Descendants
Conflito
— Está errado.
Sakura alisou o punho dolorido e bufou, olhou ao redor procurando quem tinha falado.
— Quem está aí?
— Não sou eu que deveria estar perguntando? Afinal, você está no jardim do minha casa criança. - ela franziu o senho ao encontrar a mulher loira sentada na borda do chão amadeirado, da casa estilo japonês tradicional - Então eu pergunto, quem está aí?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Hã? - Sakura fez uma careta sentindo o cheiro forte de álcool - Você não estava aí quando eu cheguei.
— E isso importa? - a mulher suspirou virando-se para a bandeja ao lado, dando um leve peteleco no grão de arroz, que voou acertando Sakura na testa - Eu lhe fiz uma pergunta, responda criança mal educada.
— Droga! - Sakura reclamou esfregando o lugar atingido - O que diabos foi isso?! - ela encarou o chão e arregalou os olhos verdes encontrando o grão - Arroz?! Mas parecia uma pedra porra!
— É isso que acontece quando você sabe utilizar a sua força da forma certa. - a mais velha bebericou a garrafa de porcelana, calma - Agora me diga, como é o seu nome garota?
— Sakura.
— Quantos anos?
— Completei dezesseis há pouco tempo.
— Não me lembro de ter tido uma filha há dezesseis anos atrás... - ela bebericou novamente a bebida, pensativa. Sakura ainda esfregando a testa com a pequena bolinha avermelhada, esguelhou os olhos, desconfiada sobre o estado mental da senhora á sua frente.
— Desculpe se isso é meio invasivo, mas a senhora é doida?
— Depende do ponto de vista.
— O quê?
— Se você acha que uma pessoa que não está dentro desse negocio de guardião e blá blá blá, não é doido, então eu não sei. - ela deu de ombros, terminando a bebida. Sakura pendeu a cabeça para o lado, estrando-a mais - Isso tudo aqui é uma loucura querida, só por você ter esse cabelo rosa, já é doida também.
— Mas eu não sou...
— Isso é o que as pessoas "normais" diriam. - ela colocou os fios loiros atrás da orelha, e encarou-a séria, com as bochechas rosadas - Não me interrompa criança...
— Meu nome é Sakura.
— Não lembro de ter perguntado de novo.
— Pare de me chamar de criança!
— Então pare de ser uma.
— Argh, chega! - Sakura revirou os olhos verdes, virando-se para sair dali.
— Você não é como aqueles dois idiotas lá embaixo Sakura, você é diferente.
A mais nova parou de andar e hesitante, olhou para trás com um suspiro.
— A senhora sabe alguma coisa sobre mim?
— Sinceramente? Não.
— Então por que está insistindo?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Insistindo? Eu não sei, talvez seja por que eu gostei desse seu jeitinho torto de dar um soco. - ela riu sozinha - Ou por que eu posso ajuda-la.
— Como?
— Você passará quanto tempo no templo?
— Cinco dias.
— Venha me ver durante esses cinco dias, Sakura.
— Qual é o seu nome senhora bêbada?
— Tsunade, sua insolente.
<***>
Os dedos moveram-se devagar sobre o tecido, lentamente reconhecendo a aspereza dos lenções. O peito passou a subir e descer com mais naturalidade, enquanto os pulmões enchiam-se de ar. Ela sentiu a claridade nas pálpebras e vagarosamente, abriu os olhos, até que eles se adaptassem a luz do quarto.
Ainda um pouco encandeada, Sakura olhou ao redor procurando algo que lhe parecesse familiar, parou encarando o homem sentado na poltrona no canto da sala. Esguelhou-os tentando ver melhor o rosto dele, ele estava sentado com os braços cruzados assim como as pernas e a cabeça pendia para o lado, apoiando-se no encosto. O rosto sereno se formou até que ela o reconhecesse.
Sasuke dormia serenamente naquela posição, as roupas pareciam ser formais e o sobretudo preto estava jogado sobre o sofá próximo dele.
