Me levantei naquela manhã derrotado. Estava cansado de mentir para Aurora, mas era necessário. Eu precisava mantê-la o mais distante possível de mim, Aurora não poderia descobrir o que eu estava fazendo até eu conseguir pegá-lo.

Descobri algo quando estávamos tentando achar Pettigrew, algo sobre Voldemort. Algo chamado Horcrux, era o que o mantinha imortal. Como alguém tem a capacidade de dividir sua alma em 7 partes para ser imortal? Só mesmo um bruxo das trevas muito poderoso. Aquilo me atormentava. Contava ou não?

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Já fazia tempo que eu não seguia ordens dele, não respondia as cartas e nem seu chamado. Não era para ser assim, não era para me apaixonar por ela. Era para mim manipular e quando tivesse oportunidade matá-la, eu tive várias oportunidades, mas hesitei. Ele havia me ensinado a não amar e excluir qualquer tipo de sentimento afetivo sobre qualquer pessoa, porém fui seduzido pelo o carinho, bondade e beleza de Aurora. Algo que nunca tive o privilégio de ter. Agora entendo o porquê do verdadeiro Saimon Sandson era apaixonado por ela. Eu não era ele, eu era outra pessoa.

A Poção Polissuco já havia feito efeito, eu estava em minha forma natural e em meu esconderijo.

— O que está fazendo aqui? Já disse que odeio visitas surpresas. — disse irritado pegando minha varinha. — Era pra você está se escondendo, seu rato imundo! Mais cedo ou mais tarde Aurora vai te pegar de verdade e eu não vou impedi-la de novo. Devia me agradecer por estar vivo ainda!

— M-Me d-desculpe, senhor. S-seu, quer dizer, o nosso Milorde me pediu para vir até aqui para ver se estava bem e se tem notícias, ele está preocupado, senhor. — dizia de cabeça baixa e com a voz trêmula.

Respirei fundo e peguei um Whisky, fiquei de costas para Pettigrew para ele não notar minha vulnerabilidade, provavelmente ele contaria ao meu pai, ele juntaria os fatos e saberia o porquê de eu não ter terminado a missão que me incumbiu. Isso explicaria minha ausência. Ele não perdoaria a minha fraqueza, seria uma traição.

— Tudo está correndo bem, do jeito que planejamos, diga exatamente assim, ele vai entender. Agora, suma daqui! Anda, anda! — o expulsei.

Na verdade seria uma grande traição se ele descobrisse que eu havia me apaixonado por Aurora Potter. Olhei o relógio, faltava quinze pras nove da noite, tinha que voltar a ser Saimon Sandson. Finalmente, depois de alguns anos, havia me acostumado a me disfarçar de Saimon Sandson, ele era minha melhor versão.

Cheguei em casa e Aurora estava na varanda pensativa. O vento batia em seus cabelos e pude senti o aroma de seu perfume floral quando me aproximei, aquele cheiro me seduzia.

— Pensando em quê? — fiquei ao seu lado encostado na secada de frente pra ela.

— Eu... não ouvi você chegar, já faz muito tempo? — disse distraída.

— Não, aconteceu alguma coisa? — coloquei uma mecha de seu cabelo macio atrás da orelha.

— Estou com saudades da Grace, o nosso pedacinho... A minha bebê... — uma lágrima correu. — Eu estava pensando... devíamos trazê-la pra Inglaterra. O que acha?

— É loucura! Não! Eu também estou morrendo de saudades da nossa bebê, mas é perigoso demais! Voldemort não será piedoso. Temos que protegê-la. — a abracei. — Depois que tudo isso acabar, ela se juntará a nós, eu prometo.

— Voldemort é uma maldição! Tudo que vem dele é uma maldição!

— Tem razão. — senti um aperto e um sentimento de rejeição me consumir, mas Aurora tinha razão, tudo que Voldemort fazia era uma maldição, e eu sou uma delas.