– Claro, claro. - Aquela resposta tão Jacob descontraíra o clima, todavia o vampiro de madeixas loiras continuava a imaginar o quanto arrepender-se-ia por deixar a sua filha sem limites com o transmorfo. Mal sabia ele que talvez eles não se entenderiam tão cedo.

CAPÍTULO 27

Renesmee descia as escadas vagarosamente, desfilando com o seu belo vestido florido no busto e preto abaixo do mesmo. Ao mesmo tempo, Edward e Jacob adentravam em casa; prestando atenção na movimentação da sala. O moreno viu sua amada quase bailar sobre os degraus em uma bela dança envolvente.

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– Não demorem. - Pediu o leitor de mentes, reprimindo a vontade de rugir ao pensamento do lobo.

Este apenas assentiu, indicando a saída à Renesmee. Sem toques, sem afegos, dissera Edward; e Jacob estava fazendo-o. Não pegara na mão de sua amada, nem dissera o quão bonita estava por mais que não tivesse deixado de perceber. Era inevitável, afinal.

– Jake, eu pensei em a gente ir à casa da Emily. Que tal? Seria bom falar com os garotos depois de tudo que eles viram na campina... - Murmurou ela contente por poder pedir-lhes desculpas enquanto Jacob permanecia calado e abria-lhe a porta.

– Claro, claro. - Respondeu após um tempo, ainda sem sorrir.

Ele estava infeliz consigo mesmo por ter aceitado aquela proposta louca de Edward, porém o prêmio recompesá-lo-ia.

Lentamente, dirigiu à La Push, perdido em pensamentos. Renesmee, todavia, cantava a letra de alguma música que tocava no rádio, naquele momento, distraída. Sua canção terminou, e ela encomodou-se com as outras que passavam no aparelho. Por que existiam aqueles comentaristas chatos ou aquelas músicas bagaceiras?, pensara.

– Chegamos. - Disse, finalmente, Jacob.

Ele deixou o carro em segundos e abriu a porta para ela. Não que Edward fosse permitir a menor aproximação, naquele momento, de sua filha; porém seu instinto de proteção falava mais alto. Seu corpo aclamava pelo de Renesmee, e não ter tido-o nenhuma vez unido ao seu era indiferente ao seu sentimento.

Já abrindo a porta da casa de Emily, como se fosse de casa, Jacob visualizou Seth, Embry, Quil e Sam na sala; conversando. Pararam imediatamente assim que perceberam o futuro casa adentrar no cômodo. Fitraram-na intensamente, sem saber o que dizer ou fazer.

– E aí, caras? Meu, que fome que eu estou! A Emmy está aí? - Perguntou Jacob, procurando distrair o clima e desaproximar o seu corpo quente e latejante do de Renesmee. Seguiu em rumo à cozinha, que estava vazia.

– Pode entrar, cara. Afinal, a casa é sua. - O múrmurio de Sam soara com uma ironia incomum para com a sua personalidade.

– Relaxa, Sam. O que houve? A Emily fez uma greve? Se quiser, vai ao banheiro se aliviar! - Exclamou Jacob brincalhão, observando o velho rumor aparecer no rosto de Renesmee. Era tão engraçado vê-la corar diante desses assuntos.

– E você, Jacob? Quer realmente que eu comente sobre a sua vida sexual diante da Renesmee? - Fora a vez do Alfa corar, lembrando-se de que Leah fora a última com que o fizera. Já fazia um tempo, aliás.

– Desde quando você está azedo, Sam? - Indagou Quil em prol do amigo.

– Todo esse estresse me deixou assim. - Respondeu mal humorado com uma carranca em seu rosto.

Renesmee encolheu-se, sentindo um certo tom de mágoa em sua indireta. Claro, deixar a sua amada Emily e todos os seus queridos amigos sozinhos na Aldeia Quileute para enfrentar vampiros sádicos não deveria ter sido fácil. Ela compreendia, e nada era mais certo do que lhe dizer o quão estava arrependida.

Antes de fazê-lo, porém, Seth levantou-se; compartilhando do mesmo sentimento de Jacob: a fome. Interrompeu os devaneios de Renesmee com uma simples pergunta se queriam comer. Os lobos, imediatamente, concordaram por estarem sempre famintos. Insaciáveis! era o pensamento de Ness; que permanecia remoendo-se nas memórias.

Jacob, porém, não se sentou à mesa como os demais: apenas encostou-se na parede, onde cruzara os braços e salientara seus músculos. Não propositalmente, é claro; mas Renesmee não pôde deixar de notá-los e, depois, desviar rapidamente o seu olhar.

