Não vi meu pai por um bom tempo. Durante semanas, debati comigo mesmo entre procurá-lo ou não. Tinha medo de ser rejeitado novamente, mas sentia falta dele. Ele era meu pai afinal de contas.

Então, aqui estava eu. Em frente à minha antiga casa, três meses depois de sair dela. Ele não estava, eu sabia disso. Era domingo e ele estava na igreja.

Não criei coragem para entrar — embora ainda soubesse exatamente onde ele colocava a chave — ao invés disso, sentei-me ao batente da porta e fiquei por um tempo, até sentir as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

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— Não te criei para chorar na minha porta. — a voz dele se fez presente e eu me assustei. Não estava preparado para vê-lo.

Olhei o relógio em seu pulso. Não estava na hora que ele costumava chegar.

Levantei os olhos depois de secá-los com as costas das mãos e o encarei. Ele continuava o mesmo de vinte anos atrás. Era como se eu estivesse anos sem vê-lo.

Eu queria pleitear, quis dizer alguma coisa, mas a voz ficou agarrada na minha garganta. As palavras de Nate soaram em minha mente.

Ele te ama acima de tudo, só é difícil pra ele.