Foram muitos dias sem ouvir Ariel. Sua voz não estava em nenhum lugar. Antes ainda era possível ouvir de longe, mas depois daquele passeio, não havia o mínimo sinal de vida.

Me peguei aflito em uma tarde daquele longo outono.

Bach estava no meu colo, na frente de casa, o vento cantando em nossos ouvidos e ele balançando o rabo e latindo empolgado para pessoas que passavam nos saudando. Mesmo que os dias não estivessem mais ruins, naquela exata tarde eu me peguei perguntando o que poderia ter acontecido de ruim com Ariel. Ficou doente e precisou de internação? Teria passado por algo ruim a ponto de não falar nada por dias?

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Talvez minha paranoia estivesse voltando porque em três dias, no dia 25 de setembro, eu faria dezoito anos e parecia haver o risco de Ariel não estar presente na minha festa. Era minha melhor companhia humana, a voz que eu queria ouvir me dizer “eu te...

Entre meus pensamentos, como na primeira vez, ouvi aquele som. Era o mesmo carro, vindo na mesma velocidade, estacionando e batendo as mesmas portas.

“ Martin!”

Era a voz de Ariel.

Doce, rara como um besante.

Minha música favorita voltara a tocar.