O par perfeito

Tudo o que eu acredito


“Eu posso nunca encontrar uma resposta... Eu posso nunca encontrar a cura... Eu posso nunca arriscar outro amor... Oh, acredite em mim...”

(All I Believe In - The Magic Numbers)

♪♫♪♫♪♫♪♫

Estamos em dezembro, já podemos sentir o inverno no auge. Como prometido Effie e Prim estão me ajudando com alguns preparativos, referente ao casamento. Minha irmã tem se desdobrado entre a faculdade e me ajudar. Quanto a Annie e a Madge, as duas vêm se esforçando ao máximo. Elas conseguem resolver todo tipo de caso urgente, e outros, parecem fora de alcance, como o caso de Tresh Okeniyi. Ultimamente trabalham dia e noite atrás de provas para inocentá-lo, já que não obtiveram sucesso na preliminar e nem na petição de fiança.

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E quem mais está sentindo o baque, com tudo isso é, Peeta. Ele anda dormindo mal e não tem se alimentado direito. Outro dia Finnick e Gale brincaram com ele, dizendo que estava com tensão pré-casamento.

— Cara relaxa um pouco. Que eu saiba, são as noivas que ficam nessa tensão toda.

Finnick não perdeu a oportunidade de dizer, o que deixou o loiro, mais tenso ainda. Como resultado, ele tem frequentado a academia do departamento com frequência, mais do que antes de começarmos a nos relacionar. Um outro agente comentou comigo que ele quase estourou o saco de areia e daí sim, me preocupei ainda mais.

— Gale, você viu o Peeta? Eu procurei na academia, mas não está lá. – Paro o moreno no corredor e ele dá de ombros.

— Nesse exato momento, ele está enfrentando o Boggs – argumenta, com um olhar preocupado e eu, corro até a sala do nosso chefe.

Paro na entrada e noto meu noivo vermelho ao falar exasperadamente.

— Boggs, eu o interroguei inúmeras vezes. Tresh disse que a namorada sempre usava uma corrente com um medalhão, que ele mesmo a presenteou. O detalhe é que, a Srta. Foxface nunca tirava esse tal medalhão. Quem a matou pode ter levado como troféu...

— Entendi, você estudou o perfil do assassino, mas deixaremos para o tribunal decidir. – Boggs mantém a postura séria.

— O tribunal irá sentencia-lo a pena de morte! – Peeta explode e é, nesse momento que entro.

— Acalme-se, agente. Eu ainda sou seu chefe aqui.

— Peeta... – Tento segurar amigavelmente seu braço, no entanto, ele se afasta bruscamente.

— Me deixa, Katniss!

— Está fora do caso, agente Mellark – anuncia nosso chefe, com a voz impaciente.

— O quê?

— Isso mesmo que ouviu. Está deixando seu lado emocional, atingir seu raciocínio lógico.

— Ele está sendo acusado, porque ninguém deu crédito ao que disse... ou talvez, não tem a cor da pele certa para um júri. – Boggs abre a boca, mas Peeta se adianta. – O senhor, melhor do que qualquer um, devia saber disso.

— Saber? E como você tem tanta certeza da inocência, agente? – inqueri ele, o fitando.

— Porque ele a amava de verdade. Ninguém mata a quem se ama.

— Seu argumento não faz diferença. Está fora do caso e se me desrespeitar mais uma vez, afasto você por um tempo do trabalho.

— Não fala sério – desafia Peeta, mantendo o contato visual.

— Tente me enfrentar novamente.

Peeta bufa e se retira sem me encarar, aliás, parece que me tornei invisível.

— Vou falar com ele, chefe – digo, constrangida pelo que acabei de presenciar.

— O que está acontecendo com ele? Mal o reconheço.

— Ele anda preocupado. Este caso o afetou bastante.

— Se quiser peça para ele conversar com o psicólogo do departamento.

— Falarei com ele, senhor. Obrigada.

Saio da sala e vou a procura de Peeta. Demoro pra achar seu paradeiro, mas o encontro na sala do Finnick.

— Tem que haver alguma pista, Finn.

— Desculpa cara, mas o assassino é profissional. Ele desligou as câmeras do prédio e só precisou desacordar o segurança, ao invés de mata-lo.

