O Coelho da Lua

flocons blancs ... Neige tombant, tombant sans arrêt.


Acordei com o corpo dolorido, estava com muita vontade de vomitar. Tudo parecia ficar girando. Minha cabeça estava doendo muito. Tentei abrir os olhos um pouco, tudo era branco e havia um rastro de pegadas. Eu tava no colo do Daniel.

―Daniel... ― Ele olhou pra mim e sorriu.

―Você acordou. ― Ele parou de andar. ― Tá se sentindo bem?

―Minha perna tá doendo...

―Uh, isso... Consegue ficar de pé?

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―Acho que sim ― Daniel me colocou no chão, mas quando eu tentei me apoiar na perna esquerda, ela começou a doer muito. Ele me segurou antes que eu caísse.

―Parece que não. ― Ele voltou a me carregar. Não tinha o mínimo de interesse em saber pra onde estávamos indo, só estava torcendo pra ser um lugar quentinho, com tortas e bolos, e croissants, muitos croissants, daqueles com recheio de chocolate... Espera... Essa coisa do nosso lado é um trem?

~*~

Andamos (ele andou) por quase meia hora, e minhas orelhas estavam doendo por causa do frio. Daniel ainda não disse nenhuma palavra, isso me incomoda um pouco. Tinha gelo no chapéu dele, nas nossas roupas e eu acho que até nos nossos rostos. Daniel estava diminuindo o ritmo aos poucos, as pernas dele devem estar congelando, nenhum de nós tinha roupa pra neve.

―Daniel... Cê tá bem? ― Sim, estou preocupado com ele, se ele cair eu caio junto.

―Não ― Daniel parou e sentou perto de uma arvore. ― Suri, você tá tremendo.

Ele abriu a blusa e meio que me cobriu, não era a coisa mais confortável do mundo, mas pelo menos minhas orelhas ficaram quentinhas. Pra retribuir, coloquei minhas mãos nas dele, estavam parecendo pedras de gelo em forma de orelha de coiote. Ele agradeceu e me mandou dormir, eu obedeci. Daniel estava bonzinho hoje.