Plúmbeo

Nas noites de luar aveludado, protegidos pelo concreto das paredes, eles encontravam a si mesmos.

No olhar plúmbeo de Itachi ele conseguia ver a própria alma, e pelos seus toques ele sentia seu amor.

Ele sabia tudo sobre o primo, conseguia até prever seus próximos movimentos, e contrário ao que se pudesse imaginar, a previsibilidade do ato não o tornava chato.

Pois aquilo não era diversão, era amor.

A fricção dos corpos era cada vez mais rápida, e os sentidos se tornavam cada vez mais nebulosos, até que o limiar entre o prazer e a loucura, foi finalmente rompido.

Quando a nuvem de prazer deixou sua cabeça, tudo que sobrou foi o cansaço e a satisfação.

Deitado ao lado de Itachi e ainda um pouco ofegante, ele perguntou.

"Tudo bem mesmo fazermos tantas vezes hoje? Amanhã tem espetáculo."

"Não. Estar com você me relaxa." Respondeu.

"Você pode estar comigo sem sexo." Shisui falou brincalhão, rindo suavemente.

"Shisui." Ele o encarou diretamente nos olhos. "O único momento que você é realmente você, sem nenhuma máscara, é durante o sexo. E eu estou com saudades. Fazia tempo. Estávamos sempre muito cansados com os ensaios."

Sorrindo suavemente, Shisui poupou palavras, beijando-o.