Sakura moveu a mão, retirando a mascara do inalador e resmungou movendo a cabeça para o lado, verificou os aparelhos, seus sinais vitais estavam bons, sua pressão parecia estabilizada e não sentia que alguma coisa estava faltando. Ela se sentou com dificuldade por causa do tempo exagerado deitada e com o cuidado devido, retirou as agulhas do braço.
— Você não tem mais medo.
Ela moveu o lábio sorrindo de lado, irônica.
— Se eu ainda tivesse, não poderia ser médica.
— Hun. - ela piscou e o olhou. Sasuke ainda estava com o rosto sonolento e encarava-a com o queixo apoiado na palma da mão.
— O que está fazendo?
— Te observando.
— Porque?
— Agora eu não posso nem isso? - ele questionou desinteressado, e fechou os olhos escuros - Está mais fraca, hun? - perguntou ainda de olhos fechados.
— Do que está falando? - ela mordeu o lábio inferior, desviando o olhar dele para o quarto - Não estamos em um hospital. - concluiu não vendo um dos quartos que lhe era comum.
— Achei que seria melhor traze-la pra cá.
— E onde é aqui?
— Em um dos meus apartamentos.
— Hun. - ela murmurou inconscientemente, fazendo-o erguer uma das sobrancelhas. Cruzou as mãos sobre o colo e encarou a porta de vidro, que possibilitava um pouco da vista do prédio - Onde está Naruto?
— Saiu.
— Nós não estamos em Dallas certo?
— Em Chicago. - Sakura suspirou já sabendo que depois da confusão no hospital, as coisas não seriam mais as mesmas.
— Então o ataque realmente teve haver com vocês.
— Não, teve haver com o Naruto, ele estava sendo seguido e não percebeu, não "vocês".
— Sasuke. - ela se virou, encarado-o novamente. Ele abriu os olhos e murmurou, esperando-a continua - Não aja assim.
— Eu sei que você andou contando algumas mentiras para o dobe. - disse sério, diretamente. Sakura olhou ao redor de novo, se mentando calada - Vamos Sakura, não aja assim.
— Vá a merda.
— Por que já está xingando? Não fique nervosa.
— Eu realmente estou bem afim de mandar você enfiar algo bem grande no seu traseiro babaca.
Sasuke riu anasalando, sorrindo sem mostrar os dentes e assentiu, divertido.
— Eu vou descobrir o que está escondendo. - disse, fazendo-a esguelhar os olhos verdes - Não fique tão desconfiada, eu não voltei por nada.
— Pensei que tinha voltado por que não me queria nos seus assuntos. - ela retirou a bolsa de soro pendurada e colocou-a sobre a cômoda - Naruto andou fofocando...
— Na verdade não. - Sasuke ajeitando-se melhor a cadeira - Você iria ficar sabendo de qualquer jeito.
— Ainda tem muita coisa que eu não sei.
— Hun.
— Para o que essas crianças estão sendo usadas? - ela questionou jogando os fios rosas para trás - Imagino que a informação do governo está fazendo isso seja tudo.
— Pura fachada. - ele resmungou - Orochimaru.
— Isso é um nome?
— Na verdade, uma pessoa.
— Um dos cabeças hun?
— Talvez.
Sakura mordeu a própria linguá, em uma tentativa de se manter calma. Se mexeu para se levantar da cama, calçou as pantufas que já a esperavam ao lado e seguiu saindo do quarto. Sasuke coçou o queixo com um suspiro, antes de segui-la até a cozinha.
— Ficar sóbria é uma merda. - ele ouviu-a resmungar, quando se sentou em uma das banquetes no balcão.
— Está falando menos palavrões do que de costume. - observou.
— Vá a merda você também Sasuke. - Sakura xingou abrindo a última porta do armário superior á pia, pegou uma das latinhas de cerveja e se sentou na pequena mesa abaixo do balcão.
