No compasso do receio

Os olhos dela


Voltar para Yorkshin depois de todos esses anos me faz sentir deslocado. Os meses no vilarejo foram bons, mas outros objetivos surgiram em meu caminho. Visitei minha mãe. Ela nunca pareceu tão cheia de vida. E minha irmãzinha já estava adulta. Chegou em casa cansada da faculdade e arregalou os olhos para mim. Eu havia esquecido o quão doce era seu abraço, o quão contagiante era seu sorriso. Vê-la tão segura de si me encheu de um orgulho que não cabia dentro do peito.

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Agora estou na cidade onde o reencontrei. Tantas voltas na vida, e parece que sempre acabo retornando a você. Permito-me um sorriso sem humor. Eu nunca ousaria pleitear vê-lo de novo perante o tribunal de injustiças do mundo. Essa perda aconteceu há tanto tempo... Mas parece que, de alguma forma, você sempre consegue me assombrar.

Entro no quarto de hotel. Shiira está deitada na cama. Acaricio seu braço e ofereço um café, mas ela está perdida em outra realidade. Quando minha xícara fica pronta, descubro que Shiira está na varanda, segurando o que parece um mapa. Sento-me a seu lado. Não ouso tocar suas mãos. Ela olha para mim. E conta como chegar ao vilarejo Kuruta.