Declínio

Minhas emoções vagam perdidas por aí, supérfluas demais para eu sequer lembrar. Constantemente vitimado por inúmeros pensamentos nocivos, porventura deixei que meu algoz tomasse espaço nessa confusão.

Tornei-me um imoral nesse mundo.

Arrependido, moribundo, desaparecido. Larguei minha própria existência, abandonei aquilo que acreditava e me vi solitário.

Estou assustado. Sem uma rota de fuga ou um aconchegante esconderijo. Sinto-me contra a parede, com o cano de um revólver na testa, uma piada jocosa de meu atual infortúnio.

Quem sabe eu só era mais um ignorante, mas fui egoísta e deixei que as preocupações alheias me tomassem, embebido em um sentimento angustiante.

Estava apenas preso nas palavras que os outros transformam em prisões para mim. E, tolo como sou, permiti ser envolto por aquelas perversas chamas que tanto repudiava.