O Menino Que Sobreviveu

Capítulo Quatro - UM TALENTO NO VOO


Foi só no meio de outubro que Harry descobriu que o primeiro ano também possuía aulas de voo que deveriam ter começado logo na segunda semana, mas que fora adiada graças à Pirraça que conseguiu desaparecer com todas as vassouras de Hogwarts. O garoto se perguntava como o Poltergeist conseguira tal façanha que demorara mais de um mês para ser revertida.

Mas isso não era o que mais saía de sua cabeça, pelo contrário, o que ele realmente não conseguia acreditar era no fato de que fosse muito bom em voar em vassouras. E não só isso, ele agora estava no time de Quadribol da Sonserina.

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A aula começara naquela mesma tarde e todos os alunos da Grifinória e Sonserina seguiram para o gramado do castelo onde diversas vassouras repousavam enfileiradas no chão. Harry não sabia o que pensar sobre isso, nunca sequer imaginara que voar em uma vassoura seria real, para ele sempre foi uma história contada para crianças trouxas, entretanto ali estava ele, pronto para ter sua primeira aula de voo!

— Vamos, o que é que estão esperando? — perguntou com rispidez a Madame Hooch — Cada um ao lado de uma vassoura. Vamos, andem logo.

Do lado da vassoura?! Para quê?

— Acalme-se Harry — disse Rony ao seu lado — Você está ficando verde.

— Eu não sei o que fazer!

— Só repita o que a Madame Hooch disser — Cochichou Hermione do seu lado — Eu também nunca voei, mas li Quadribol através dos séculos conheço vários macetes de voo.

— Ora, fique quieta — reclamou Rony.

— Vocês três aí! Silêncio ou voltarão para o castelo.

Hermione lançou um olhar feio para o Weasley, mas nada disse.

— Estiquem a mão direita sobre a vassoura — mandou Madame Hooch diante deles — E digam “em pé”.

— Em pé! — gritou Harry e sua vassoura voou imediatamente para sua mão. Isso o surpreendeu, não achou que seria tão fácil, entretanto olhando em volta percebeu que pouquíssimos alunos tinham conseguido tal proeza, a maioria ainda continuavam bradando as palavras enquanto suas vassouras permaneciam no chão, sem se mover.

— Em pé! — disse Hermione de novo, completamente frustrada que sua vassoura se remexia no chão, mas não levantava. Talvez estivesse quebrada.

— Certo, certo — falou a professora — Agora que todos vocês têm suas vassouras em mãos — lançou um olhar para Hermione que se abaixou e agarrou a vassoura enquanto sentia suas faces esquentarem. Por sorte seus colegas estavam tão atentos na mulher que sequer prestaram atenção nela — Montem!

Todos subiram em suas vassouras e em seguida Madame Hooch deu uma demonstração da maneira correta de se fazê-lo e corrigiu os alunos que se mantinham fazendo errado.

Parecia fácil até ali, e Harry se sentiu bobo por ter tido medo, porém se perguntava como se sentiria quando precisassem voar.

— Agora, quando eu apitar, deem um impulso forte com os pés — disse a professora — Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e voltem a descer curvando o corpo um pouco para frente. Quando eu apitar… três... dois… um!

Harry alçou voo, o sangue pulsando forte em suas orelhas, a vassoura subindo cada vez mais alto e o vento batendo em seu rosto, parecia estar em um sonho enquanto se movimentava tranquilamente no ar como se tivesse feito aquilo a vida toda.

Mas um baque alto o trouxe de volta, olhando para baixo Harry viu Longbottom estatelado no chão, o braço torcido em um ângulo que decididamente não era normal.

— Todos para o chão! — gritou Madame Hooch enquanto ela própria já pousava — Pare de choramingar, garoto.

Os pés de Harry encostaram na grama, a sensação de euforia o abandonando.

— Vou levar o senhor Longbottom aqui para a Ala Hospitalar. Permaneçam todos em terra firme ou irão se arrepender quando eu voltar — avisou a professora ajudando Neville a se levantar — Ande logo!

Ambos se afastaram enquanto Madame Hooch basicamente arrastava o corpo mole do garoto.