— Ah, por favor, não me diga que ainda está falando nisso? – Cruzo meus braços e Peeta continua a dar atenção ao Finnick. – Peeta, está me escutando?

— Katniss, agora não...

— E quando vai ser? – questiono ríspida. - Até agora não dei resposta ao locatário, onde possivelmente será o nosso casamento. E você parece não estar se importando com este detalhe – disparo, sem me importar com a presença do nosso amigo.

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— Pensei que você poderia resolver isso.

— Pensou errado.

— Acho que vou pegar um café pra mim. – Nosso amigo disfarça e vai saindo de fininho.

— Finnick, este é seu espaço. Katniss e eu já estávamos de saída. – Peeta segura minha mão com uma força desnecessária e praticamente me arrasta dali.

— O que está acontecendo com você? Não estou reconhecendo o homem por quem me apaixonei – desabafo, sentindo meus olhos pinicarem.

— Esse cara não se encontra em casa no momento – expõe ele, com um olhar irreconhecível.

— Se ele não retornar, não quero me casar mais. – É só com essa minha sentença, que ele para de repente, e percebe o aperto de sua mão contra a minha. Ele afrouxa o aperto, respira fundo, passando a mão livre sobre seu cabelo, agora desgrenhado, e me fita como se estivesse sentindo dor.

— Eu sinto muito. Tenho agido como um idiota com você – admite, e só então, vejo seus ombros tensos, relaxarem.

— Um idiota detestável, devo dizer, mas também acabou de insultar nosso chefe, que sempre teve adoração por você. – O loiro parece ter acordado de um estado hipnótico. Ele pisca os olhos repetidamente e avança me tomando em seus braços.

— Eu sinto muito, meu amor. Será que pode me perdoar? – Seus olhos azuis me fitam com ternura, nem parece o mesmo de poucos instantes atrás.

— Se me prometer escrever o voto mais incrível, que nenhum noivo na face da terra, já declarou numa cerimônia de casamente, sim, eu te perdoo.

— Na verdade, já comecei a escre... – Não o deixo prosseguir e ataco seus lábios convidativos com um beijo voraz. – Que tal visitarmos o local, onde será nosso casamento? – sugere e rapidamente combino com o locatário.

✗✗✗

Faltava apenas uma semana para o natal. Annie queria me encontrar para contar algumas novidades e eu me encaminhava para seu escritório. Ainda eram 7h25. Fiquei de me encontrar com Peeta na confeitaria às 8h, para provarmos o bolo do nosso casamento.

— Ruiva, o que tinha de tão importante que não podia me contar pelo telefone? – Ela sorri e indica uma cadeira e me sento.

— Prima, quando será a segunda prova do vestido? – Madge adentra a sala principal e me estende uma xícara de café.

— Ainda nessa semana terei uma prova, pois Peeta e eu vamos para o Kansas.

— Vocês passarão o natal com os pais dele. Tinha me esquecido desse detalhe. – Ela dá um tapinha em sua testa.

— Posso contar as novidades? – Annie questiona, e volto minha atenção a ela.

— Estou curiosa, diga.

— Tresh Okeniyi, é inocente. Agora tenho provas suficientes.

— Como assim?

— Ontem a noite um cara chamado, Clyde Mardon, se entregou pra polícia na via I-84 chegando em Massachusetts.

— Mas que ligação tem com...?

— Ele confessou cada assassinato que cometeu, durante os últimos quinze anos. Nunca havia sido pego pela polícia, acredita?

— E por que ele se entregaria?

— Ele cansou de cometer os crimes e não ser pego. Fama, Katniss. Mardon obviamente queria, seus quinze minutos de fama como um dos serial killers mais perigosos. – Annie parecia bem animada com as descobertas.

— Você ficou sabendo cedo.

— Um policial que sabia que eu estava no caso me ligou. A promotoria está alarmada e um julgamento foi convocado para esta tarde. Pensei que você e o Peeta quisessem ir.

— Ele ficou bem envolvido neste caso. Estamos de folga. Vou falar com ele.

— Ótimo. Nos encontramos mais tarde, então. Tenho que preparar tudo até a hora da audiência.

Saio dali assim que me despeço das duas e pego um taxi, indo me encontrar com Peeta.

