Os escolhidos

Beijos


POV Hiccup

Tínhamos combinado de dormir na casa de Elsa e de só amanhã ir para Clear por isso estávamos jantando todos juntos.

— alguém já pensou em como iremos para Clear? - Rapunzel perguntou de repente.
— Ainda tenho um dos globos de neve que Fada me deu. - Respondi e pequei minha mochila para mostrar.
Abri a mochila e apanhei uma pequena sacola que tinha dentro um globo. Ao pegar no globo fiquei com a mão cheia de um pó lilás e verde que era parte da magia de Fada por isso esfreguei as mãos para me livrar.

— O que é isso? - Elsa perguntou ficando pálida de repente.

— É da fada, ela estava sempre jogando esse pó por todo lado. - Respondo me lembrando dos dias em que Fada parecia ser legal.

Elsa se levantou de repente da mesa derrubado sua cadeira no ato.

— O que foi? - Jack levantou-se também , preocupado.

— Eu já vi esse pó antes. Quando fomos parar misteriosamente naquela floresta na nossa primeira viagem com o globo e aqueles monstros surgiram, quando eles explodiram esse pó saltou para todo lado. - Elsa explica e então finalmente me lembro.

— Ela também está sendo controlada. - Jack constata o óbvio. - O homem da lua está correndo perigo dentro do próprio castelo. Temos que ir avisa-lo.

Então sem nenhum aviso quebro o globo e somos todos sugados pelo portal e sinto o costumeiro rodar e a vontade de vomitar me atingir.
Quando tudo para estamos caídos no Jardim do Castelo, onde costumávamos treinar e logo todos nos levantamos e corremos.
Enquanto passamos pelos corredores não consigo deixar de perceber como tudo está estranho, quieto e sombrio demais.

— O que fazem aqui? - Nos deparamos com Bunny saindo de um dos quartos com expressão cansada. Ele parecia ter envelhecido uns dez anos.

— Uma coisa muito ruim vai acontecer, o Homem da lua corre perigo e...- Merida começa mas Bunny não o deixa terminar.

— Chegaram tarde... Breu esteve aqui e a Fada também. - Ele diz e todos ficamos chocados.
Tínhamos falhado?

— Onde está o Homem da lua? - Pergunto preocupado.

— Adormecido. Eles lutaram e para impedir que Breu o controlasse Homem da lua fez alguma magia e simplesmente apagou e agora não acorda, nem parece mesmo estar vivo. - Ele diz parecendo estar tenso. - Agora estamos recebendo notícias de que Breu e seu escolhido estão preparando um exército para invadir a terra e dominar Clear.

— Então temos que impedi-lo. - Elsa diz segura e todos concordamos.

— Não podemos. Não somos fortes o suficientes para derrotar Breu, não sem o Homem da lua por isso estamos concentrando nossas forças em acorda-lo. - Bunny explica.

— Então não vão fazer nada enquanto Breu se prepara para nos destruir? - Pergunto chocado.

— Já disse que estamos tentando acordar o Homem da lua, ele é o único que pode derrotar Breu de uma vez por todas e... e trazer Fada de volta. - Ele diz meio irritado.

— Onde está Norte? - Merida pergunta também irritada. Bunny aponta para o quarto em que ele tinha acabado de sair e entramos todos juntos prontos para convencer Norte a fazer alguma coisa.
Quando entramos Norte está sentado numa cadeira próxima a cama onde Homem da lua está deitado imóvel com olheiras negras enormes e ar sombrio.
— Não podemos ficar sentados esperando que ele acorde, precisamos lutar. - Digo para tentar chamar a atenção de Norte para nós.

— Vocês não vão lutar, Homem da lua me pediu algum tempo antes de isso acontecer para que eu vos proteja e impeça que se machuquem, ele não quer mais que entrem nessa guerra ela não é vossa. - Norte diz nos olhando com os olhos marejados, todos sabíamos que eles eram grandes amigos.

— Essa guerra é de todos nós. Breu nos ameaçou a todos e é nosso dever lutar, com ou sem vocês. - Rapunzel responde por todos nós.
Saímos da sala antes que pudessem responder qualquer coisa.

— O que vamos fazer? Não conhecemos Clear direito. Onde vamos procurar Breu e além do mais e se ele for para terra e deixar seu escolhido aqui? Nós nem sabemos quem ele é. - Merida pergunta e todos paramos para pensar sobre um jeito.

Ouvimos um tilintar de sinos e nos viramos para a direção encontrando Sandman muito chateado e fazendo imagens irreconhecíveis com sua areia mágica. Logo após conseguir nossa atenção ele sai andando em direção de um corredor.

— Ele vai nos ajudar, vamos. - Rapunzel diz animada e todos seguimos Sand pelo longo corredor.

Sand só pára quando chegamos a uma biblioteca e ele apanha um livro enorme e abre numa página específica e nos mostra.