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Ele refletia, posto a sua máscara de Alfa, sobre o trato com Edward; ainda remoendo-se com tal assunto. Decidira, então, que não iria mais incomodar-se com isso; apenas faria o combinado.

– Seth, Embry, Quil, Jake... Sam. - Chamou a atenção Renesmee.

Eles fitaram-na; no caso de Embry e Quil, com comida na boca, deixando-a cair.

– Eu queria lhes pedir desculpas. Eu sei o quão imbecil eu fui por não ter lhes dito nada sobre o Matheus, mas não foi minha culpa... Apenas aconteceu! - Esclareceu ela, franzindo o cenho ao tentar explicar-se.

– Assim parece que você traiu o Jake com outro cara! - Exclamou Embry após engolir a enorme fatia de bolo de chocolate que se encontrava em sua boca.

– Não, é sério, Embry! - Implorou ela, sentindo lágrimas, que nasciam de sua frustração e dor, transbordarem. - Eu sei que o que eu fiz foi errado. Vocês deixaram as suas famílias para ir proteger uma menina fútil como eu. Me perdoem, por favor! Desculpa!

Emocionado com a sua demonstração de arrependimento, Seth ergueu-se da cadeira e abraçou-a. Mesmo o seu corpo não sendo tão quente quanto o de Jacob, acolhia-a de uma maneira indiscritível: trazia-lhe paz. Jacob, todavia, permanecia com os braços cruzados; fitando-a com a máscara que Renesmee tanto odiava e presenciava raramente. Não havia porquê pô-la, pensava ela.

– Claro que te desculpamos, Ness! - Exclamou Quil, sendo apoiado por Embry e Seth com murmúrios de acordo. Sam, entretanto, retesou a mandíbula; balançando a cabeça negativamente.

– Eu posso imaginar como a Emily se sentiria caso não pudesse ter filhos. - Disse ele, procurando palavras para expressar o seu sentimento. Poderia ser fácil falar palavras, mas expressar-se através delas era outra história. - Se ela quisesse um menino vampiro, eu buscaria para ela. Se ela quisesse o Sol, eu pegaria para ela. Se ela quisesse a minha morte, eu me mataria por ela. - Seu tom sério preocupou-a: era possível existir tal amor? Mal sabia ela que Jacob correspondia ao sentimento de Samuel, porém com Renesmee. - O que eu quero dizer é que você moveu-se pelo seu sentimento assim como eu faria... Como nós faríamos. Não há motivos para preocupar-se com aceitarmos ou não o fato de ter criado aquele bebê, que ia contra as regras da sociedade a qual você pertence. Mas há motivos para preocupar-se em guardar segredos. Peço-te apenas para não o repetir, por favor. Merecemos um pouco de paz por hoje. - Sorriu no final, recebendo-a calorosamente em seus braços.

Esta não recusou o gesto, acolhendo-se no peito daquele que ela pensou que não iria perdoá-la. Já o que esteve ao seu lado todo esse tempo (com excessão das últimas horas), o Jacob Black, manteve-se calado. Ainda observando-a de sua pose máscula, não disse nada, apenas deixou o recinto. Não havia ódio para emaná-lo de seus olhos e melhorar a sua performance de ator, e, se ele permanecesse ali, não resistiria a jogar o plano de Edward para o alto.

Enquanto ele saía, Renesmee observava-o confusa: o que ela fizera nesse curto espaço de tempo contra ele? Pedindo licença aos demais transformos, foi atrás daquele que era capaz de fazê-la pirar: tanto de desejo, carinho e compaixão quanto de raiva, confusão e mágoa.

Vendo-o distanciar-se na densa floresta, apressou o passo e estranhou-o por não ter feito o mesmo. Assim que chegou próximo a ele, pelo menos o suficiente para fazê-lo, agarrou-lhe pelo braço, o que o fez cambalear alguns passos. A parada brusca chocou os seus corpos, percorrendo algumas faíscas entre elas.

Renesmee, no entanto, procurou ignorá-las e procurou perguntar mesmo assim. Jacob, entretanto, fora mais rápido e, fitando-a com ódio por segui-lo e possivelmente estragar a chance de tê-la no futuro sem interferência do sogro, indagou asperadamente:

– O que você quer? Já não basta ter mentido para nós todos e ainda posto a sua vida em risco?