— Hmm... gostei desse. – Peeta degusta um pequeno pedaço do bolo que lhe ofereço na boca.

— Esse é de ameixa com nozes – explica o confeiteiro.

— O que acha, amor? – pergunta Peeta ainda lambendo os lábios.

— Percebi que esse foi o que você mais gostou – admito, levando mais uma garfada até sua boca.

— Você é perfeita, sabia? – Ele aproxima o rosto e me dá um selinho, acabo passando minha língua entre meus lábios, notando o sabor do bolo.

— Nem tão perfeita como você, senhor perfeição. – Sorrio enquanto ele revira os olhos.

— Não tenho sido nenhum senhor perfeição com você. Poderia estar me chamando de idiota lunático.

— Você me pediu desculpas e já te perdoei, lembra? Que noiva eu seria, se ficasse batendo na mesma tecla? – Ele torna a me beijar, mas dessa vez aprofunda o beijo. O confeiteiro pigarreia e percebo que desviamos nosso foco. – Escolhemos este aqui – declaro.

— E vai querer naquele modelo mesmo? – Seguimos o confeiteiro até o pequeno escritório para finalizarmos os detalhes.

Na hora do almoço, Peeta e eu conversamos sobre o que mais temos que providenciar. Acabo me lembrando da audiência e me adianto em contar as novidades que Annie me disse.

— Isso é sério, amor? – Peeta tem a voz emocionada.

— Sim, ela disse que deixará algumas novidades para contar no tribunal.

— Nossa, essa é uma boa notícia.

— Posso te perguntar algo?

— Claro que pode.

— Por que se afeiçoou tanto por esse rapaz?

— Na época do meu curso me deparei com um caso. Um homem de etnia negra. Camponês, alto e bem forte, foi condenado a pena de morte por ter sido encontrado com duas menininhas estupradas e mortas em seus braços aos arredores de uma fazenda, na divisa com o Canadá. Aquele caso me corroeu na época e quis saber mais, então comecei a procurar cada ligação. – Peeta suspira e noto sua mudança emocional. – As meninas foram violentadas e mortas por um capataz chamado Sanches, que trabalhava na tal fazenda e Kit, o homem que foi condenado a pena de morte, escutou os gritos e quando chegou ao local, o ordinário tinha fugido. Em desespero ele se ajoelhou e colheu as duas garotinhas para si, num ato como se quisesse operar algum tipo de milagre. E naquele momento, o xerife chegou o prendendo em seguida.

— Kit não conseguiu provar sua inocência e acabou pagando, por um crime que não cometeu – suponho e Peeta confirma.

— Câmera de gás. Alguns meses depois o desgraçado do Sanches cometeu o mesmo crime numa fazenda vizinha, mas foi pego e acabou confessando sobre os crimes anteriores. Ele também acabou sendo sentenciado a pena de morte. – Peeta finaliza com um outro suspiro. – Dessa época para cá, sempre fui cabreiro quanto a esse tipo de caso.

— Era por isso que estava inquieto e tendo pesadelos nos últimos meses? – ele assente com a cabeça. - Você é meu herói, amor. – Cubro minha mão por cima da sua e ele esboça um sorriso enviesado.

— Eu tento desvendar a verdade, apenas isso – ele desabafa.

Terminamos de comer a sobremesa e saímos dali indo em direção ao tribunal. Mostramos nossos distintivos ao guarda na entrada da sala jurídica e ele nos dá passagem. Meu noivo e eu nos acomodamos e à frente vejo Annie conversar com minha prima, talvez discutindo sobre o caso.

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Os policiais entram com Tresh e a sessão inicia.

— Sr. Okeniyi, sua namorada, a Srta. Jacqueline Foxface sempre usava este medalhão? – Annie estende, o que me parece ser, uma imagem do objeto, enquanto interroga Tresh, que se encontra sentado atrás na tribuna.

— Sim, esse medalhão foi uma lembrança que minha mãe deixou para mim, antes de falecer. Dei de presente pra Jac em seu aniversário, há três anos.

— Meritíssimo, Clyde Mardon se entregou e confessou cada crime hediondo que cometeu. A polícia encontrou a corrente com o medalhão no carro dele. E ainda assim, meu cliente está sendo acusado de um crime, pelo qual não cometeu.

