O tempo das crivanas

Locomoção


— E você acha que o tempo é igual ao espaço?

— Não é bem isso. – Calil olhou para o céu plúmbeo. O sol não dava as caras há dias e o vento frio fazia os pêlos de seus braços se arrepiarem. – Os corpos físicos são feitos da mesma coisa que a energia que nos move, que provém da alma, mas não é criada do nada, ela apenas se modifica para se adaptar a nós. O que existe hoje, aqui, é o equivalente ao que sempre existiu em todo lugar. Então é possível, de alguma forma, se locomover pelo tempo e espaço, se pudermos modificar essa energia como fazemos para que ela se torne nossa força vital.

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Dara ficou olhando para o rapaz por um longo momento, com os olhos azuis, grandes e curiosos o analisando.

— Isso é muito absurdo, Calil.

— Eu sei. Na vida real é impraticável. Mas na teoria…

Ela se calou uma vez mais e longos minutos gelados se passaram antes que voltasse a falar.

— Bem, se alguém no mundo um dia vai ser capaz disso… Sei que vai ser você, Calil.

E de repente todo o frio do rapaz tinha ido embora. Fazia um lindo dia.