Prólogo

É uma verdade universalmente conhecida que na época em que Reis e Rainhas ainda comandavam o mundo, e países viviam em guerra constantemente, um dos melhores meios que concretizar uma aliança era casando duas crianças das famílias importantes das nações que se tornariam aliadas.

Esse era o caso da França e Escócia. Henry e Dominic, os atuais reis desses dois países tinham acabado de fechar um acordo na corte francesa, e agora discutiam a possibilidade de um casamento entre seus filhos. Por conveniência, sorte ou azar do destino, Henry tinha um filho da mesma idade que a filha de Dominic.

— Não podemos concretizar essa aliança agora. - começou Henry, que estava parado ao lado de sua mulher, Elizabeth. - Mas, nossos filhos irão crescer.

— Sim, de fato. - Dominic arriscou uma olhada rápida para a pequena Sophie que brincava do outro lado do salão. - Seria um casamento muito vantajoso.

— Para os dois lados. Você pode deixar a menina sobre os meus cuidados, ou levá-la de volta para casa, e quando a idade chegar ou a bandeira vermelha como minha rainha costuma dizer, ela retorna.

— Eu acho que gostaria de acompanhar o crescimento de minha filha. - respondeu Dominic. Ele não tinha a intenção de se separar da menina tão cedo, e sabia que Grace não concordaria com isso.

— Pois bem, leve-a de volta, e quando a idade chegar...

— Nos encontramos novamente para o casamento.

— Sim. - Henry sorriu, não pelo futuro casamento de seu filho, mas pela forte aliança que ele acabava de formar com a Escócia. - Mal posso esperar.

— Receio dizer que eu gostaria que demorasse mais um pouco, como eu disse, gostaria de ver a minha menina crescer.

— E verá, Dominic, e verá. Eu só peço que me diga uma idade certa.

— 18 anos, eu acho muito agradável. Ela terá o seu tempo com os pais, e para aprender a ser uma lady respeitável, prendada.

— Combinado. - Herny estendeu a mão. - Aos 18 anos, casamos nossos filhos. Até lá, e partir de lá, somos países amigos, nações aliadas.

Dominic apertou a mão, um pouco receoso, sabendo o preço real que aquele simples gesto realmente tinha. - Combinado.

Enquanto os pais fechavam um acordo que decidiria seus futuros, os pequenos Charles e Sophie brincavam no salão principal da corte francesa, correndo atrás do irmão bastardo do menino, Thomas.

Nenhum dos dois poderia imaginar que a conversa que os pais estavam tendo na sala ao lado, decidiria seus futuros. Eles nunca imaginariam que estavam destinados a serem marido e mulher. Assim como Thomas não poderia imaginar que um dia se apaixonaria pela garota do irmão, e essa paixão colocaria não apenas sua amizade com ele em risco, mas sim, o futuro de toda a Escócia e França.