— Ou não... - ele ergueu uma das sobrancelhas - Ainda lembra aonde eu guardo as bebidas.
— Você odeia geladeiras, e, principalmente, ter que se abaixar para pegar alguma coisa nelas. - ela abriu a latinha e virou-a de uma vez.
— Não deveria beber. - ele reprendeu-a e Sakura deu de ombros, desinteressada. O barulho da porta do elevador sendo aberta, a fez se inclinar e encarar o canto da sala, onde um sorridente e de óculos escuros Naruto saia da caixa metálica.
— Onw, bom dia Sakura.
— Há quanto tempo estive desacordada?
— Três anos. - o loiro sorriu mais largando as sacolas sobre o sofá e se sentando ao lado de Sasuke, em uma das banquetes.
— E vocês ainda não morreram? Acho que alguém jogou uma praga em mim. - ela pegou mais uma latinha e jogou a vazia sobre a pia.
— Ah cara! Era aí que você guarda? Eu te perguntei ontem! - exclamou Naruto, ignorando-a.
— Tsc. - Sasuke resmungou bagunçando os cabelos negros - Obrigado Sakura.
— De nada. - ela se sentou novamente e ergueu a cabeça, os encarando - Preciso de um celular.
— Pra quê? - os dois questionaram-na juntos. Sasuke com a expressão neutra e Naruto, com os olhos azuis brilhando em curiosidade.
— Idiotas... - o loiro riu e retirou o aparelho do bolço, pondo-o sobre a mesa.
— É minha impressão ou ela está falando menos palavrões? - Naruto brincou virando-se para Sasuke, que encarou-o com as sobrancelhas erguidas.
— Duas semanas. - Sakura arfou ao verificar a data no aparelho - Como ficaram as coisas no hospital?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Tudo se saiu bem, mas a policia tá te caçando por lá. - Naruto respondeu-a, roubando a bebida dela.
— E quando não estão? - ela murmurou, concentrado no celular. Aquela não era a primeira vez e nem seria a última.
— Vou ter que limpar a sua ficha?
— Não se incomode Uchiha. - Sasuke mordeu o lábio inferior, observando-a.
— Não. - respondeu curto. Sakura ergueu os olhos verdes do celular e o encarou, séria.
— Uou. - Naruto ergueu as mãos se levantando do banquete do balcão - DR de novo não. - seguiu até o sofá e se sentou, entretendo-se com as sacolas. Sakura estralou a linguá e se voltou ao celular.
Sasuke bagunçou os cabelos novamente e bufou também se levantando, indo até a varanda do outro lado. Retirou o masso de cigarros do bolso da calça e fechou a porta de vidro, ficando do lado de fora.
— Ele ainda fuma? - ela perguntou tentando manter a pose de desinteressada, mesmo aquilo a incomodando.
— Eu sei, um dia ele vai morrer por causa disso. - Naruto disse do sofá - Mas o que eu posso fazer? A única pessoa que ele ouve... - ele se inclinou no sofá olhando-a, ela o encarou com a pausa - é você.
Sakura piscou, se sentindo atordoada e pegou a latinha sobre o balcão. Bebericou-a com uma careta, estava quente, antes de joga-la por cima do ombro, na pia. Ela se ergueu indo até o armário e procurando algo para comer, a cerveja e seu estomago vazio não iriam cair bem depois, pegou um dos pacotes de torrada e seguiu indo se sentar juntamente de Naruto, no sofá ao lado.
— Descobriu algo sobre as crianças? - ele deixou as sacolas de lado e a olhou com uma careta - Ah, e aproposito, sabe quem é Orochimaru?
— Não, mas me parece familiar... ele está metido no meio?
— Aparentemente sim, também tenho a impressão que já ouvi falar dele, mas o Uchiha não quer falar nada. - Sasuke nunca gostou que ela se envolvesse nos assuntos importantes - Ele ainda acha que sou incompetente hein?
