Eu estava sentada na calçada, distraída com um galho seco que pairava na grama verde. Pensava no dia anterior, nas coisas que aconteceram e nas perguntas que borbulhavam na minha cabeça. Emmett me salvara daqueles homens estranhos. James não estava lá para fazer isso e Eve me ignorava. Era tudo tão complicado na minha vida monótona, e agora, assim de repente, eu tinha um namorado cheio de mistérios que eu desejava muito desvendar. Acho que aquele era o meu verdadeiro propósito.

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Hoje eu já sei as respostas de todos aqueles mistérios e me considero uma idiota por não tê-los descoberto antes daquele dia, mais uma tarde de segunda-feira no outono. Tudo o que hoje acontece comigo, que não tenho mais o sobrenome Hale – agora sou Rosalie Cullen -, começou definitivamente naquele dia. Todas as razões para meus conceitos para com Isabella Swan começaram ali. Todos os motivos que me fazem tê-la como inimiga são devidos àquela tarde, quando uma sombra apareceu em minha frente, sobre o gramado verde.

Assustada, larguei o galho que me servia de distração e levantei a cabeça para saber quem estava a minha frente. Era ele, e segurava a sacola que eu deixara com Eve na noite anterior.

- Tome, acho que se esqueceu.

Fiz que sim com a cabeça.

- Obrigada, James.

- Rose, eu ainda preciso te contar algumas coisas sobre mim. Venha comigo, àquele mesmo lugar.

- Vou adorar.

- Não tenha tanta certeza.

Mesmo no carro de James, eu segurava a sacola com força e tive a idéia de estrear o perfume, borrifando-o no pescoço. Ele continuava com os olhos presos na estrada e sorria de vez em quando, como era de seu costume. O sol brilhava radiante e nos encarava no céu. Permaneceu tudo assim, até que paramos. James me ajudou a sair do automóvel e me beijou pela segunda vez desde que começamos a namorar.

Dessa vez, não fui obrigada a fazer a trilha.

- Vou começar a falar agora, Rose. Suba em mim.

- O que?

- Suba em mim.

- Olha que eu não sou tão leve. – brinquei. Mas seu tom não era de brincadeira.

- Vamos, Rose, suba em mim.

Obedeci em silêncio.

- Agora, Rosalie, veja o que eu posso fazer.

James começou a correr em disparada pela relva, mais rápido que qualquer carro de corrida, mais rápido que qualquer avião. Agarrei- me em seu pescoço, tentando ignorar a confusão que estava minha cabeça e o enjôo que me maltratava. As árvores sequer podiam percebê-lo passar por entre elas. Jamais eu havia experimentado coisa parecida.

- Desça Rose. E abra os olhos.

Desci de suas costas, suando frio e sem parar de tremer, mas com os olhos abertos e estando mais tranqüila por estar com os pés no chão.

- O que foi isso? – perguntei, não parando de tremer.

- Eu simplesmente corri.

- Isso não é correr, James – corrigi. – Isso é... Que droga, eu nem sei o que é isso!

- Faz parte do meu segredo.

- Segredo? Que segredo, James?

- Vou te contar tudo. Sente-se.

Como sempre, obedeci em silêncio. Mas ele não se sentou ao meu lado. James se dirigiu para onde batia o sol. Parou diante de um pequeno arbusto, olhou para cima e fechou os olhos. Devagar, abriu os botões da camisa. Exatamente a mesma coisa que Bella vira, e exatamente como ela eu fiquei perplexa ao ver James... brilhar.

- Olhe para mim, Rose. O que eu sou?

Eu queria falar alguma coisa, até tentei. Mas minha boca só abriu porque o queixo caiu. Ele abriu os olhos e, ainda brilhando, olhou para mim.

- Rose, o sol faz isso comigo.

- O que é isso, James? – perguntei, apavorada.

- Eu sou um matador, Rosalie. – ele informou, fechando os botões e vindo em minha direção. Mas parou no meio do caminho.

- James, você está me assustando.

- Rose, eu te pedi para que usasse um perfume forte para confundir meu olfato. Queria achar uma maneira de resistir a você.

- Como assim?

- Seu sangue, Rosalie! – ele gritou, me assustando ainda mais. – Seu sangue! Ele tem um cheiro insuportável, sabia? Insuportável para mim.

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- Deixe de falar bobagens, James. – pedi.

- Não é bobagem, Rose. – me corrigiu, baixando o tom de voz. – Eu me alimento de...

- Não, James, não pode ser. – murmurei, deixando algumas lágrimas escaparem. – Vampiros não... existem.

- Engano seu. Eu sou um deles.

- Pare de brincar, James.

- É, você pensa que é uma brincadeira. Eu estou morto, Rose, morto. E você tem de se conformar com isso. E se quiser continuar comigo, vai ter de se acostumar. Não vou aparecer em dias ensolarados, vou caçar de vez em quando, vou passar o tempo todo tentando resistir ao seu cheiro, Rose.

- Do que você está falando?

- Anda Rosalie. Corre, vai contar pra todo mundo o que aconteceu aqui. Diz também que tem um vampiro apaixonado por você.

- Não vou te abandonar, James. – informei. – Nunca.

- Tem certeza disso?

- Absoluta. Eu te amo. – lembrei. – Então... Victoria pode mesmo ter se transformado em vampira? Emmett não estava mentindo.

- Provavelmente... não.

- Eu julguei mal meu amigo, eu não acredito que fiz isso com ele. Eu fiz isso com Emm. Ele tentou me avisar.

- Mas... Você não pode contar isso pra Emmett, Rose. Ninguém pode saber. Será um segredo nosso.

- Está certo. – concordei.

Ele me abraçou e eu sorri, mesmo chorando. De repente, me afastou com as mãos e gritou:

- Não acredito que fiz isso! Eu estou colocando você em perigo, Rose! O que eu fiz? O que eu fiz? – ele se perguntava, dando tapas em sua própria testa.

- O que foi, James? Que perigo?

- Todos eles, os vampiros do mal... Eles vão tentar matar você.

- O que?

- É, Rose. Eu revelei o segredo deles para uma mortal. Eu sou um imbecil.

- James, eu posso morrer por você. – Sei que eu era mesmo parecida com a Bella, não?

- Você não pode morrer. Não por causa deles.

- E então, James, qual o jeito de eu viver ao seu lado... para sempre?

- Só se... Só se você se transformar em vampira.