de rosa e os pássaros estão cantando felizes por mais um fim de mais um dia. Norville e eu estamos olhando o pôr – do – sol no topo do farol da cidade, aninhados com o seu melhor amigo Scooby- Doo. Ele lambe o meu rosto mais uma vez. Contamos a ele sobre tudo o que havia acontecido na noite passada , e ele não só nos deu apoio, como adorou o nosso namoro.
Minha cabeça está aconchegadano peito do meu namorado , Norville . E seus braços envolvem meu corpo enquanto assistimos aquele espetáculo natural. Norville olha para mim e se inclina para mais perto de mim. Ele quer me beijar.
Sua boca encontra a minha num beijo terno e doce. Meus braços envolvem os seus ombros , trazendo para mais perto de mim. Meu coração martela contra o meu peito. Era você. Sempre havia sido você... A minha alma gêmea.
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