Tagarela!

Talague... O que?


Angie não parava de falar. Ela apenas não se calava. E tagarelava, tagarelava, tagarelava, talague…rava? Bem, ela não parava.

Carla poderia estar ou não de saco cheio. Quem saberia? Carla era sempre tão rude e mal humorada com as demais.

As outras garotas do dormitório queriam dormir. A maioria já tinha decidido cobrir a cabeça com o travesseiro e ignorar a pequena faladeira. Apenas Carla continuava lá, expressão fechada, ouvindo.

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Todas as pequenas coisas empolgantes do dia estavam sendo detalhadas com entusiasmo. Interromper aquela animação pura seria maldade demais até para Carla. Mas ela precisava dormir, afinal.

Quem sabe houvesse o que fazer para que Angie parasse de falar, sem partir seu coração?

Carla resolveu testar uma teoria antiga sua. Delicadamente, ou tão delicadamente quanto Carla-a-Rude podia fazer, ela roubou um beijo.

Angie ferveu em vergonha, finalmente se calou e foi para sua cama como se já não tivesse voz.

E Carla… Sua teoria não estava totalmente certa. Mesmo que agora reinasse o silêncio, ela não conseguiu dormir um segundo sequer aquela noite, pensando coisas demais, com os dedos sobre os lábios.

No dia seguinte Angie parecia um filme mudo. Todos se preocuparam, mas ficaram aliviados. Exceto Carla. Ela de repente não sabia o que fazer sem a voz da pequena faladeira em sua vida e a possibilidade de nunca mais ter a tagarelice voltada para ela a assustava. Até mesmo a menina mais rude tinha medo de algo, no fim.

Por isso, seguindo a lógica de que o som volta ao normal se você apertar a tecla “mute” mais uma vez, Carla roubou mais um beijo.

E dessa vez Angie explodiu em perguntas. Ela não estava irritada, só envergonhada (e meio desesperada, talvez). Carla foi toda alívio por isso. E deixou que sua mão embalasse a da pequena faladeira, os dedos brincando de se encaixar um no outro, e se permitiu apreciar a voz aguda e imparável da sua futura namorada.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.