Casa, Berlim – 06h16, quarta-feira.

Ele se aproximou de mim, olhou fundo em meus olhos, eu olhei nos dele, ambos sorrimos, ele passou a mão no meu rosto, seu toque era delicado como as nuvens, a mão deslizou até minha nuca, com delicadeza e lentidão, foi de aproximando do meu rosto, seus lábios estavam a milímetros de se encontrarem com os meus, fechei os olhos e...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Que porcaria de barulho é esse?

Respirei fundo, abri os olhos lentamente, virei a cabeça para o lado e vi aquele aparelho vibrando e ecoando um som estridente por todo meu quarto, o despeitador havia destruído meu sonho maravilhoso. Olhei ao redor, estava de manhã cedo – deduzi isso por conta da iluminação - , meus olhos se fecharam novamente, esfreguei e massageei meu rosto, na intenção de acorda-lo também. Abri os olhos novamente, tirei a coberta de cima do meu corpo e a joguei para o lado, me sentei na cama e olhei para o relógio, levantei-me lentamente e andei até o espelho, fiquei me encarando por alguns segundos, até que minha irmã apareceu no quarto.

- Hoje não tem aqueles jogos? – ela indagou sonolenta.

- Acho que sim, só vai quem participa. – falei andando em direção ao meu roupeiro.

- Ou seja, eu fico em casa hoje – ela começou a dançar e se animar.

- Não vai nem pra me apoiar no handebol? – fiz carinha de cachorro triste para ver se ela me apoiava pelo menos dessa vez.

- Afffferson... – ela bufou – Eu não sou obrigada a ir.

- É sim, filha – minha mãe gritou do seu quarto – Nós vamos apoiar a sua irmã.

- Haha, se ferrou! – ri da cara dela, que levantou o braço e lançou um “vai te catar” baixinho antes de ir para o seu quarto se arrumar.