O Coelho da Lua

Um coiote Cowboy?


O coiote tragou o cigarro e ajeitou seu chapéu estilo cowboy. O macaco a sua frente que exibia um sorriso irritante. O lugar em que se encontravam era bem elegante para aos padrões atuais de Tibith, era amplo com grandes janelas de vidro, tapetes macios e flores vivas decoravam todo o aposento. O cheiro de vinho se misturava ao do cigarro dando ao lugar uma atmosfera mafiosa.

―Daniel Spraggins ― O macaco levantou sua taça ― Mas o que nesse mundo o faz vir a minha casa?

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―Corte essa ladainha, John, você sabe o que eu quero. ― A voz do coiote era seca e ríspida. O macaco abaixou o sorriso e levantou uma sobrancelha, se inclinou um pouco.

―Você quer uma permissão para atravessar a fronteira. Daniel, você sabe que não posso te dar algo assim né?

―Você sabe que vou atravessa-la de um jeito ou de outro. Então que tal fazermos do modo mais fácil? ― Daniel abriu os braços e se debruçou no sofá, sorrindo desafiador. O macaco bocejou. Um soldado macaco abriu a porta, segurando pela gola um coelhinho que lutava para se livrar.

―Senhor! Encontramos esta criança tentando invadir nosso refeitório!

―Bah! Quem se importa com essa criança? ― O macaco fez um gesto de desdém ― Apenas jogue-o para fora daqui. ― O coiote deu um sorriso de canto de boca.

―Heya John, se eu cuidar deste coelhinho aqui poderia me dar à permissão. ― O macaco grunhiu.

―Que seja! Peque logo está porcaria! ― John rabiscou algo numa folha e entregou a Daniel ― Soldado, mostre-lhes a saída.

―Sim Senhor!

***

Daniel Spraggins, saiu sorrindo do prédio. Guardas iam de lá pra cá, com armas e seus uniformes arrumadinhos, isso o irritava muito. Olhou por cima do ombro o coelhinho que puxava.

―Me solta! ― O coelho gritou entre os dentes, mas isso apenas fez o coiote sorrir mais. Os prédios do lado de fora dos muros eram... Deprimentes. Havia animais pobres lutando por migalhas, imundos e fedorentos. Ele já estava começando a se irritar com as tentativas vãs do coelho de fugir. O segurou pela gola.

―Ok, escuta aqui garoto. Você trabalha pra mim agora. Se tentar fugir de novo... ― O coiote passou o indicador pelo pescoço ―Entendeu? ― O coelho assentiu freneticamente com a cabeça. Daniel continuou o puxando para fora daquele lugar.