Malfoy riu.

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— E aí, Potter? Disposto a provar quem é o melhor aqui? — perguntou.

— O que quer dizer? — retrucou Harry.

— Eu e você. Nas vassouras até aquela última torre — apontou — Quem chegar primeiro ganha.

Potter ponderou, Madame Hooch dissera para eles não montarem e não conhecia bem a professora para saber que tipo de castigo daria aos dois por desobedecerem as regras.

— Com medo, Potter? — provocou o outro garoto.

— Somente de você não ser capaz de andar com a cabeça erguida depois que eu derrotar você — debochou.

“Uuhs” e “Ahh” saíram dos alunos da Sonserina enquanto os estudantes da Grifinória observavam tudo sem dizer uma única palavra.

— Está muito confiante, talvez a altura tenha danificado seu cérebro.

— Pare de conversinha e vamos logo, Malfoy.

O garoto concordou e ambos montaram em suas vassouras. Harry estava pronto, ele venceria Malfoy, ele sabia que era bom em voar, mesmo que só tenha feito uma única vez.

— Vai Harry! — gritou Rony animado.

— Os dois serão castigados por isso — disse a voz de Hermione.

Os garotos deram um impulso.

Ali estava, a sensação de liberdade de novo, como se Harry tivesse nascido para fazer aquilo. Como era bom.

Se curvou para frente e sentiu a vassoura pegar velocidade enquanto Malfoy se mantinha do seu lado, tão veloz quanto, os gritos e aplausos da turma parecendo não ser mais do que zumbidos, mas então Harry ouviu algo acima de tudo, algo que o desconcentrou e Malfoy lhe ultrapassou.

— Segura essa Potter! — Draco jogou um objeto que cintilou em sua direção. Foi por instinto, Harry nem mesmo sabia o que estava fazendo, mas rumou sua vassoura para baixo, atrás do objeto meio transparente que parecia uma bola de beisebol.

O vento cortou suas orelhas mais ainda e o garoto ignorou todo o resto, estendeu a mão, faltavam poucos centímetros para que pudesse agarrar a bolinha…

Conseguira! Virou a vassoura antes que atingisse o chão e voou para onde todos os alunos estavam, juntamente com um aluno mais velho usando vestes completas do time de Quadribol da Sonserina.

— Acredito que Madame Hooch tenha dito aos dois para permanecerem no chão, não é?

Draco parou ao lado de Harry.

— Sim — concordaram.

O garoto observou os dois dos pés a cabeça e virou-se para Harry: — Você é o Potter?

— Sou.

— Venha comigo — comandou.

— Mas… — começou Rony.

— Quieto Weasley! — o sonserino começou a andar.

— Eu avisei — comentou Hermione.

— Harry não é o único culpado!

Harry suspirou, Rony tinha razão, fora, Malfoy quem começara com a disputa, contudo ele a tinha aceito e até mesmo provocado, não era o mais inocente em tudo. Mas se perguntou o que o outro rapaz faria a ele, aplicaria um castigo? O levaria até o diretor?

— Meu nome é Marcos, a propósito, Marcos Flint — se apresentou quando Harry alcançou seus passos dentro do castelo — Sou o Capitão do time de Quadribol da Sonserina.

— Onde está me levando? — questionou Harry sem dar a mínima para quem era aquele cara.

Flint riu.

— Não precisa se preocupar Potter — dobraram um corredor — A única pessoa que vai lhe dar uma detenção aqui é Hooch, estou apenas tentando fazer sua pequena transgressão ser boa para nós dois.

Para ambos? O que será que Marcos queria dizer?

Finalmente Harry reconheceu o cenário em que eles estavam. Caminhavam pelas masmorras, quase perto do Salão Comunal de sua casa embora tivessem acabado de passar pelo corredor que os levava até lá e agora seguiam até a sala do Prof Snape.

Ah não! Flint iria delatá-lo para Snape!

— Olha.. — começou sem saber ao certo o que dizer — Sei que Malfoy e eu estávamos errados, mas foi só uma brincadeira! Ninguém se machucou.

Marcos riu de novo, porém não disse nada, só parou em frente a porta de Snape e deu três batidas.

