Os escolhidos

Descobrindo ser Lesbica


POV Elsa

Quando sentamos na mesa da lanchonete no Shopping eu ainda estava um pouco fula da vida, afinal Merida tinha me enganado e eu tinha acreditado que Jack estava realmente se pegando com alguém. Não que eu estivesse com ciúmes ou algo assim mas é que apenas queria ver até onde vai a cara de pau do Frost de quase me beijar num segundo e no outro ficar com outra. Foi por pura curiosidade fique você sabendo.

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Quando Meri me contou sobre o que ouviu a Astrid e uma outra garota que identifiquei como sendo a Estefânia conversando eu fiquei horrorizada. Eu sempre soube que a Astrid não valia e sempre tivemos nossas diferenças mas eu nunca poderia imaginar que ela teria coragem de fazer tal coisa.

— Mas porque ela faria algo assim se lutou tanto para te afastar do Hic? – Perguntei confusa e indignada.

— Oras, isso é quase óbvio. Ela fez isso porque na época Eret tinha terminado com ela e ela precisava mostrar para todos que não tinha ligado afim de não virar motivo de chacota e perder a popularidade. – Merida explicou. – E alem do mais ela me odeia e só o fato de que isso me deixaria mal já é motivo suficiente para aquela vaca.

Merida tinha razão, ela e Astrid tem uma história no passado mas toda vez que eu tentava saber o que era Merida mudava de assunto e fazia uma cara sombria e cheia de ódio, por isso com o tempo parei de perguntar e respeitei o seu espaço. Se ela se sentir a vontade para falar eu vou estar junto dela.

Depois disso ela contou da pegadinha que fez no shampoo da Astrid e eu não sabia se gargalhava ou dava uma bronca por ter feito algo tão arriscado. Era uma luta na minha mente entre o meu anjinho bom e o meu anjinho mau. No final meu anjinho mau venceu e gargalhei até minha barriga doer chamando a atenção de algumas pessoas que estavam próximas o que me fez corar ligeiramente de vergonha. Eu, diferente de Merida que não liga para o que os outros pensam sinto bastante vergonha que as pessoas me olhem demais. É por isso que normalmente coro quando Jack me olha demais. Sou transparente como o gelo.

—Já sabem o que vão pedir? – Perguntou um garçon se aproximando de nós com um sorriso simpático no rosto.

— Sim – Respondemos eu e Merida ao mesmo tempo ambas sorrindo também.

— Quero um X-burger, batatas fritas e milk shake de chocolate. – Diz Merida fazendo uma cara de fome. Nem parecia que ela tinha tomado café.

— Você é mesmo um saco sem fundo Meri, você devorou 7 panquecas em casa não faz nem 2 horas e já está pedindo tudo isso? – Digo achando graça. Ela me olha com cara feia e mostra sua língua para mim e eu rapidamente repito s seu ato. Infantil eu sei mas nunca ouviram falar que o nível de maturidade depende do amigo com quem que estas?

— Bom, eu quero apenas um milk shake de chocolate e nozes por favor. - Digo enquanto a Meri faz uma careta, ela odeia nozes.

— Tudo bem. – Diz o garçon que logo se afasta.

— Ele não parou de olhar para você Elsa. – Diz Merida e me deixa confusa.

- Quem. – Pergunto

— O garçon gato. – Ela diz apontando discretamente e me deixando desconfortável com a situação. Eu odiava essas situações pois não sabia com agir. Mas graças a Deus antes que a Meri fizesse qualquer outro comentário provocativo o seu telefone vibra indicando a entrada de uma mensagem. E pela careta que ela fez ao olhar a tela tive certeza que era a mãe dela. As duas realmente tinham uma relação conturbada, e isso piorava ainda mais quando o Senhor Fergus viajava a trabalho.

Tanto o pai da Meri e o pai do Hic trabalhavam com cavalos por isso viajavam constantemente mas a diferença é que o pai da Meri vende cavalos para o pai do Hic treinar. Todos os cavalos do senhor Stoico são comprados no senhor Fergus, eles são bem amigos. Todos menos o banguela que foi encontrado numa noite de chuva perto da casa deles.

