Os escolhidos

Um intercâmbio?!


POV Hic
O início do dia tinha sido bem confuso, tínhamos ido para casa bem cedo para não dar mas vistas mas quando chegamos tudo estava um caos.
Todos nossos pais já sabiam do ocorrido na escola e o resultado foi o mesmo para todos: recebemos um mes tendo que limpar a cantina da escola ( em cima do castigo que eu e Meri já tínhamos) e ainda ficamos de castigo em casa.
Norte tinha se disfarçado de diretor de uma escola numa outra cidade e com a ajuda de um pouco de magia tinha convencido nosso diretor a nós deixar ir fazer intercâmbio durante algum tempo por isso nosso castigo teria de esperar.
Nesse momento eu estou jantando com meus pais já que amanhã eu teria de "viajar" para o intercâmbio que teria de ser feito as pressas.
Para enganar aos nossos pais e soar mais realistas nós iríamos até ao aeroporto e só depois usariamos um globo de neve para ir a Clear.
Na mesa tudo estava estranhamente calmo. Depois das nossas pequenas discussões meus pais estranhamente não estavam discutindo tanto.
— O torneiro está se aproximando não é ? - Minha mãe perguntou para mim mesmo já sabendo a resposta, aquela era a sua forma desesperada de tentar puxar assunto já que eu estava calado desde que tinha sentado para jantar.
— É - Foi tudo que respondi, senti pena ao ver o olhar triste de minha mãe mas não estava com muita cabeça para repetir essa situação novamente. Primeiro nós conversávamos bem, depois meus pais tinham outra recaída e no fim minha mãe fugia novamente.
Terminei meu jantar e me levantei com a intenção de ir dormir.
— Filho... Eu... talvez quando você voltar eu não esteja mais aqui. Ouve um problema no Haras da Espanha e terei de ir resolver mas prometo voltar para ver o seu torneio. - Minha mãe disse me olhando como se pedisse desculpas com os olhos.
— Tudo bem. - Minha resposta curta surpreende tanto meu pai quanto minha mãe.
— Você não está chateado?
— Não mãe, não estou zangado porque já me acostumei. Essa não vai ser a primeira nem a segunda vez que você foge. - Explico já subindo as escadas para meu quarto mas um pensamento me faz parar.
Eu iria para um lugar perigoso lutar contra alguém com poderes e talvez eu não voltasse com vida. O homem da lua disse que faria de tudo para nos proteger e que essa seria uma prioridade para ele mas eu sabia que a prioridade não era nossa segurança mas a derrota de Breu.
O mais importante era derrota-lo e salvar a todos além do mais imprevistos podiam acontecer e se por acaso eu morrer não quero que minha última conversa com meus pais seja um discussão nem palavras amargas.
— Eu estou bem de verdade mãe, sei que você tem responsabilidades com outras pessoas. Amo você... amo vocês dois apesar de tudo. - Digo antes de ir ao meu quarto.
Quando deito-me na cama o sono logo me encontra. Mas não foi uma noite calma ou agradável.
Fui atormentado por pesadelos a noite inteira, eu ouvia vozes, gritos e súplicas mas não conseguia ver nada porque a escuridão era total.
POV Rapunzel
Quando amanheceu eu me sentia péssima. Tinha tido uma péssima noite e isso estava refletido nas minhas olheiras.
Terminei de tomar café num silêncio sufocante, pela primeira vez eu e minha mãe tínhamos tido uma briga feia.
Ela não tinha concordado de eu fazer o intercâmbio mas eu insisti, ela acabou por deixar mas estava sem falar comigo e a culpa era minha.
Eu tinha me excedido e a chamado de egoísta por me trancar em casa e nunca me deixar fazer nada que eu realmente quisesse, nunca tinha visto minha mãe ficar tão magoada.
— Já está na hora de eu te levar para o aeroporto. - Ela avisa se levantando da mesa e eu faço o mesmo.
— Mãe eu...
— Não Rapunzel, não fala nada por favor. - Ela diz um pouco rude. Eu estava indo para um lugar onde poderia morrer e não ia me despedir direito da minha mãe porque eu a tinha magoado.
Saímos de casa em silêncio novamente e encontrei Flynn na porta esperando para se despedir.
— Vou ficar com saudades Loirinha. - Ele diz com as mãos nos bolsos e parecendo envergonhado. - Ainda bem que Elsa estará lá com você.
Minha mãe vai buscar o carro na garagem e nos deixa sozinhos.
Vivi minha vida inteira com medo e sendo cautelosa para não magoar ninguém e por causa disso acho que acabei por perder coisas muito boas da vida como amizades verdadeiras e duradouras e paixões e essas coisas.
Agora vendo Flynn parado com as mãos nos bolsos parecendo mais lindo do que nunca meu coração parece ter ganho vida, sinto vontade de finalmente aproveitar a vida ao máximo... quero abraça-lo, dizer a ele tudo que meu coração sente mesmo que eu não tenha tanta certeza e... quero beija-lo.
Poder ir para Clear sem arrependimentos.
Respiro fundo antes de tomar minha decisão.
Me aproximo de Flynn e encosto meus lábios nos dele, algo rápido mas que para mim tem muito significado.
— Me desculpe Flynn... mas e-eu senti vontade e-e achei que... - Tento arranjar uma desculpa para que o clima não fique estranho mas ele me cala com outro beijo.
Sento meu coração bater com mais velocidade e naquele momento enquanto suas mãos estavam na minha cintura e nosso lábios dançavam uma dança própria eu soube que estava apaixonada por Flynn.
Meu primeiro beijo de verdade não parecia estranho ou ruim como era para algumas pessoas, meu primeiro beijo era perfeito porque era com Flynn.
Nunca quis me aproximar de outras pessoas para que não as fizesse sofrer mas agora aquilo parecia irremediável.
Já tinha feito amigos de verdade e tinha me apaixonado por Flynn e pela primeira vez não quero me afastar.
Quero poder viver esse amor mesmo que seja apenas por algumas horas, para que mesmo que eu morra amanhã eu possa saber que fui feliz.
A buzina do carro de minha mãe faz com que Flynn me solte totalmente envergonhado.
— Preciso ir agora. - Explico antes de lhe dar mais um beijo e me afastar.
Entro no carro com um sorriso rasgando meus lábios e vejo que minha mãe também possui um pequeno sorriso nos lábios, sei que ela deve estar preocupada com o rumo que isso pode tomar mas agradeço por ela não ter dito nada.
Só por hoje quero ser normal.
Algum tempo depois chegamos ao aeroporto e vejo que todos já estão presentes a minha espera.
Minha mãe fala brevemente com Norte antes de ir embora.
Ficamos mais um momento no aeroporto apenas para não dar nas vistas e depois saímos.
Encontramos um lugar deserto e sem perigo das câmeras e entramos num globo.
E enquanto meu estômago embrulhava devido a viajem eu tive a sensação de que nossa vida apartir daqui iria sofrer reviravoltas que nunca poderíamos imaginar...

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