A convicção nas palavras de Jacob chocou até a si. O asco em sua garganta subiu, sentindo-se imundo por mentir tão bem à sua amada. Não, ela não merecia... Mas não, ele não conseguia evitar de machucá-la: sempre o fizera com garotas, afinal. Parecia, simplesmente, que as palavras fluíam da forma errada, inconsequentemente.

Ela ficou um pouco atônica; não esperava que ele estivesse furioso por causa disso. Sua confusão estava transparente em seu rosto como a água de uma lagoa. Franzindo o cenho, procurou respondê-lo da forma mais clara possível:

– Jake, me perdoe. Mas eu temia justamente que os Volturi viessem e vocês fossem injustiçados por uma besteira, um erro, que eu estava cometendo. Não poderia presenciar a morte de vocês, principalmente a sua, Jake... Você sabe que o meu amor por você é imensurável. Não há medidas, palavras ou expressões que possam explicá-lo. Por isso, não quero que você fique bravo comigo, Jake. Não me importo os outros; a sua rejeição, porém, não aguentarei.

Jacob puxou o seu corpo de encontro ao dela, consumindo os seus desejos em um beijo apaixonado. Ávida e desesperadamente, suas línguas chocaram-se; consumindo-se em um beijo recheado de paixão e desejo. Eles almejavam aquilo há dias: entregar-se um ao outro.

Enquanto suas línguas duelavam saborosamente, seus corpos imploravam por uma maior aproximação; chocando-os e, assim, causando uma deliciosa fricção entre os seus sexos. Não havia palavras para descrever a sensação de êxtase que cada um estava sentindo: o êxito em ter o seu companheiro ao seu lado dava-lhes uma sensação que, finalmente, estavam completando a metade que faltava de si mesmos.

Agarrando-lhe pelo cabelo com os seus dedos finos, Renesmee cruzou as pernas em torno da cintnura de Jacob, fazendo-o gemer. Movidos pela falta de oxigênio, separaram as suas bocas, desfazendo a sensação desejosa por mais de ter um colado ao outro. Encostaram-se as testas e encararam-se, fitando os olhos castanhos um do outro. Como alguém poderia ser tão belo? ecoava na mente do cônjuge.

– Eu o amo. - Sussurrou ela, entregando-se aos seus sentimentos. - Eu apenas não lhe disse isso antes, pois não queria construir uma relação baseada em mentiras.

Colando levemente a sua boca na dela, Jacob entreabriu os olhos e acariciou o rosto macio e frágil da amada.

– E eu nunca deixei e nunca deixaria de amá-la, neném.

Ela abriu um sorriso emocionado, que, ao ver de Jacob, era convidativo a mais um beijo. E, unindo as suas bocas e selando o seu amor, entregaram-se ao mais puro gesto de paixão: a entrega de um beijo.

– Talvez devêssemos contá-los hoje, Ness. - Murmurou Jacob ao fazer uma curva fechada na estrada, indo em direção à casa dos Cullens após um longo dia de carícias.

Renesmee balançou a cabeça negativamente enquanto batucava lentamente os dedos sobre as pernas. Encarou-o revirando os olhos para, em seguida, bufar. Eles estavam há poucas horas juntos novamente, e já havia brigas em seus históricos.

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– Não, Jacob! Esse é um direito da Leah! E você trate de manter a sua mente bem fechadinha, OK? - O tom de autoridade em seu tom de voz causou, no lobo, leves arrepios.

– Tudo bem, Ness. Mas quero só ver a próxima vez que a Lee-Lee aparecerá naquela casa. Não deve trazer boas lembranças a ela. - A mulher tremeu da cabeça aos pés, lembrando-se de quando vira Leah lá. Não tinha ideia de quem eram aquelas pessoas, mas agora sabia que era o seu destino chamando-a. A última vez que a vira lá fora no anúncio do noivado de Leah e Jacob, quando ainda não conhecia ninguém.

O jeito que Jacob referiu-se à Leah também resultou em calafrios. Vê-lo chamá-la pelo apelido demonstrava um alto nível de intimidade, e, por mais que ela estivesse noiva e fosse casar em duas semanas, Renesmee ainda sentia uma pontinha de inveja nela. Conviver por tanto tempo ao lado do Alfa deveria ser esplêndido, sem igual, inclusive caso repartem tudo. A híbrida ainda não tinha toda essa experiência ao lado do lobo, por isso sentia algo como ciúme corroê-la.

– Eu ainda estou impressionado que ela tenha nos chamado para ser padrinhos de seu casamento. E, sinceramente Ness, não vejo por que não contarmos aos seus pais. - Prosseguiu Jacob, alheio aos sentimentos da meia vampira.