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—O que foi? – Pergunto preocupada.

— Minha mãe quer que eu volte para casa. – Ela diz um pouco irritada. – Mas só vou voltar as três quando meu pai voltar de viajem. – Ela diz naturalmente como se desobedecer a mãe fosse natural. Por mais que eu amasse a Meri as vezes me dava certa irritação quando ela fazia tais coisas, porque pelo menos ela tem uma família e não devia gastar tanto tempo brigando com eles. Quando penso nisso realmente sinto um aperto no peito ao pensar que a minha única família é minha tia, minha avo e minha irmã que nem sequer fala comigo.

Devo ter feito uma cara triste pois a Meri pergunta:

— Algum problema Elsie?

— Não. Eu só estou um pouco cansada pois tive uma noite um pouco agitada. – Digo e não era totalmente mentira, realmente tive uma noite agitada devido a pesadelos horríveis que eu ando tendo todas essas noites.

Finalmente o garçon chega com nossos pedidos e comemos em silêncio pois ambas estavam emersas em pensamentos.

Quando terminamos pedimos a conta e o garçon trouxe. Antes de se afastar ele perguntou os nossos nomes e disse que se chamava Caio. Quando pagamos me apercebi que junto com a conta estava um pedaço de papel com o seu número escrito. Quando me verei para olha-lo ele estava perto do balcão e me mandou um sorriso sedutor.

Levantamos e nos dirigimos para a saída mas antes disso joguei o papel no lixo. D idiota já me basta o Frost. Mas antes que consigamos sair ele vem até mim:

— Você é bem linda, gostaria de sair algum dia desses? – Caio perguntou me olhando e ignorando completamente Meri que fez uma cara irritada.

— Não. – Digo com olhar frio. Odiava pessoas iguais a ele, que acham que basta um sorriso sedutor para conquistar uma mulher. E tenho certeza que ele faz isso com todas as garotas bonitas que entram na lanchonete e depois de usa-las joga no lixo.

— Se você não sair agora daqui eu chamo o gerente. – Digo ainda fria.

— O gerente é meu pai. – Ele diz convencido. – E alem do mais esse olhar não combina com uma menina linda como você.

Que idiota! Agora sim esse babaca conseguiu me irritar. Faço uma cara realmente irritada e abro a boca para ameaça-lo mas antes que eu possa fazer isso uma voz conhecida diz:

— Meu amigo você já deve ter percebido que ela não querer nada com você. – A voz diz e reconheço como sendo o Frost e ela parecia irritada.

— E quem é você? – Caio pergunta o olhando desconfiado.

Jack abre a boca para falar que é meu namorado, porem sou mais rápida dessa vez e digo:

— Ele é meu irmão, não é amor? – Pergunto agora olhando para a Merida.

— Amor? – Caio pergunta confusa.

—Sim, a Merida é minha noiva. Nós somos lésbicas. – Digo naturalmente enquanto a Meri confirma com a cabeça. Caio faz uma cara de espanto e depois de nojo mas logo se afasta.

Além de mulherengo deve ser preconceituoso. Pior tipo de pessoa. Ouço Jack dar uma risada e diz:

— Não sabia que você era lésbica Elsie.

— Não enche Frost. -Digo irritadiça. ele realmente consegui mexer com meu humor. - Muito melhor do que ter você como namorado.

— Você prefere ser lésbica do que ser minha namorada? – Pergunta o Frost fingindo estar indignado e me olhando enquanto a Meri gargalhava.

— Sim. – Respondo enquanto ele finge ter dor no coração. Nem um pouco dramático.

Pego a Meri ainda rindo pela mão e saímos da lanchonete deixando Jack para trás.

Depois disso fomos para a minha casa e fizemos guerra de pipoca enquanto assistíamos a um filme de terror. Quando bateu três horas Meri foi embora para casa e eu fiquei em casa olhando para o teto e tentando imaginar como o cabelo da Astrid deve estar agora e rezando para que o dia acabe logo porque esse silencio em casa está me lembrando os meus pesadelos e me dando arrepios.