Um mês depois de ter saído de casa, encontrei meu pai na rua, por acaso. Ele não tinha certeza de onde eu estava, mas acho que tinha pelo menos uma ideia. Seus olhos cruzaram com os meus na calçada, numa quarta feira à tarde, e ele nem se deu ao trabalho de fingir não me ver, me olhou com desprezo e cruzou a rua.

Quando cheguei arrefecido no apartamento, Nate nem precisou me perguntar o que havia acontecido.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Esse sempre havia sido meu problema, eu era um livro aberto. Minhas emoções estavam sempre à flor da pele e isso poderia ser muito ruim na maioria das vezes.

Ao contrario do que outra pessoa faria, apenas sentou-se ao meu lado e me puxou para encostar em seu ombro, fazendo um cafuné em meus cabelos. Quando acordei, duas horas depois, um cheiro forte de café saía da cozinha.

— Melhor? — foi a única coisa que ele disse quando entrei na cozinha em silêncio e me sentei no balcão.

— Me sinto mal. Mas também sinto raiva. — respondi aceitando a xícara de café fumegante que ele me ofereceu. — O que afetamos na vida dele?

— Ele é seu pai, ele vai entender. Dê tempo ao tempo.