O pessoal da promotoria pede um intervalo. E o juiz decreta quinze minutos.

— Nem sempre o sistema é justo – comenta Peeta, ao meu lado.

— Com a confissão de Mardon, Annie já ganhou essa.

Comentamos alguns assuntos a mais e logo reinicia a audiência.

— Sra. Odair, dadas as atuais provas e confissões. Não há porquê este tribunal insistir que seu cliente seja condenado. Dito isto, nós oferecemos nossas condolências, Sr. Okeniyi. E retiro todas as acusações dirigidas ao senhor. – O juiz bate o martelo e Peeta se vira para mim com os olhos marejados. O abraço sentindo seu calor me acolher. Olho para frente e vejo Annie sorrir para Tresh e o abraçar em seguida.

Saímos do tribunal e esperamos Annie e minha prima. As duas conversam entre si e logo as convidamos para um café.

✗✗✗

A semana passa rápido e quando percebo, Peeta, eu e o casal Odair rumamos em direção ao Kansas, para a casa dos pais de Peeta.

— Está ansiosa, é? – questiona Peeta, ao perceber que não paro de estralar os dedos.

— É tão óbvio assim? – Acabamos por rir.

Annie e Finnick estão no banco de trás do carro dormindo.

Adentramos a estreita estrada que leva a fazenda dos Mellark. Paul e Martha já me contaram inúmeras histórias sobre a infância do meu noivo. E confessaram que na fase da adolescência, ele deu um pouquinho de trabalho, pois praticava motocross nos festivais que tinha tanto em Winfield, quanto nas cidades vizinhas. Em nossa última visita à fazenda, Peeta me levou no celeiro e me mostrou sua antiga moto, que estava coberta por uma lona. Ele perguntou se eu queria dar uma voltinha, e quando neguei com a cabeça riu dizendo que ela não funcionava mais, mas que a mantinha ali para caso um dia querer concertá-la.

— Martha, eles chegaram! – exclama Paul, meu sogro que carrega algumas lenhas em um carrinho de mão. Ele está de pé frente a varanda da casa.

Peeta estaciona o carro frente a faixada da casa antiga de madeira. E o casal no banco de trás acorda. O Mellark desce do carro e abraça o pai com carinho e carrega as lenhas para dentro.

— Paul... – Vou em sua direção e o abraço. Ele espalma suas mãos em minhas costas e acaricia. – Que saudades.

— Pois é, faz um tempão que vocês não vêm pra cá.

— Muita correria.

— Não sei como você e meu filho, aguentam aquela agitação de Nova York – comenta, ao me segurar pelos ombros.

— Acho que acostumamos, mas confesso que nós dois precisávamos de um lugar assim para nos acalmar.

— Paul, quanto tempo! – Finnick também o cumprimenta e assim tiramos nossa bagagem e os presentes do carro.

Ao adentrar a cozinha, noto Martha enxugar as mãos em um avental e logo vir ao meu encontro.

— Ah, querida, você chegou. – Nos apertamos em um acalorado abraço e beijo suas bochechas quentinhas.

— Já estava com saudades – confesso, e ela acaricia meu rosto.

— Eu queria ir lá fora receber vocês, mas Peeta não deixou, dizendo que eu pegaria um resfriado ou coisa pior.

— Ele tende a ser protetor assim mesmo – admito, e ele vem por trás da mãe e a abraça.

— Tenho muitos planos pra senhora e o papai – conta, beijando as bochechas rosadas dela.

— É mesmo? E quais planos seriam? – pergunta curiosa.

— Quero que vivam tempo suficiente para ver, Katniss e eu, providenciarmos netinhos pra vocês mimarem. – Sinto minhas bochechas pegarem fogo com esta constatação.

— Vou adorar ver cabelos loiros e castanhos correrem pela casa e pela fazenda, meu filho. – O sorriso no rosto de Martha só enaltece ainda mais o semblante feliz do filho. – Que tal vocês subirem pra se instalarem e depois descerem para o jantar? – ela sugere, e fazemos isso.