Na imagem Vemos uma sombra negra que possivelmente é breu em lugar que se assemelha a uma caverna sentado em um trono e levantando as mãos para um exército de areia negra que está a sua volta.

— Ele vai fazer um exército para atacar. - Constato horrorizado. - Quando ele estará pronto?

Sand aponta para uma lua cheia que está na imagem e entendemos muito bem, a próxima lua cheia seria amanhã.

— Primeiro ele passará por todos as cidades de Clear e fará seu exército destruir as casas e possuir todos os moradores que ele achar e depois irá para terra onde encontrará seu escolhido fazendo o mesmo. - uma voz em direção da porta diz e nos viramos para ver Norte com um olhar sério. - Me desculpem por aquilo, vocês tem razão.

— Ainda bem que voltou a trás, fazer tudo escondido de vocês seria muito mais difícil além de que com Sandman sem falar nada a historia ficará difícil. - Merida diz sorrindo.

— Mas o que ainda não descobrimos é como vamos achar essa tal de caverna. - Digo ainda preocupado.

— Homem da lua disse uma vez que a luz sente a escuridão de longe. - Norte diz e todos olhamos para Punzie.

— Como? - É tudo que ela responde.
Todos sorrimos diante da confiança dela, mesmo sabendo dos riscos. Estava muito em jogo e todos tínhamos de ser fortes.

Sandman passa pela frente respira fundo e Punzie repete a ação. Depois ele ponta para a cabeça e faz um não e logo depois aponta para o coração e assente.

— O teu coração é teu guia. - Aparece escrito em cima da cabeça de Sand.

Então o incrível acontece, Punzie fecha os olhos e começa a brilhar.
Ela começa a caminhar até a janela e olha em volta até que pára na direção de uma montanha que fica logo a trás da floresta e da pequena cidade onde tínhamos ido.

— Meu Deus, a aquela cidade será a primeira vítima e logo depois nós. - Norte horrorizado.

— Ainda temos um dia até a lua cheia. Vamos tirar toda a população das duas cidades mais próximas. - Elsa diz decidida.

— Mas e a terra? A deixamos desprotegida vindo todos para cá, vamos ter de nos separar. - Digo pensativo.

— Não podem se separar, só venceram Breu juntos. - Bunny aparece na sala também.

— Não vamos abandonar a terra a mercê da sorte e torcer para que o escolhido não a destrua. - Jack diz.

— Ela não estará a mercê da sorte, nós estaremos lá. - Bunny responde. - Prometo que daremos a nossa vida para que nenhum humano morra, mas precisamos de vocês aqui. Agora entendendo bem que Homem da lua viu algo especial em vocês.

Assentimos e então fomos todos avisar as duas cidades sobre o acontecido.

Mal chegamos as pessoas logo entraram em pânico e algumas mais teimosa não queriam abandonar suas casas. Tudo se transformou numa grande confusão.

— Escutem! - Elsa gritou ficando em cima de uma fonte que fica no meio da Praça. - Uma guerra se aproxima, Acho que por essas alturas já sabem que Breu voltou e busca sua vingança contra Clear. Tem de sair da cidade agora se querem viver, será que os bens materiais valem mais do que a vida de suas famílias?

Todos pareceram pensar por um momento e logo concordaram com Elsa, meio envergonhados pela sua atitude.

— Façam duas filas indianas, idosos e crianças no meio, os mais fortes ficam no inicio e no final da fila. - Digo explicando nosso plano.

Apesar da lua cheia só ser daqui a horas tínhamos medo de estar errados e sofrer algum ataque naquele momento.

As duas cidades eram enormes e só conseguimos terminar de encaixa-los seguros quando já tinha amanhecido. Já estávamos mais perto da batalha.

Voltamos para o castelo e estávamos sentados sem fazer nada, Norte achava que devíamos descansar o máximo que pudéssemos.

— Vou ficar com o Homem da lua. - Punzie avisou após longos minutos em silêncio. - Toda vez que chego perto dele e brilho sinto como se ele pudesse me escutar... acho que estou ficando louca.

Mesmo depois de ela ter saído continuamos no mais completo silêncio.

O tic tac do relógio estava quase me enlouquecendo mas eu não podia fazer nada. Nunca achei que diria isso mas estava louco para que a hora da batalha chegasse logo.

— Vou na biblioteca ler qualquer coisa. - Elsa avisou de repente antes de sair da sala.

Exatos dez segundos depois Jack também se levantou e saiu, assim como eu suspeitava.

Eu e Meri nos olhamos e soltamos um sorrisinho cúmplice. Todos concordamos que Elsa e Jack sentem algo um pelo outro.

Depois de um tempo a situação tornou-se meio constrangedora. Apesar de já termos meio que resolvido a situação tudo ainda era estranho por dois motivos:
1- Nenhum de nós sabia mais como falar sem ser brigando.
2- ainda não tínhamos falado sobre o beijo.

