Os escolhidos

Consultando o futuro


É impressionante como nossas melhores amigas conseguiam nos convencer de qualquer coisa mesmo que não quiséssemos. É quase assustador a forma que nos conhecem e sabem onde pisar para nos convencer.

A um dia atrás Meri tinha descoberto pela net uma mulher vidente que dizia falar com entidades mágicas e que podia ajudar quem acha-se que estava com problemas “ mágicos”.

Minha primeira reação foi rir da inocência da Meri e de algumas pessoas que acreditam realmente na vidente Hasmira. Chega a ser idiota.

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Disse que era perda de tempo e de dinheiro mas Meri fez que fez e conseguiu me convencer. Eu ia com ela apenas para ter certeza de que ela não seria enganada.

Logo quando chegamos lá me espantei, a mulher era uma cigana e vivia ao ar livre. Iria estar na cidade durante 3 dias e nesses dias daria consultas dentro de uma pequena casa abandonada que tinha apenas 2 compartimentos.

O fato dela ser cigana realmente me encantava. O meu pai veio de uma família pobre cigana igual a essa mulher. Os ciganos mudavam de lugar constantemente sem nunca se fixar em um lugar por mais de uma semana. Uma frase que minha avó paterna – aquela que vive com Anna – me ensinou foi: não crie raízes materialistas e fúteis mas crie raízes nos corações das pessoas.

Apesar de minha vó ter saído da cultura cigana ela ainda acredita neles e nos seus ideiais. A única razão dela ter virado uma gadja foi o fato de querer realizar o sonho de meu pai de estudar em uma faculdade. Admiro muito minha avó por ter largado sua vida pela de seu filho, as mães são a personificação do amor.

Eu e Meri entramos na sala que possuia apenas uma mesa e três cadeiras e nos sentamos afrente da Hasmira.

— Bem-vindas meninas. – Ela diz com um sorriso materno no rosto. – O que vos trás aqui?

— Nós… - Merida começa mas a corto e digo:

— Se você realmente fosse uma vidente saberia o porque de estarmos aqui. – Eu não me deixaria enganar por um sorriso doce.

Ela sorri como quem estivesse se divertindo e nos olha com curiosidade.

— Elsa! – Repreende Meri – Normalmente sou eu que sou impulsiva e falo sem pensar. – Ela diz meio chateada.

— Eu não fui impulsiva Meri, eu pensei muito bem antes de falar. – Digo também chateada.

— Tudo bem querida, sua amiga tem razão. – Ela diz se dirigindo para Meri. – Vocês são Elsa Ayline snow Rendell e Merida Felícia Dunbroch. São colegiais e melhores amigas.

— Isso é algo que qualquer pessoa poderia saber sobre nós. – Digo ainda não convencida.

Ela parou para pensar um pouco e disse: -Os seus pais Elsa estão mortos e sua irmã vive com sua avó e a sua tia paternas que são ambas descendentes de ciganas, você e sua irmã não se falam devido a algumas confusões do passado. Você tem um caso mal resolvido com Jack Frost e anda tendo pesadelos estranhos com certas coisas. – Eu realmente estava espantada, era impossível essas informações estarem na net ou ela ter sabido por alguém. Eram coisas muito precisas e exatas sobre mim.

— Você Merida é a primogénita dos Dunbroch e herdeira da empresa de vestuários da sua mãe e da empresa de seu pai mas não é isso que você quer da sua vida. Você quer ser livre e não se prender a nada, quer que sua mãe te aceite da sua forma e por isso brigam constantemente.

Meri pareceu encantada com a Hasmira e me olhou como quem dizia: Eu disse que ela era boa!

— Se você sabe tudo isso sobre nós então já deve saber também dos nossos… dos nossos poderes. – Digo um pouco receosa.

— Sei sim, e ontem recebi uma visita que me deu certas instruções para vocês.

— Instruções?

— Visitas? – Eu e Meri perguntamos ao mesmo tempo.

— Não posso dizer quem é a visita nem o que quer de vocês nem a origem dos vossos poderes mas digo-vos: estejam preparadas pois o que vem ai é algo único. Precisam confiar uns nos outros e perdoar as magoas e rancores do passado se quiserem vencer.

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— As vezes esquecer o passado é esquecer que nós somos e porque estamos aqui. – Diz Meri e tenho certeza que ela estava se lembrando do Hic. Sinto meu coração apertar por ela.

— Não é esquecer o passado mas supera-lo e dar mais uma chance. – Ela diz e segura nas nossas mãos de forma materna. – Sei que já passaram por muita coisa mais do que merecem mas vocês tem duas escolhas: se tornar uma vitima dos problemas ou um sobrevivente e vencedor.

Sinto certo desconforto com as palavras dela, eu realmente não estava me sentindo uma sobrevivente mas sim uma vitima. Tenho medo de imaginar o que esses poderes significam e as responsabilidades que eles trazem.

Quando a hora da consultar acabar chegou nos despedimos e nos levantamos para ir embora mas ela disse:

— Merida antes que eu me esqueça: lindo colar.

— Obrigada, foi meu quem me deu. – Ela diz tocando levemente o colar.

— Mantêm-no sempre perto, vai ajudar… E lembra-te: nem tudo é o que parece. – Ela diz arrumando suas coisas.

— Como assim? – Meri perguntou curiosa, o que ela queria dizer com aquilo?

Nós saímos da casa e confesso que estou um pouco atordoada com tudo aquilo.

A senhora não parecia ser uma mentirosa porem ela não dizia coisa com coisa.

— Vou para casa praticar arco e flecha agora Elsa. – Meri diz e se despede de mim.

No caminho para minha casa sinto meu celular vibrar e o atendo.

— Alô quem fala?

— Elsa é a Hasmira. É que eu esqueci de te dizer: as respostas para tudo que procuras podem estar bem mais perto do que imaginas.

— Como assim? – Pergunto confusa.

— Toda lenda tem um fundo de verdade e todo livro revela segredos. – Ela diz antes de desligar me deixando ainda mais confusa.

Mesmo não entendendo o que se estava a passar de uma coisa eu certeza algo muito serio estava acontecendo e eu sentia que não estava preparada para aquilo.