Intervalo: Parte 3

Quando enfim anoiteceu, nos separamos.

Acompanhei Ariel até a porta e a última coisa que sua voz falou foi “Até amanhã”, já distante. Talvez em sua porta, já que a ouvi bater em seguida.

Ariel tomara outra direção, tal como os trens mudam de rumo induzidos pelo jeque e pelos trilhos móveis.

Mas não era tão ruim assim. Não era mais “logo”. Era “amanhã”.

Entrei.

Dormi.

Quando “amanhã” já era “hoje”, acordei e esperei ouvir novamente a minha voz favorita.

Iria ser como no sonho dessa vez. Ariel cantaria para mim.

Era tardinha quando ouvi seus passos virem até mim.