– Vamos deixar a Leah anunciar, OK? Não vamos interferir ainda mais na sua vida. - Antes de dizê-lo, ouviu-se um pigarro forte para destrancar o nó em sua garganta.

– Como quiser, madame.

Após ter estacionado, ele saiu rapidamente do carro e circulou-o, abrindo a porta para a meia vampira. Curvou-se em uma pose de serviçal e beijou-lhe a palma da mão como um verdadeiro cavalheiro.

– Obrigada, milorde. - Retrucou ela, fazendo um leve reverência, imitando o puxar de seu vestido para fazê-lo.

Jacob, assim que ouviu o dedilhar dos dedos de Edward no piano, vindo de dentro da casa, fê-lo lembrar-se de seu acordo. Fitou Ness e acariciou-a levemente com a palma da mão em seu rosto. Fungando, cerrou os olhos e murmurou:

– Peça desculpas à sua família, Ness. Não há ninguém mais triste do que eles.

Ela surpreendeu-se pelo tom de mágoa que ele utilizara na frase, porém apressara-se para entrar em casa com tal ideia de pedir perdão. Novamente, a culpa pareceu amaldiçoá-la; no entanto, ela engoliu o choro e adentrou em casa.

O primeiro piso parecia vazio até o seu pai aparecer em seu campo de visão, vindo da sala de música, acompanhado de sua mãe.

– Sim, Ness? - Perguntou ele, fitando seriamente algo atrás da menina: o alto e musculoso Jacob, que cumprira com o seu "contrata", mas não inteiramente.

– Eu... Eu vim pedir desculpas a vocês. Primeiro, eu não deveria ter mentido. Sinto-me suja por fazê-lo. Segundo, vocês acreditaram em mim; e eu os enganei. Me perdoem. E, terceiro, a matilha já me perdoou; mas me sinto incompleta sem a benção de vocês. Por favor, mãe, pai, vocês me desculpam?

Ela dissera tão rapidamente que, se eles não fossem vampiros, não teriam entendido. Edward, porém, estava feliz com o pedido de perdão da filha - por mais que ela tivesse feito-o brevemente. Bella, que não estava esperando aquilo, abraçou-a emocionada, feliz por ver a filha no caminho certo.

Edward logo juntou-se ao abraço, reunindo as mulheres que ele mais amava nesse mundo. Não culparia o Jacob mais tarde; pois, verdadeiramente, fora graças a ele que ela redimira-se a esse ponto. Claro que a culpa já perseguia-a, porém o perdão de Jacob fizera-a sentir-se mais leve.

Ainda abraçando a filha com o braço e a mulher com o outro, Edward fitou Jacob e, mudamente, murmurou um "obrigado". O lobo assentiu, preocupado-se com a felicidade de sua amada que, naquele momento, estava completa.

"Ah e nós estamos juntos novamente", pensou o Alfa com um sorriso presunçoso no rosto.

Imediatamente, o vampiro retesou os músculos; abraçando fortemente (com tal força desnecessária) a filha. Jacob Black realmente sabia como tirá-lo do sério: "muitos anos de prática", responderia ele caso perguntassem-no como.

"Lembre-se: você prometeu não interferir", prosseguiu o moreno, arrancando um rugido áspero do peito do "sogrinho". "Ah, como a vida é bela", cantarolou, sentando-se no sofá e observando o olhar assassino de Edward direcionado a si.

– Ah, filha! Conte-me como foi em La Push: qual foi a reação de Sam?

Isabella conhecia muito bem o seu marido para perceber o olhar mortal que este lançava ao seu melhor amigo. Sabia que o último estava a provocar o primeiro e, por isso, tratara de interferir; distraindo Renesmee e puxando o Edward pela mão para sentar-se ao seu lado na poltrona.

Mais uma vez, ela salvara a pele daqueles dois de uma possível luta.

Renesmee, enquanto relatava o seu dia para a sua mãe, permanecera alheia aos olhares de ódio entre Edward e Jacob, impressionando a sua mãe com o relato sobre Sam.

– Nunca pensara que ele fosse dizer uma coisa dessas.

– Pois é, as pessoas mudam. - Sorriu a meia vampira; visualizando o seu amor, o Jacob, e pensando o quanto ele mudara desde que descobrira os seus verdadeiros sentimentos perante Roberta e Leah. - Algumas para melhor. - Viu-se murmurar ao pensar no quão completa poderia estar na sua vida, mesmo com o episódio de Matheus.

Jacob, afinal, era o seu melhor remédio.