— Não sei se ele já pensou isso alguma vez na vida, mas eu não, e então? Decidiu se vai se envolver? - Naruto se esticou sobre o sofá, apoiando as pernas cruzadas sobre a mesa de centro.
— Não é como se eu tivesse muita escolha, certo? - Sakura suspirou mordiscando a torrada - Quando vamos agir?
— Vamos? - Sasuke repetiu-a, jogou a ponta do cigarro no cinzeiro sobre a mesa de centro, bateu nas pernas de Naruto que resmungou tirando-as e se sentou na poltrona, encarando-a - Não tenho certeza se você pode ser incluída assim.
— Eu até entendo que você não me quer na sua vida, nos seus assuntos. - Sakura dobrou a borda do pacote, deixando a metade das torradas dentro - Mas na realidade, esse a assunto não é seu. - ela o encarou de volta - Então, se você não me contar nada, vou ter que descobrir de outra forma e agir sozinha, atrapalhando vocês ou não.
Naruto entreabriu a boca surpreso, a última coisa que imaginava que poderia aconteceria era Sakura confrontar Sasuke daquele jeito. Sorriu tendo certeza que muita coisa tinha mudado desde a adolescência.
— Sakura estou começando a achar que minha paixão por você está voltando. - ele brincou pondo a mão sobre o peito. Ela sorriu para ele e esticou a mão, fazendo-o pega-la.
— Dessa vez eu aceito o pedido de casamento. - ele riu deixando um beijo sobre as costas da mão dela.
— Ah você é demais, não sabe como eu fiquei deprimido naquela época.
Sasuke estreitou os olhos negros e franziu o senho, olhando-os incomodado. Bufou chamando a atenção deles novamente.
— Faça como você quiser. - resmungou.
— Bom, seria bom ter uma ajudinha a mais. - Naruto se ajeitou sobre o sofá e suspirou antes de dizer - Mas dessa vez vou concordar com o Sasuke, Sakura.
— Ah não Naruto, você não. - ela revirou os olhos e cruzou os braços - Nós já conversamos sobre esse negocio de sempre quererem controlar tudo. - olhou-o séria.
— Desculpe querida, mas você acabou de acordar de um bom tempo inconsciente e nossa, você me contou algumas coisas que não podem ser contrariadas. - ele deu de ombros - Dessa vez você não participa.
— Isso tudo por causa daquela besteira? Eu não vou morrer com só isso seu idiota. - Naruto se levantou do sofá, pegou na mão dela e esticou o braço, mostrando o pequeno ferimento da agulha. Sasuke franziu o senho ainda vendo-o ali, onde não deveria estar mais, já que ela as tinha tirado há um tempo.
— Eles ainda estão aqui hun? - o loiro murmurou. Sakura recolheu o braço com rapidez e interviu os olhares entre os dois.
— Isso não é nada.
— Sua recuperação está realmente mais lenta. - Sasuke cruzou as mãos abaixo do queixo e se inclinou observando-a - Mas por que? Você com certeza não está morrendo como disse ao dobe.
— Eu deveria arrancar a sua linguá. - Sakura se voltou á Naruto, irritada. Ele se apressou em se sentar novamente no outro sofá.
— O que você anda aprontando Sakura?
— Isso não é da conta de vocês.
— Nós só estamos preocupados. - Naruto disse, fazendo-a encarar os brilhantes olhos azuis.
— Não é nada perigoso.
— Nunca é. - ironizou Sasuke.
— Vai se foder merda.
— Sakura, calma.
— O caralho com essa calma. - retrucou.
Naruto arfou jogando a cabeça pra trás.
— Nós temos os nossos meios de descobrir as coisas também Sakura. - Sasuke piscou os olhos lentamente, mostrando ao abri-los as íris vermelhas. Ele se levantou ficando de frente á ela.
— Você não ousaria usar essa merda em mim seu cretino! - ela se levantou, olhando-o irada.
— Que tal não duvidar?
— Hey vocês dois se acalmem! - Naruto gritou também se levantando.
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