Sentenced to love

Noite de lua cheia


Point Of View Regina

Fui puxada para um canto escuro do estacionamento da boate, confesso que não bebi muito, mas não sei explicar, estou tonta, com a boca seca e sem muita noção de espaço. Alguém continuava me puxando e, quando percebi, fui levada para um lugar que cheirava a comida estragada e bebida, mas na hora o que menos me importava era o odor que o local exalava.

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— Onde estou? – sussurrava.

— Calma aí gatinha, isso já acaba! – escutei alguém falando com certa malícia na voz e me virei para ver quem era.

— Eu não te conheço! Como cheguei aqui!? – falei, começando a expressar meu desespero.

Lágrimas desesperadas molhavam meu rosto e todas as tentativas de fuga foram em vão, nunca pensei que minha primeira vez seria com um desconhecido e num lugar como esse. Afinal, onde estou? Olho ao meu redor e vejo lixeiras, um poste com a luz falhando, uma grade que não sei para onde leva e homem que baixava as calças de forma sedenta, conclusão: mais desespero! Nesse momento, me dei conta que seria estuprada e não há nada que poderia fazer ou existe?

— Socorro! Socorro! Socorro! – gritava sem parar.

— Pode gritar gatinha, de um lado você tem um prédio falido e do outro uma boate com música em um volume ensurdecedor... Alguém vai te ouvir? – ele falava me caçoando.

— Fogo! Fogo! Fogo! – continuava em meio ao choro incessante.

— Calma senhora! Os bombeiros já estão chegando! – falava o homem tentando me acalmar!

— Eles estão lá dentro! – eu gritava em desespero – alguém ajuda!

— Calma! – senti alguém me abraçar após um sussurro.

— Ah Whale! Garoto mal, garoto muito mal. – falou um homem se aproximando, não sei quem era, mas o tal desconhecido que me agarrava parecia ter medo dele.

— Graham, sai daqui cara! Eu tô aqui quieto na minha e a garota tá gostando! – disse o tal Whale, tentando se explicar.

— Você pediu droga, mas não disse que era pra garotinha aí! – disse se aproximando do ex-desconhecido.

De repente, percebi que minhas lágrimas sessaram, o novo desconhecido se aproxima do Whale e eles brigam; naquele momento eu não entendi, eles brigam por mim, pela droga ou para me salvar? Até que vejo o Whale desmaiado na minha frente...

— Acho que fiz mais força do que devia – diz o homem rindo e tirando os dedos do local que deveria existir o pulso – essa é a hora que você me agradece! – fala se aproximando e me fazendo gritar ainda mais forte do que antes.

Gritei completamente assustada e de repente... Um tiro, sangue!

Jessie J - Bang bang ft. Ariana Grande e Nicki Minaj

“Bang bang into the room (I know you want it)

Bang bang all over you (I'll let you have it)

Wait a minute let me take you there (ah)

Wait a minute tell you (ah)”

— Preciso mudar a música desse despertador – falo sonolenta após mais um pesadelo.

O sol brilhava iluminando todo o meu quarto, esfrego os olhos e vou me espreguiçando numa forma de arrumar coragem para me levantar, até que ouço batidas na porta.

— Regina!! Eu não vou te chamar novamente, quero deixar isso bem claro – grita Mary do outro lado da porta.

— Mary, eu já vou! – respondo, também gritando.

— Já vou!? Do jeito que te conheço você deve está se levantando agora! Como já está vindo!? – escuto a voz da Mary mais distante, possivelmente saiu reclamando, me roubando risos.

Sem ânimo nenhum, me levantei e fui até o banheiro. Tomei um banho rápido e vesti meu terninho, já pré-selecionado na noite anterior. Me olho no espelho, para dar a última checada no visual, encaro minha imagem.

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— Você agora é Regina Valentina Mills, é uma quase advogada e quase bem sucedida – falo encolhendo os ombros – e não precisa ter medo do que aconteceu a 5 anos atrás. – dizia para minha imagem no espelho, tentando me animar.

Pouso a mão sobre a maçaneta da porta e volto para o espelho para completar o discurso motivacional, na esperança de sair daquele quarto.

— Regina, pelo amor de Deus, saia desse quarto e deixe de frescura! Você já está com 24 anos, é poderosa, independente – dizia me animando e balançando os cabelos – isso aí garota, mais um dia!

Respiro fundo e saio do quarto murmurando palavras motivacionais, sempre tinha pesadelos em tempos de grande estresse.

— Eu já estou indo Mary, disse ela tentando me convencer que já havia saído da cama – Mary falou, numa tentativa tola de me irritar.

— Está dando mais um dos seus chiliques diurnos, Srta Blanchard? – perguntei rindo.

— Pronta para nossa prova hoje? Você lembrou que amanhã temos um seminário, certo? Ah, Gina, pra quando ficou o seu julgamento teste? – Mary soltou o bombardeio

— Mary, você pode me lembrar porque nós dividimos apartamento? – falo levando as mãos ao rosto.

— Porque você me ama, porque eu sou sua primeira amiga aqui em Seattle, porque te ajudo a estudar e aturo seu mau humor diário...

— MEU MAU HUMOR DIÁRIO?? MEU?? – falo em meio a risos, dando ênfase em cada palavra.

— De tudo o que falei você só filtrou isso!? – Mary falou indignada.

— Sem mais açúcar pra você, está muito imperativa – digo tirando o Donut da mão da Mary e pegando minha pasta no sofá – vamos Blanchard, você namora com o poderoso chefão, mas eu não!

— Primeiro – fala a Mary sem jeito – ele não é meu namorado. Segundo – completa levantando e andando até a porta, onde eu estava – quando estamos juntos ele não é o poderoso chefão, é só meu David.

— MEU David!? Uuuh, já está estabelecendo posse para alguém que não é nem seu namorado? – falo caçoando e fechando a porta.

Seguimos até a firma de advocacia Nolan Glass, onde trabalhávamos, em meio a risos e piadas; adorava caçoar da Mary, era minha atividade favorita do dia, esse sim era o motivo para dividirmos o apartamento.

— Bom pessoal, teremos um grande cliente essa semana! Quero todos os associados jr envolvidos nisso com os associados sênior e diretoria, ok!!? – falava o Sr. Nolan em uma animação entediante.

— Ouviu Blanchard? Associados jr. envolvidos com os chefões! Aproveita! – termino jogando uma piscada e saindo de perto, antes mesmo de ouvir a resposta.