— Sei que já disse isso inúmeras vezes, mas seus pais são incríveis – digo, depositando minha nécessaire em cima da penteadeira. Sinto duas mãos firmes apertarem meus quadris. Peeta me vira de frente pra ele e fica um tempo percorrendo seus olhos por meu rosto. – Deixei Peeta Mellark sem palavras? – avalio ele, entortando os lábios em um sorriso carismático que me deixa mais encantada.

— Eu amo você – declara, tomando meu rosto para me beijar profundamente.

Descemos para jantar e ao passar pela sala da lareira, noto que a árvore de natal está sem os enfeites.

— As caixas estão embaixo da escada, aguardando todos nós montarmos a árvore. Achei que seria bom fazermos isso juntos. – Martha observa o quão, concentrada eu estava no pinheiro.

— Prim e eu, sempre ajudávamos ao papai a colocar os enfeites e luzinhas – comento, e ela acaricia meu rosto.

— É tão bom, quando vocês vêm nos visitar – ela admite, ao me abraçar.

— Adoro vir pra cá, Martha. Principalmente no verão.

Após o jantar, que estava como sempre maravilhoso, subimos para nossos respectivos quartos. Meu noivo e eu tomamos um rápido banho. Aproveitamos o calor da paixão que se instala, após inúmeros beijos calorosos, e trocas de carícias, aqui e ali, nos amamos intensamente. E devo admitir, nunca me canso de Peeta Mellark. Podemos fazer isso inúmeras vezes e sempre ele consegue me surpreender.

No outro dia, montamos a árvore e tiramos uma self bem anima frente a ela.

— Essa vai para o Twitter – brinca Finnick, mexendo no seu celular. – Opa, o Hawthorne já curtiu e ainda acaba de tuitar uma self deles, em Middletown.

— Ah, deixa eu ver. – Me aproximo do Odair olhando para a tela de seu celular, e vejo todos na casa da tia Maya, inclusive meu pai, Effie e Prim. – Que delícia.

— Nós também teremos um natal extraordinário. – Annie bate as mãos uma na outra, bem animada.

Nós mulheres passamos o dia na cozinha preparando a ceia, enquanto os homens vão atrás de lenha, dentre outros detalhezinhos.

— Neve... – falo, notando através da vidraça da cozinha, os flocos caindo gradativamente.

Nosso jantar de natal não poderia ser mais perfeito. Paul pede para Peeta fizer as honras e cortar o pernil.

— Annie, sua salada está uma delícia. – Martha saboreia.

— Obrigada, Sra. Mellark.

Assim que terminamos de jantar, vamos para a sala. Martha diz que nos servirá, a famosa gemada da vovó Nancy. Fazemos as trocas de presente e, Peeta e eu ganhamos, um suéter feito pela sua mãe. Os dois são idênticos, a não ser pelo tamanho que, logicamente o dele é maior que o meu. Paul dá para meu noivo, um relógio, que tinha sido de seu pai. O loiro se emociona ao se lembrar do avô. Dou a minha sogra, uma correntinha fina de ouro com apenas a letra M, em forma cursiva.

— Daqui um tempo, vou te presentear com os pingentes de menina ou de menino. – Dou uma piscada e ela abre um enorme sorriso ao me abraçar. E assim, passamos nosso natal em família.

Já no quarto Peeta me estende uma caixinha.

— Seu presente de natal.

— Outro? – Ele já me presenteou com um lindo vestido preto que, segundo ele é uma peça coringa. Modéstia à parte, o vestido tem um corte lindo e sei que ficará perfeito em meu corpo.

— Esse tem um significado maior. Eu e seu pai coordenamos – ele diz, me incentivando a abrir a pequena caixa e faço isso. Vejo um colar fino e como pingente, uma aliança. O encaro e ele nota minha pergunta silenciosa. – Seu pai disse que essa era a aliança de casamento que sua mãe usava. Ele quis que este presente fosse dele e meu, pra você, meu amor.

Sinto meus olhos pinicarem e uma trilha de lágrima desliza sobre meu rosto.

— É lindo... eu adorei, amor. – Peeta acaricia meu rosto secando as lágrimas.

— Quero que nosso amor seja como os dos nossos pais, Katniss.

— Tenho certeza de que seremos muito felizes.

Dá pra imaginar como encerramos nossa noite. Peeta é o homem perfeito pra mim.