Sou um pedaço de arame farpado

Retorcido e afiado

Machucado

Pelas palavras não ditas

E pelas explícitas

A cada dia que se passa

Sobre a máscara de uma verdadeira mentira

Sou mais uma vez retorcida

Ferida.

Não gosto em nada

De me esconder da concretude

Mas não há saída para isso sem abdicar da paz

Paz?

Nem paz isso é ao certo

Porque a calmaria desse mar já se tornou algo incerto.

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Sou arame farpado

Quando tenho que viver aquilo que já é passado

E ser aquilo que fui criada para jamais me tornar

Quando meus atos são teatro

Com minha alma dando vida aos fantoches.

Sempre fui eu

Ainda sou eu

É minha vida que escorre pelo meu sorriso

E vaza pelo meus olhos em detritos.

Me dói mentir

Mas me dói ainda mais

Saber que preciso me abster de ser

Para não perder o que tenho de mais precioso.

Vocês dizem "Falem de tudo conosco"

Mas é só pintar fora da linha

Que sentimos seu desgosto.

Então perdão se não somos como queriam

Porém somos humanos

Erramos, caímos, falhamos

Somo indivíduos

Cidadãos desse mundo gigante.

Podemos escolher

Então eu imploro

Nos deixem escolher

Mesmo que seja contra todas as suas expectativas.

Pois

Não nos perguntaram o que queríamos

Não nos perguntaram o que achávamos

Não nos deram escolha de pensar diferente.

E agora que pensamos

Que agimos

Que queremos ser mais do que aquilo que nos foi ensinado

A decepção em suas faces se torna algo estampado.

Desculpa se não somos assim tão perfeitos

Não pedimos para sermos diferentes dos seus moldes

Eu tentei

E isso me custou

Agora

Retroceder

Esta me custando ainda mais.

¡A.B!