A porta se escancarou e o Prof Snape surgiu, suas vestes negras farfalhando atrás dele.

— Por que tenho a honra de sua companhia senhor Flint enquanto deveria estar treinando com seu time? — perguntou o professor.

— Desculpe senhor, mas tenho uma coisa muito importante para discutir com o senhor — e apontou para Harry.

Snape se inclinou em seu lugar, notando pela primeira vez o garoto atrás de seu aluno mais velho.

— O que foi Potter? — Harry permaneceu mudo e Snape mudou seus olhos negros para Flint novamente.

— Vi Potter e Malfoy voando nos gramados enquanto Madame Hooch levava outro aluno para a Ala Hospitalar.

— Então por que Malfoy não está aqui também?

— Potter voou como um profissional naquele lugar e ele pegou uma bola em pleno ar antes de fazer uma finta sensacional.

Foi aí que Harry se lembrou que ainda estava com a bolinha de vidro em mãos, encarou o objeto. Mas Snape já estava ficando impaciente com seu aluno e não fazia questão de ouvir sua história.

— Onde quer chegar com isso, senhor Flint?

— Potter seria um excelente apanhador e a Sonserina precisa disso.

— A Sonserina já possui um apanhador Flint, deveria saber já que é o Capitão do time e foi o responsável por escolhê-lo.

Harry observava a discussão dos dois sem dizer nada. Sabia pouquíssimo sobre o Quadribol, somente o que Hagrid lhe contara quando estavam no Beco Diagonal então sabia que o apanhador de um time era o responsável por capturar o pomo de ouro que valia 150 pontos para uma equipe e garantia o fim da partida. Porém não entendia o que Flint queria dizer com ele ser um apanhador excelente nunca jogara Quadribol em toda sua vida!

— Eu sei professor, mas Lloyd é um idiota. Nunca consegue capturar o pomo e foi atingido por um balaço da última vez.

— Então por que ele está no time?

— Lloyd era nossa melhor opção. Era isso ou ficar sem apanhador o que nos desclassificaria da competição. Harry Potter vai nos fazer ganhar.

— Já jogou Quadribol alguma vez, Potter? — Snape se dirigiu a ele.

— Não senhor — informou.

— Sabe as regras?

— Não.

— Veja Flint, Potter não conhece o jogo e alunos do primeiro ano não podem fazer parte dos times.

— Potter é bom — insistiu Marcos — E se fosse por um bom motivo Dumbledore abriria exceção.

— Quero vê-lo sobre uma vassoura Flint, quero que ele me mostre o que tanto te conquistou.

E foi assim que os três seguiram para o campo de Quadribol onde o resto do time se encontrava voando e treinando táticas para o começo do campeonato.

Flint emprestou sua vassoura para Harry e pediu que o garoto repetisse o que tinha feito mais cedo.

E Harry fez, imitou cada um de seus movimentos anteriores e deve ter impressionado o professor porque logo em seguida Snape seguiu até a sala do diretor e garantiu uma vaga para Harry no time de sua casa.

Rony tinha ficado impressionado, mencionou para o amigo diversas vezes que nunca existira um jogador tão novo a competir no campeonato de Hogwarts e que Harry era quase uma lenda.

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Até naquele momento Harry não conseguia acreditar em tudo o que acontecera. Tinha iniciado sua primeira aula de voo temeroso que não conseguisse voar e se tornasse a piada da turma, mas não só tinha conseguido como fora um dos melhores! E mesmo nunca tendo jogado Quadribol antes agora fazia parte do time. Parecia surreal.

—Harry… — murmúrio de Rony tirou Harry de seus pensamentos.

— O quê? — perguntou.

Mas Rony não lhe respondeu, pelo contrário, se manteve quieto e somente apontou para frente.

Harry seguiu seu olhar e encontrou Hermione caminhando sozinha no fim do corredor e fazendo uma curva para a direita.

— O que ela faz aqui uma hora dessas? — questionou Rony — Todos estão no Salão Principal para o jantar.

— Eu não sei, mas nós vamos descobrir — juntos, os garotos seguiram uma Hermione muito esquiva.