No compasso do receio

Em memória


Minha mãe sempre teve as melhores palavras. Era a própria personificação da espontaneidade. Meu pai dizia que eu era exatamente igual a ela. Talvez fosse mesmo... Na época em que ainda era feliz. Uma vez, ela fez um delicioso bolo de cenoura. Eu parecia um coelho enquanto esperava ela servir uma fatia no prato. Pulava, bagunçando os cabelos. E ela sorriu, dizendo que seu menino era muito desquieto. Eu respondi que aquela era uma palavra muito estranha. Hoje eu faria de tudo para ouvir de novo essas estranhezas. Se eles estivessem aqui... Pensar na minha mãe faz meu coração desquietar.

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