— Então... - Dissemos ao mesmo tempo.

— Você primeiro. - Ela diz sem graça, algo que eu nunca esperava ver Meri.

— Aquele beijo... - Comecei sem saber mais o que dizer.

— O que é que tem? -Meri perguntou corando.

— Nós... quer dizer aquilo... é que o que... na verdade ah eu não sei. - Me atrapalho e no final não digo nada que preste. - Eu gostei e você?

Não acreditei em mim quando disse aquilo mas já era tarde demais, eu já tinha dito e ela já tinha ouvido.

Tossi me engasgado com minha próprias palavras e sinto meu rosto corar de forma vergonhosa.

— Você é fofo demais para o seu próprio bem Hic. - Meri murmurou se levantando e indo em direção a porta.

Antes que ela conseguisse alcançar a maçaneta a agarro e prendo levemente na porta.

— O que v-voce pensa que está fazendo seu idiota? - Ela perguntou nervosa e irritada.
Me preparei para um possível tapa.

— Você não respondeu minha pergunta... gostou do beijo? - Pergunto ansioso.

Eu queria que ela respondesse que sim. Queria que ela tivesse desejado aquele beijo tanto quanto eu e não parasse de pensar nele nem por um momento igual eu estava.

— É sério Hic é melhor você me soltar e a gente parar por aqui, nossa história já é complicada o bastante sem...isso. - Ela diz me olhando profundamente afinal era Meri, não importa o quão envergonhada ela estivesse nunca deixaria de encarar as pessoas nos olhos. Ela nunca fugiria de um desafio.

— Gostou ou não? - Insisti me aproximando ainda mais. Estávamos tão perto que eu nossas respirações se misturavam.

— Que se dane, eu tentei resistir. - Meri exclamou frustrada e simplesmente me beijou.

Ela me beijou. De um momento para outro estávamos nos beijando loucamente e com minhas mãos ora bagunçando seus cabelos hora agarrando sua cintura.

Eu estava me sentindo tão feliz tão realizado, queria isso a tanto tempo que nem me lembrava mais.

Estávamos tao concentrados um no outro que quando Elsa empurrou a porta para entrar caimos com tudo no chão.

— Meu Deus! Vocês estão bem? - Ela perguntou chocada. - Mas que pergunta idiota, é claro que estão bem. Na verdade parecem mais do que bem.

Elsa ri um bocadinho antes de pedir desculpas e sair da sala fechando a porta com ela.

— O que a gente está fazendo?! - Meri perguntou talvez para se mesma depois de levantar rapidamente de cima de mim.

— Nos beijando? - Pergunto confuso.

— Disso eu já sei gênio. Estou perguntando o que é tudo isso? Esses beijos...

— Por favor não diz que você acha que é um erro. - Peço nervoso cortando ela. - Porque eu não acho que seja um erro, muito pelo contrário.

— Eu não ia dizer isso Hic mas talvez realmente seja um erro. A gente acabou de virar amigo de novo, a uma semana a gente ainda se odiava.

— Eu nunca te odiei Meri. Tentei te odiar e esquecer tudo que a gente viveu mas nunca consegui porque... porque eu não sei quando nem como mas eu me apaixonei por você. Pelas nossas brigas, pelas memórias de infância, por ter ver irritada e vermelha e por ter ver sorrindo por qualquer coisa engraçada. Porque a cada vez que eu te via sentia meu coração doer de saudade de conversar de brincar de ouvir suas reclamações e percebi que não era só uma saudade de amigo... É algo amais, quero poder conversar com você de novo, te fazer rir, te consolar nos momentos tristes, te beijar e principalmente quero estar com você. - Despejo tudo de uma vez.

Espero que ela diga qualquer coisa mas Meri continua me olhando sem dizer nada.

Começo a mexer nervosamente no cabelo.

— Se continuar assim vai ficar careca Hic. - Ela avisa depois de longos segundos.

— Só isso? Depois de tudo que eu disse é só isso que você tem para me dizer? Olha Meri, se você não sentir o mesmo que eu... -

— SINTO! - Ela grita de repente me assustando. - Quer dizer, eu sinto só não sei falar bonito como você Hic. Sou mais da prática do que da teoria mas eu também sinto Hic, tentei mentir para mim mesma e dizer para o meu coração que eu te odiava mas a cada aproximação eu simplesmente me sentia fraquejar. Sentindo seu cheiro, ouvindo sua risada e sua voz.... - Meri parece não saber mais o que dizer e cora violentamente.

Ela tem razão, nunca foi alguém de expressar muito os sentimentos ela sempre foi mais de agir.

— Vou te poupar disso e vamos para a parte da prática. - Digo a agarrando pela cintura novamente e a beijando.

E nos beijamos de novo, e de novo, e de novo e de novo porque ter ela por perto fazia bem para o meu coração e eu não queria parar nunca mais.

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